terça-feira, 18 de julho de 2017

Crítica - Como Se Tornar um Conquistador

Análise Como Se Tornar um Conquistador


Review Como Se Tornar um Conquistador
Homem imaturo, egoísta e preguiçoso, acostumado a ter tudo de bandeja tem o tapete de sua boa vida e é obrigado a assumir alguma responsabilidade. Parece a premissa de Billy Madison: Um Herdeiro Bobalhão (1995) e algumas outras comédias de Adam Sandler, mas é o ponto de partida deste não muito imaginativo Como Se Tornar um Conquistador.

Maximo (Eugenio Derbez) é um homem de meia idade que nunca trabalhou na vida depois de ter se casado ainda jovem com uma mulher mais velha e milionária. Ele vive seus dias torcendo para que sua esposa morra e ele herde tudo, mas o destino lhe prega uma peça quando ela o trai com um homem mais novo e o expulsa de casa. Como eles eram casados com separação total de bens, Maximo fica sem nada e acaba indo pedir ajuda para a irmã que há muito não vê: Sara (Salma Hayek). Como era de se imaginar, o contato com a família vai levá-lo a aprender valiosas lições e a se importar com mais alguém além de si próprio.

De início já salta aos olhos o quanto o protagonista é desagradável. As primeiras cenas que mostram sua boa vida ao lado da esposa idosa o estabelecem como uma pessoa fútil, estúpida, preguiçosa, sem escrúpulos e que vê a esposa como um mero talão de cheques. Eu sei que a narrativa é sobre o aprendizado dele, mas se o filme não dá ao personagem nenhum atributo positivo para que eu simpatize com o sujeito de início, se torna muito difícil se importar com a jornada dele. Afinal, ao invés de lamentarmos por Maximo quando ele perde tudo, apenas vemos um parasita desprezível recebendo o que merece.

A trama é cheia de eventos previsíveis e conveniências pouco verossímeis, como o fato do sobrinho de Maximo estar apaixonado pela ricaça idosa (Raquel Welch) que ele deseja como próxima vítima esposa. É óbvio que ele vai tentar ajudar o desajeitado sobrinho a se aproximar da menina para poder se aproximar da avó. É óbvio que os conselhos machistas e equivocados (do tipo "mulheres não sabem o que querem" e "mulheres precisam que um homem lhes diga o que fazer") que ele dá ao menino não irão ajudar. É óbvio que a irmã e o sobrinho eventualmente irão cansar das baboseiras de Maximo, assim como é óbvio que ele fará uma grande demonstração de afeto para mostrar que se importa com dois e irá reconquistá-los.

A questão é que nem mesmo a mudança do personagem ao final soa genuína, já que apesar de demonstrar que se importa com a família, Maximo continua em essência o mesmo parasita fútil em busca de uma ricaça que o sustente. Assim, a tentativa do filme em convencer o público da mudança do protagonista soa forçada e artificial.

Não ajuda também que boa parte das piadas seja igualmente previsível e fácil de antecipar, o que elimina a graça da maioria delas. Um exemplo é a cena em que ele usa graxa de sapatos para pintar a barba e os pelos do peito antes de pular numa piscina, deixando óbvio que a estratégia inevitavelmente dará errado e a graxa irá sujar a água de marrom (sim, parecendo diarreia). Quando não são previsíveis, gastam tempo em gags que não rendem, como a dupla de cobradores atrás de Maximo, cuja "graça" se baseia nos constantes berros da dupla. O filme tem apenas dois momentos realmente engraçados, a gag com o caminhão na primeira cena e o momento em que Maximo e Sara se imaginam cantando juntos enquanto a montagem alterna entre o que eles imaginam que estão fazendo e o que de fato está ocorrendo.

Isso claro, é muito pouco para fazer valer a pena suportar o desastre que é este Como Se Tornar Um Conquistador, uma experiência intragável graças ao protagonista sem carisma, texto previsível e piadas que não funcionam.

Nota: 2/10


Trailer


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