sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Drops - As Vozes e Casa de mi Padre

No bloco Drops de hoje falaremos brevemente de dois filmes que entraram recentemente no catálogo da Netflix, a comédia sombria As Vozes (2015) e a sátira Casa de mi Padre (2012)


As Vozes

Análise As Vozes



Review As Vozes
Se eu te falasse de um filme no qual Ryan Reynolds interpreta um sujeito homicida que conversa com vozes em sua cabeça, provavelmente vocês imaginariam que estou me referindo a Deadpool (2016), certo? Bem, não exatamente. Neste As Vozes Reynolds interpreta Jerry, um sujeito pacato e tímido que trabalha em uma fábrica de produtos para banheiro e constantemente ouve seu gato e seu cachorro (também dublados por Reynolds) falarem com ele. Os problemas começam quando seus animais começam a sugerir que ele mate pessoas.

Não é exatamente uma premissa de comédia, mas a diretora Marjane Satrapi (de Persépolis) consegue encontrar o absurdo e cômico em meio a esse conto sangrento sobre um sujeito que, basicamente, não quer se sentir sozinho. As conversas entre ele e seus animais ou as cabeças decepadas de suas rendem momentos divertidos pela pura falta de noção dos diálogos e Reynolds é bem eficiente em transitar entre o ingênuo e o sinistro. A fotografia, que inicialmente apresenta tudo com uma iluminação brilhante e tons de rosa intensos, denotando a existência idealizada do personagem, aos poucos vai mudando para nos mostrar a macabra realidade do personagem e começa a flertar com o horror.

A questão é que toda essa transição de gêneros narrativos nem sempre é feita de maneira fluida, por vezes é esquisito ter que ver uma cena de grande peso dramático, como o flashback da infância traumática de Jerry, para no seguinte acompanharmos uma conversa engraçada entre ele e uma cabeça decepada. O filme também perde um pouco do fôlego em seu terço final, deixando de lado toda a abordagem aloprada e exagerada do início por algo mais convencional (conforme seus assassinatos arriscam vir a público) e menos interessante.

Nota: 7/10

Trailer




Casa de mi Padre

Análise Casa de mi Padre


ReviewFruto de uma parceira entre a produtora do comediante Will Ferrell e a emissora mexicana Televisa, Casa de mi Padre é todo falado em espanhol e funciona como uma paródia das telenovelas mexicanas.

Ferrell interpreta Armando Alvarez, um filho de fazendeiro que tenta salvar a fazenda de sua família, ameaçada por um cartel de drogas, ao mesmo tempo que tenta conquistar a mulher de seus sonhos, Sonia (Genesis Rodriguez).

Boa parte da graça gira em torno de como a trama ridiculariza os clichês das novelas mexicanas, então o conhecimento desse tipo de narrativa é necessário para embarcar no filme. O sotaque espanhol atroz de Will Ferrell, principalmente em contraponto com o restante do elenco formado por atores hispano hablantes como Diego Luna e Gael Garcia Bernal, é outra fonte de risos. O problema é ele não tem muito mais a oferecer do que isso e com cerca de meia hora tudo começa a ficar previsível. Ainda que aqui e ali volte a oferecer algo realmente engraçado, o filme passa a repetir o mesmo tipo de piada sobre os mesmos tipos de clichês narrativos e estilísticos. É o tipo de material que funcionaria melhor como um curta metragem ou um "trailer falso" do que como um longa.

Nota: 5/10

Trailer


Nenhum comentário: