terça-feira, 15 de agosto de 2017

Crítica - Sonic Mania

Análise Sonic Mania



Review Sonic Mania
Apesar de meu primeiro videogame ter sido um Nintendo 8 bits, o console que realmente me acompanhou durante boa parte da infância foi o Mega Drive e, com ele, os jogos do Sonic. Enquanto a Nintendo acertou na transição para o universo tridimensional de seu principal mascote com Super Mario 64, a Sega entregava o menos consistente Sonic Adventure no Dreamcast e com o tempo a qualidade dos jogos do velocista azul ia caindo (o fundo do poço talvez seja o Sonic The Hedgehog de 2006). Ainda que alguns games como Sonic Generations tenham mostrado que o mascote de Sega tem lenha para queimar, ficava faltando aquele jogo que pudesse fazer jus aos tempos de glória do personagem. Isso finalmente acontece neste ótimo Sonic Mania, que retorna seu protagonista à estética 16 bits que o tornou célebre.

A trama é simples, os robôs do Dr. Eggman (ou Robotnik como era na minha infância) roubou uma esmeralda com poderes misteriosos e Sonic, Tails e Knuckles precisam recuperá-la. A trama é contada em breves cenas entre uma zona e outra, não há diálogos mais os sprites em alta definição dos personagens são bem expressivos em transmitir o que acontece. Apesar do visual remeter à época 16 bits, o jogo não apenas reproduz o mesmo visual de antes (como a Capcom fez com Megaman 9 e 10), mas refaz os modelos de personagens, dando a eles novas e mais detalhadas animações.

A jogabilidade é veloz, exigindo atenção e precisão, tal como os games da época do Mega Drive. Felizmente os controles são bem responsivos e evitam aquela sensação de uma movimentação escorregadia que vinha em muitos jogos recentes do personagem. Isso ajuda a tornar o desafio de terminar uma fase coletando anéis e destruindo robôs sem ser acertado ou perder a velocidade algo tão satisfatório quanto costumava ser. Sonic continua veloz como sempre e Tails pode carregá-lo em seu vôo por curtas distâncias e os dois personagens estiverem juntos, enquanto que Knuckles pode planar e escalar paredes.

As fases são bem amplas e embora seja possível terminá-las rapidamente, ignorar os componentes de exploração implica em diminuir as chances de coletar as já famosas sete esmeraldas. Como de costume, as esmeraldas são necessárias para alcançar o melhor final e também para que Sonic se transforme em Super Saiyajin Sonic. O jogo traz uma mistura de estágios novos, como a Studiopolis Zone, e antigos, como a Green Hill Zone. As fases que carregam nomes conhecidos, no entanto, não são meras reproduções do que havia em jogos antigos e tem novos elementos suficientes para manter atentos os jogadores veteranos.

Cada zona tem algumas mecânicas próprias que ajudam a tornar a exploração de cada uma relativamente diferente ao invés de somente ser uma mudança de cenário. Da possibilidade de queimar certas plataformas de madeira em Green Hill ao gel da Chemical Plant, cada fase traz um novo elemento para dar frescor e desafio. Ao final de cada estágio há um chefe ou subchefe a ser vencido e se no início eles parecem fáceis, nas zonas mais avançadas é possível encontrar embates relativamente desafiadores. A música, que sempre foi um ponto alto da série, continua ótima, em especial as das novas fases, já que as antigas apenas repetem os temas antigos, quando poderiam experimentar novos arranjos com essas músicas familiares.

O elo fraco da experiência reside nas fases de bônus para a obtenção das esmeraldas que coloca os personagens para perseguirem um robô enquanto coletam esferas azuis para aumentar a velocidade. Nesses segmentos os controles são mais imprecisos e o personagem desliza mais. A câmera, posicionada nas costas do personagem, fica muito próxima e muitas vezes torna difícil ver as diferentes rotas dos estágios mais avançados e a péssima detecção de colisão deixa a movimentação e física dessas áreas bem esquisita.

Passando pelos balões que servem de checkpoints com um certo número de anéis habilita outro tipo de fase de bônus, essas com um visual e jogabilidade parecidas com as de Sonic 3. Vencer esses estágios dão ao jogador medalhas que habilitam uma série de coisas, desde algumas novas habilidades (trazidas de games como Sonic CD e Sonic 3) e novos modos, incluindo um que permite jogar com Sonic e Knuckles juntos ao invés de Sonic e Tails. Muitas dessas habilidades, porém, só podem ser usadas quando jogadas no modo que não permite salvar o progresso, obrigando a jogar tudo do início ao fim de uma só vez. Isso soa como uma limitação arbitrária e desnecessária já que nenhuma das habilidades desequilibra tanto assim a jogabilidade.

Essas pequenas falhas não impedem que Sonic Mania seja a melhor aventura do mascote da Sega em muito tempo, usando a nostalgia ao seu favor ao mesmo tempo em que apresenta novos desafios.

Nota: 8/10

O jogo está disponível para PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch

Trailer

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