quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Crítica - Dupla Explosiva

Resenha Dupla Explosiva


Análise Dupla Explosiva
Até agora não consigo entender a opção por traduzir o título de The Hitman's Bodyguard (algo como O Guarda-Costas do Matador de Aluguel) como algo tão genérico e sem personalidade como Dupla Explosiva (inclusive porque existem outros filmes com esse título em português) ao invés de optar por algo que explorasse a premissa insólita do filme. Por outro lado, um título genérico e sem personalidade condiz perfeitamente com a natureza do filme.

Na trama, Michael Bryce (Ryan Reynolds) é o melhor guarda costas do mundo. Ele recebe de sua ex-namorada, a agente da Interpol Amelia (Elodie Young, a Elektra de Os Defensores) a missão de proteger o assassino profissional Darius Kincaid (Samuel L. Jackson) e levá-lo de Londres para a Holanda onde ele irá testemunhar contra o ditador Dukovitch (Gary Oldman). Logicamente o ditador não quer que Darius testemunhe contra ele e manda seus capangas eliminá-lo.

É aquele típico filme de ação com uma dupla que se detesta mas eventualmente acaba se entendendo e virando parceiros. Da primeira vez que eles se encontram, sabemos que um irá aprender algo com o outro e que a união entre eles será necessária para superarem os obstáculos. Tudo é bem esquemático e previsível, incluindo alguma reviravoltas como a revelação de quem era o traidor dentro da Interpol, e seriam duas horas de tédio não fosse o carisma dos protagonistas.

Jackson e Reynolds repetem as mesmas personas de sempre. Jackson é o sujeito boca suja e pavio curto e Reynolds é o falastrão metido a esperto, ou seja, o Deadpool (para ser justo ele interpretava esse tipo de personagem antes mesmo de ser o Deadpool). São personagens que ambos poderiam fazer dormindo, mas o timing cômico dos dois faz as piadas funcionarem, como a cena da carona com as freiras ou boa parte das discussões entre eles. Gary Oldman faz um vilão igualmente genérico, mas o ator consegue dar a ele intensidade e gravidade suficientes para que ele não fique entediante.

As cenas de ação são competentes, mas burocráticas, falhando em criar momentos que nos deixem realmente empolgados. Os personagens despacham seus inimigos com muita facilidade, incluindo no clímax quando Dukovitch tenta escapar, o que contribui para que nunca tenhamos a sensação de que eles estão realmente em perigo deixando as cenas de ação carecendo de urgência. Os melhores momentos são quando o filme investe no exagero e no absurdo como o flashback em que Darius conta como conheceu Sonia (Salma Hayek), sua esposa, em meio a uma sangrenta briga de bar ao som de Lionel Richie ou a luta de Bryce em uma loja de materiais de construção.

Dupla Explosiva não chega exatamente a ser um filme ruim, mas considerando os nomes do elenco era de se imaginar que fosse ao menos um passatempo divertido. Do jeito que está, no entanto, acaba sendo um daqueles filmes que você começa a esquecer assim que sai do cinema.


Nota: 5/10

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