quinta-feira, 13 de julho de 2017

Crítica - D.P.A Detetives do Prédio Azul: O Filme

Análise D.P.A Detetives do Prédio Azul: O Filme


Review D.P.A Detetives do Prédio Azul: O Filme
Confesso que não conhecia a série infantil nacional DPA: Detetives do Prédio Azul que é exibida no canal a cabo Gloob e entrei para assistir essa versão cinematográfica sem saber exatamente o que esperar. Felizmente o resultado é uma experiência divertida, que não se limita a ser um mero episódio de duração estendida, ainda que com alguns problemas no percurso.

Na trama, os detetives mirins Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henriques Motta) veem seu prédio ameaçado depois que a síndica e bruxa Leocádia (Tamara Taxman) dá uma festa para a comunidade bruxa do Rio de Janeiro. Durante a festa os principais bruxos da cidade tem seus artefatos mágicos roubados e na manhã seguinte várias rachaduras começam a aparecer no prédio. A prefeitura condena o edifício e o trio de detetives precisa desvendar quem foi o responsável antes que a demolição ocorra.

O filme tem um clima de desenho animado das antigas, remetendo às animações de Hanna-Barbera como Scooby Doo ou Josie e as Gatinhas devido ao visual colorido com uma certa pegada retrô, sem mencionar na mistura aloprada, mas que funciona, entre investigação e fantasia. Os bruxos, por exemplo, se vestem de maneira exagerada e extravagante (o personagem do Ailton Graça parece um cosplayer do Visconde de Sabugosa) e suas mágicas enchem a tela de raios coloridos.


O trio de protagonistas tem uma química bastante sincera juntos (afinal o elenco está junto há algum tempo) e são carismáticos o suficiente para fazer os momentos de humor funcionarem. O resto do elenco também é igualmente divertido, em especial o porteiro Severino (Ronaldo Reis) e o modo como ele reage aos eventos inacreditáveis que ocorrem ao seu redor. Atores veteranos como Otávio Müller, Mariana Ximenes e Ailton Graça também divertem em suas composições exageradas dos bruxos cariocas. Em termos de construção cômica, o principal problema é o modo como o filme se apoia mais do que deveria em piadas simplórias de flatulência, simplesmente mostrando alguém peidando e esperando que isso seja suficiente para fazer rir.

A costura entre os elementos sobrenaturais no mundo real, afinal se passa no Rio de Janeiro do nosso mundo e usa cenas feitas em locação, acaba se dando de forma bem orgânica, estabelecendo com clareza as regras de funcionamento da magia e explorando-as com coerência. O próprio mistério que serve de espinha dorsal para a trama é igualmente bem costurado e coeso, ainda que seja relativamente previsível para quem tenha certa familiaridade com esse tipo de narrativa. Outra questão é que muitas vezes há um excesso de exposição e as explicações são dadas de modo pouco orgânico. Toda vez que alguém diz uma informação relevante ao caso um outro personagem repete tudo em forma de pergunta e alguém responde reiterando a informação com as mesmas palavras. Com o tempo a repetição desse expediente narrativo acaba cansando.

De todo modo, Detetives do Prédio Azul: O Filme se mostra uma aventura bem simpática, conquistando com sua estética cartunesca e diversão ingênua. Os adultos talvez não aproveitem tanto quanto o público infantil, no entanto.


Nota: 6/10

Trailer

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