Até agora não consigo entender a
opção por traduzir o título de The
Hitman's Bodyguard (algo como O
Guarda-Costas do Matador de Aluguel) como algo tão genérico e sem
personalidade como Dupla Explosiva
(inclusive porque existem outros filmes com esse título em português) ao invés
de optar por algo que explorasse a premissa insólita do filme. Por outro lado,
um título genérico e sem personalidade condiz perfeitamente com a natureza do
filme.
Na trama, Michael Bryce (Ryan
Reynolds) é o melhor guarda costas do mundo. Ele recebe de sua ex-namorada, a
agente da Interpol Amelia (Elodie Young, a Elektra de Os Defensores) a missão de proteger o assassino profissional Darius
Kincaid (Samuel L. Jackson) e levá-lo de Londres para a Holanda onde ele irá
testemunhar contra o ditador Dukovitch (Gary Oldman). Logicamente o ditador não
quer que Darius testemunhe contra ele e manda seus capangas eliminá-lo.
É aquele típico filme de ação com
uma dupla que se detesta mas eventualmente acaba se entendendo e virando
parceiros. Da primeira vez que eles se encontram, sabemos que um irá aprender
algo com o outro e que a união entre eles será necessária para superarem os
obstáculos. Tudo é bem esquemático e previsível, incluindo alguma reviravoltas
como a revelação de quem era o traidor dentro da Interpol, e seriam duas horas
de tédio não fosse o carisma dos protagonistas.
Jackson e Reynolds repetem as
mesmas personas de sempre. Jackson é
o sujeito boca suja e pavio curto e Reynolds é o falastrão metido a esperto, ou
seja, o Deadpool (para ser justo ele interpretava esse tipo de personagem antes
mesmo de ser o Deadpool). São personagens que ambos poderiam fazer dormindo,
mas o timing cômico dos dois faz as
piadas funcionarem, como a cena da carona com as freiras ou boa parte das
discussões entre eles. Gary Oldman faz um vilão igualmente genérico, mas o ator
consegue dar a ele intensidade e gravidade suficientes para que ele não fique
entediante.
As cenas de ação são competentes,
mas burocráticas, falhando em criar momentos que nos deixem realmente
empolgados. Os personagens despacham seus inimigos com muita facilidade,
incluindo no clímax quando Dukovitch tenta escapar, o que contribui para que
nunca tenhamos a sensação de que eles estão realmente em perigo deixando as
cenas de ação carecendo de urgência. Os melhores momentos são quando o filme
investe no exagero e no absurdo como o flashback
em que Darius conta como conheceu Sonia (Salma Hayek), sua esposa, em meio a
uma sangrenta briga de bar ao som de Lionel Richie ou a luta de Bryce em uma
loja de materiais de construção.
Dupla Explosiva não chega exatamente a ser um filme ruim, mas
considerando os nomes do elenco era de se imaginar que fosse ao menos um
passatempo divertido. Do jeito que está, no entanto, acaba sendo um daqueles
filmes que você começa a esquecer assim que sai do cinema.
Nota: 5/10
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