O ano de 2017 foi muito bom para
o cinema de terror e embora ainda não tenha acabado, aproveitamos a data do Dia
das Bruxas (ou Halloween) para enumerar alguns dos melhores e piores filmes do
gênero que chegaram ao Brasil neste ano.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
5 Contra 1: Filmes de Terror de 2017
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Terror
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Crítica - Depois Daquela Montanha
Duas pessoas que nunca se viram
resolvem pegar um voo fretado em um pequeno bimotor quando seus voos são
cancelados. Eles são pegos por uma tempestade e o avião cai nas montanhas,
apenas o casal e o cão do piloto sobrevivem à queda. O começo de Depois Daquela Montanha, adaptação do livro de Charles Martin (que não li), promete uma instigante e tensa história de
sobrevivência, mas o desenvolvimento de sua trama acaba decepcionando.
O início da jornada de Alex (Kate
Winslet) e Ben (Idris Elba) começa bem ao criar situações de tensão com os dois
feridos nos destroços do avião, racionando o pouco de comida e tentando
continuar vivos até que o resgate chegue. As tomadas aéreas amplas ressaltam a
imensidão erma da montanha gelada e a pouca presença de música evidencia o silêncio
do local, aumentando a sensação de vazio e isolamento experimentada pelos
protagonistas.
Depois de alguns momentos bem
tensos como o momento em que Ben desliza em direção a um penhasco ou quando
Alex encontra um Puma, a trama começa a perder fôlego conforme o casal resolve
descer a montanha. O que se segue se mostra bastante repetitivo com a dupla
brigando, fazendo as pazes, correndo atrás do cachorro e um dos dois
ocasionalmente se machucando e ficando inconsciente. Lá pela terceira vez que a
trama deixa um dos dois inconscientes e cria dúvida se irá despertar ou não
tudo começa a soar mecânico e repetitivo, como se a trama andasse em círculos
para tentar disfarçar sua falta de conteúdo. Exceto pelo momento em que o gelo
desaba sob os pés de Alex (uma cena que os trailers já entregavam), o restante
do filme segue sem muita tensão.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sábado, 28 de outubro de 2017
Crítica - Thor: Ragnarok
Thor: Ragnarok é provavelmente o melhor dos três filmes solo do
deus do trovão da Marvel, mas, convenhamos, isso não é lá um grande feito. O
elemento principal que eleva este filme em relação aos dois outros é que pelo
menos há uma visão bem clara e singular sendo transmitida ainda que talvez não
seja a mais adequada ao material.
A trama começa com Thor (Chris
Hemsworth) enfrentando Surtur (Clancy Brown) para impedir o Ragnarok, o fim de
Asgard. Ele retorna a Asgard para guardar a coroa de Surtur, mas descobre que
Loki (Tom Hiddleston) tomou o lugar de Odin (Anthony Hopkins), que foi banido
para a Terra. A ausência de Odin permite que a deusa da morte Hela (Cate
Blanchett) saia de sua prisão e ataque Asgard. Na luta contra Hela, Thor acaba
sendo jogado para longe de Asgard e vai parar no selvagem planeta Sakaar, sendo
capturado e obrigado a lutar como gladiador na arena do Grãomestre (Jeff
Goldblum). Quando Thor descobre que o principal campeão do lugar é o Hulk (Mark
Ruffalo), percebe que há uma chance de escapar e retornar para Asgard.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Crítica - Stranger Things: 2ª Temporada
A primeira temporada de Stranger Things pegou todo mundo de
surpresa com sua trama nostálgica e seu universo que misturava terror, ficção
científica e uma trama juvenil de amadurecimento. Essa segunda temporada
consegue manter o nível da anterior, ampliando seu universo e desenvolvendo as
relações entre seus personagens. Aviso que alguns pequenos SPOILERS estão
presentes no texto a seguir.
A trama começa um ano depois dos
eventos da temporada anterior. Mike (Finn Wolfhard) sente falta de Onze (Millie
Bobby Brown) e tenta se comunicar com ela via rádio. Will (Noah Schnapps)
continua tendo visões sobre o Mundo Invertido e é acompanhado por sua mãe,
Joyce (Winona Ryder), e pelo delegado Hopper (David Harbour) ao Dr. Owens (Paul
Reiser), cientista que é agora responsável pelo projeto do governo que abriu o
portal para o mundo invertido e limpar a bagunça feita pelo Dr. Martin (Matthew
Modine) na temporada anterior. As plantações da cidade começam a apodrecer e
Hopper acha que os incidentes tem relação com o Mundo Invertido.
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quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Crítica - Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca
O escândalo Watergate já foi
bastante explorado pelo cinema hollywoodiano. O mais lembrado desses filmes é Todos Os Homens do Presidente (1976),
que mostrava a investigação dos repórteres do Washington Post que expuseram o
acobertamento cometido pelo governo com a ajuda de um informante de dentro do
FBI. Este Mark Felt: O Homem Que Derrubou
a Casa Branca acaba sendo um Todos Os
Homens do Presidente sob a perspectiva do informante, o vice-diretor do FBI
Mark Felt que acabou sendo apelidado como Garganta Profunda.
Ao reverter o ponto de vista em
relação a uma história já conhecida era de se imaginar que a narrativa fosse se
deter mais sobre a figura de Felt, seus conflitos e motivações, do que os
eventos em si, que já foram exaustivamente explorados, mas o diretor e
roteirista Peter Landesman (responsável pelo igualmente decepcionante Um Homem Entre Gigantes) parece mais
interessado em recontar uma história já conhecida do que acrescentar algo a
ela. A impressão é que em tempos de governo Trump, suspeita de conspiração com
a Rússia e a demissão de um diretor do FBI por investigá-lo, a indústria
cinematográfica queria lançar algo para lembrar ao público da importância de resistir
aos desmandos de um presidente autoritário que não respeita a separação entre
os poderes. Como não tinham nenhuma outra história do tipo, resolveram reciclar
os eventos de Watergate e usá-los como metáfora para os tempos atuais.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Crítica - 1922
Inúmeras histórias já foram
contadas sobre pessoas que cometem crimes horrendos e são devastadas pela
culpa. Do Macbeth de William
Shakespeare ao Crime e Castigo de
Dostoievski, faz tempo que a ficção se debruça sobre o tema. Este 1922, que adapta uma obra de Stephen
King, também aborda essas ideias, conseguindo ser eficiente em tratar de decadência
e culpa mesmo sem acrescentar de novo a este tipo de história.
No ano de 1922 o fazendeiro
Wilfred (Thomas Jane) descobre que sua esposa, Arlette (Molly Parker), está
disposta a vender as terras que herdou da família para poder se mudar para a
capital com o filho deles, Henry (Dylan Schmid). Wilfred é um homem rústico,
que tem orgulho de seu trabalho rural e de sua fazenda, não vendo com bons
olhos a proposta da esposa. Quando ela se mostra irredutível em sua decisão,
Wilfred decide matá-la. Depois da morte dela, no entanto, toda sorte de
tragédia começa a se abater sobre o fazendeiro e sua propriedade enquanto
visões da esposa morta começam a assombrar o fazendeiro.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Crítica - South Park: A Fenda Que Abunda Força
Eu não esperava que South Park: The Stick of Truth fosse tão
legal quanto acabou se revelando. Além de manter o espírito e senso de humor
anárquico e crítico da série animada, era também um competente RPG que pegava
elementos da série Paper Mario. Com
isso a expectativa para esta continuação, South
Park: A Fenda Que Abunda Força (The
Fractured But Whole em inglês), estava bem alta e é muito bom constatar que
ele não decepciona.
A trama começa com Cartman
desistindo da brincadeira de fantasia medieval do jogo anterior e decidindo
começar uma brincadeira de super-heróis com o intuito de transformar seus
personagens em uma grande franquia cinematográfica tal qual os filmes da Marvel
e da DC. Os garotos acabam brigando entre si pela criação desse universo
compartilhado e se dividem entre duas facções. Cartman, que se tornou o herói
Guaxinim, lidera o grupo Guaxinim e Amigos e recruta o "Garoto
Novato" (o personagem do jogador) para seu grupo. Logicamente o que começa
como uma brincadeira acaba saindo do controle e gera consequências absurdas com
os garotos esbarrando em um esquema de drogas e tudo progredindo para tramas
ainda mais sem noção, incluindo a revelação de quem estava por trás de tudo.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Crítica - Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe
Narrativas sobre famílias
excêntricas ou filhos com problemas com seus pais são bastante comuns. É fácil
compreender o apelo desse tipo de obra, afinal todos identificamos
comportamentos esquisitos e excêntricos em nossos familiares ou temos problemas
em lidar com nossos genitores. Ainda assim este Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe consegue funcionar para além
dos lugares comuns graças ao olhar sensível de Noah Baumbach e pelo
encantamento de seus personagens.
A trama é centrada na figura do
patriarca Harold (Dustin Hoffman), um professor de arte e escultor aposentado
que tenta se manter relevante no mundo da arte. Ao seu redor gravitam seus três
filhos: Danny (Adam Sandler), Matt (Ben Stiller) e Jean (Elizabeth Marvel),
cada um deles com diferentes problemas com o pai.
Dustin Hoffman é ótimo como o
patriarca turrão e mal humorado. Sempre irritado com algo e lançando
"protestos" sobre coisas irrelevantes que lhe causam um incômodo
desproporcional e criando confusão por causa disso, sendo um sujeito igualmente
fascinante, divertido e insuportável. Assim, é possível compreender o motivo
dos filhos constantemente desejarem sua proximidade e aprovação apesar de
Harold estar constantemente menosprezando-os ou fazendo escândalos perto deles.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Crítica - Tempestade: Planeta em Fúria
Faz um bom tempo que o ator Gerard Butler não faz um filme realmente bom. Também faz algum tempo que o ator Ed Harris não faz um filme realmente ruim. Com trajetórias opostas os dois se encontram neste Tempestade: Planeta em Fúria. O resultado? Bem, vamos dizer que Ed Harris saiu prejudicado nessa.
Na trama, a humanidade é capaz de
controlar e dissipar desastres naturais graças a uma rede de satélites que é
capaz de deter tornados, terremotos, tsunamis e outras ocorrências. O aparato,
no entanto, começa a apresentar falhas, causando desastres naturais ao redor do
mundo. A recorrência desses problemas faz os responsáveis pelo sistema
considerarem que alguém está deliberadamente interferindo no funcionamento do
aparato. Agora cabe ao astronauta Jake (Gerard Butler) desativar os satélites,
mas para isso será necessário que seus aliados em Terra localizem o presidente
Andrew (Andy Garcia), o único que tem os códigos de desativação dos satélites.
Os personagens são unidimensionais
e suas personalidades são uma coleção de clichês, sendo difícil nutrir simpatia
ou torcer pela sua sobrevivência. O roteiro demora a engrenar e ainda está
apresentando novos personagens mesmo quando já passaram cerca de cinquenta
minutos de duração. Há uma tentativa de injetar humor ao dar aos personagens
frases de efeito engraçadinhas mas a maioria delas é digna daquele seu tio que
sempre faz a piada do pavê nos almoços de domingo e servem mais para constranger
do que para fazer rir. Igualmente constrangedoras são as cenas românticas
envolvendo Max (Jim Sturgess) e Sarah (Abbie Cornish) que deveriam ser
engraçadinhas, mas não funcionam.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Crítica - Bom Comportamento
Não conhecia o trabalho dos
irmãos Safdie e entrei para assistir a este Bom
Comportamento sem saber exatamente o que esperar. O filme com qual me
defrontei, no entanto, me deixou curioso pelos próximos trabalhos da dupla e
também para conferir suas realizações anteriores. A trama é centrada em
Constantine, ou Connie (Robert Pattinson). Ele tenta roubar um banco com seu
irmão surdo Nick (Benny Safdie) para poderem sair da cidade e viverem a vida
que desejam no campo, mas o golpe dá errado e Nick é preso. Connie tenta pagar
a fiança do irmão, mas não tem dinheiro. Ao descobrir que o irmão se envolveu
em uma briga na prisão e foi hospitalizado, Connie decide invadir o hospital
para libertá-lo, mas seus planos não correm como esperado e ele precisa correr
madrugada adentro para resgatar o irmão.
O universo do filme de alguma
maneira remete ao de Killer Joe: Matador de Aluguel (2012) ao focar em indivíduos sórdidos ou marginalizados e
espaços sombrios. Os personagens do filme ou são sujeitos de péssimo caráter,
mentalmente desequilibrados ou são ignorantemente marginalizados, sendo presa
fácil para os criminosos e golpistas que habitam por entre as ruas sombrias da
madrugada.
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terça-feira, 17 de outubro de 2017
Crítica - Doentes de Amor
Doentes de Amor podia facilmente se tornar um dramalhão trágico.
Afinal, trata-se da história de um sujeito que conhece a mulher de sonhos e
pouco tempo depois ela entra em coma. Tinha tudo para ser contado da maneira
mais chorosa e apelativa possível, mas o texto do comediante Kumail Nanjiani e
sua esposa Emily, que escreveram o filme a partir da história real de seu
relacionamento, consegue ter sensibilidade o bastante para perceber a seriedade
e contorno trágico da situação sem esquecer da leveza e bom humor.
A trama acompanha Kumail (Kumail
Nanjiani), um jovem comediante de origem paquistanesa que tenta fazer sua
carreira deslanchar. Sua família não vê com bons olhos sua escolha de carreira
e sua mãe tenta a qualquer custo fazer um casamento arranjado para ele, mas Kumail
não tem muito interesse na prática. As coisas se complicam quando ele conhece
Emily (Zoe Kazan) e os dois começam a se relacionar. Ele esconde da família que
está namorando uma mulher branca, já que seus familiares cortariam relações com
ele, e também não conta a Emily que sua mãe está tentando arranjar um casamento
para ele. As coisas se complicam quando Emily fica doente e precisa ser
internada, sendo colocada em coma induzido. Como o estado dela era grave,
Kumail acaba ligando para os pais dela e assim conhece os sogros, Terry (Ray
Romano) e Beth (Holly Hunter).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Além da Morte
Linha Mortal (1990) não era lá grande coisa a despeito de sua
premissa intrigante sobre o que acontece quando morremos e do carisma de seu elenco formado por (então) jovens astros como Julia Roberts, Kiefer Sutherland e Kevin Bacon. A ideia de um remake, este Além da Morte, só faria sentido se houvesse algum esforço para
finalmente fazer jus ao potencial de sua premissa. Esta nova versão, no
entanto, não demonstra qualquer disposição ou esforço de melhorar coisa alguma
e ainda piora algumas coisas.
A trama é praticamente a mesma do
filme original. Um grupo de estudantes de medicina decide pesquisar o há além
da vida e que tipo de experiência uma pessoa tem depois da morte. A equipe é
liderada por Courtney (Ellen Page) e a experiência consiste em zerar os
batimentos cardíacos para depois ser revivido com o desfibrilador. Ao serem
revividos, eles tem suas capacidades mentais ampliadas, mas também são
atormentados por horrendas visões.
Assim como o original, a premissa
sobrenatural/existencial acaba desperdiçada com explicações pouco convincentes
que não dão conta do que exatamente está acontecendo. Se as visões são uma
manifestação de seus traumas produzidos em sua mente em seus últimos momentos
de vida, como essas visões, mesmo as que correspondem a pessoas que estão
vivas, conseguem aparecer no mundo físico e ferir esses personagens? Suas mentes
estão fazendo esses traumas se manifestar fisicamente no nosso mundo? Eles
trouxeram para nosso mundo algum tipo de criatura que se alimenta do medo como
o palhaço de It: A Coisa?
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Crítica - Mindhunter: 1ª Temporada
Há uma frase do filósofo
Friedrich Nietszche em seu livro Além do
Bem e do Mal que diz que quem enfrenta monstros pena tornar-se um deles e
que ao olhar o abismo o observador por ele também é contemplado. É possível
interpretar que Nietszche queria falar sobre como é impossível passar por
situações de moral questionável sem se afetado por elas e perseguir um inimigo
significa absorver e se deixar "contaminar" em alguma medida por sua
visão de mundo e maneira de pensar. É sobre isso que irá tratar essa primeira
temporada de Mindhunter.
A série se passa na década de 70
e é centrada no agente do FBI Holden Ford (Jonathan Groff, a voz do Kristoff de
Frozen). Holden trabalha como
negociador de reféns e instrui novos agentes neste tipo de atividade, mas vai
percebendo que seus conhecimentos não são suficientes para dar conta da conduta
dos criminosos. Ele decide voltar à universidade e conhece Wendy Carr (Anna
Torv), uma acadêmica que pesquisa condutas sociopatas. Ao lado dela e do agente
Tench (Holt McCallany), também um instrutor do FBI, Holden propõe um estudo
consistindo em entrevistar presos condenados por múltiplos crimes violentos
para entender o que move esse tipo de criminoso.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Crítica - A Babá
Curioso para saber o que sua babá
faz depois que ele vai dormir, o garoto Cole (Judah Lewis) decide ficar
acordado. Depois de um tempo ele desce de seu quarto e encontra sua babá, Bee
(Samantha Weaving), recebendo alguns colegas na sala de sua casa. Parece uma
festinha adolescente, com direito à brincadeira do "verdade ou
desafio", mas as coisas dão uma guinada inesperada quando Bee esfaqueia um
dos colegas. A babá e os amigos na verdade estavam ali para realizar um ritual
satânico. É com essa premissa que inicia este A Babá, que podia ser um típico filme de terror, mas acaba se
voltando mais para a comédia.
O filme investe no senso de
absurdo e nas brincadeiras com as convenções de filmes de terror adolescentes
como Sexta Feira 13 ou A Hora do Pesadelo. Os personagens são
claramente caricaturas de arquétipos tradicionais como o atleta sempre sem
camisa vivido por Robbie Amell, a líder de torcida burra e fútil interpretada
por Bella Thorne ou a gótica trevosa de Hana Mae Lee. Os atores abraçam esses
estereótipos entregando atuações cheias de exagero e canastrice que servem bem
aos propósitos cômicos do filme.
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quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Crítica - Entre Irmãs
Com Entre Irmãs o diretor Breno Silveira (de Gonzaga: De Pai Para Filho e Dois
Filhos de Francisco) ambiciona ser um grande épico sobre relações
familiares e a formação da sociedade brasileira. Da duração do filme à música
sempre presente e em alto volume tudo evoca grandiosidade, mas não deixa de ser
curioso que os momentos em que tudo realmente funciona se dão quando a obra
deixa essa pretensa grandiosidade de lado e foca nas pequenas coisas do
cotidiano de suas duas protagonistas.
A narrativa é centrada nas irmãs
Luzia (Nanda Costa) e Emília (Marjorie Estiano), que vivem no interior
pernambucano nas primeiras décadas do século XX. As irmãs acabam separadas
quando o cangaceiro Carcará (Júlio Machado) leva Luzia à força para acompanhar
seu bando e Emília se casa com Degas (Romulo Estrela), um jovem abastado que
vive em Recife, e se muda com ele para a capital.
Já na primeira cena, com as
personagens ainda crianças, o filme estabelece as personalidades contrastantes
das irmãs. Luzia é destemida e resoluta, Emília é romântica e ingênua. Poderiam
ser personagens unidimensionais, mas Nanda Costa e Marjorie Estiano as
preenchem de sentimentos, dúvidas, conflitos e frustrações tão verdadeiras que
acreditamos nas personagens mesmo quando o texto deixa a desejar. Há uma grande
naturalidade na relação entre elas e as duas comunicam muito uma para outra
mesmo sem falarem diretamente.
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Drama
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 10 de outubro de 2017
Crítica - Logan Lucky: Roubo em Família
Retornando ao universo dos filmes
de roubo depois de anos sem um novo projeto, o diretor Steven Soderbergh faz
praticamente uma versão caipira de Onze
Homens e Um Segredo (2001), também dirigido por ele, neste Logan Lucky: Roubo em Família. Depois de
anos afastado da cadeira de direção nos cinemas, seu último filme foi Terapia de Risco (2013), o retorno de
Soderbergh acaba rendendo uma esquisita e engraçada história de assalto.
A trama acompanha Jimmy Logan (Channing
Tatum) que está em um péssimo momento em sua vida. Ele acaba de perder seu
emprego e descobre que sua ex-mulher, Bobbie (Katie Holmes), vai se mudar para
outro estado e levar sua filha junto. Sem perspectivas, ele decide roubar o
cofre de um grande autódromo e para isso convoca a ajuda de seu irmão maneta
Clyde (Adam Driver), sua irmã Mellie (Riley Keough) e do arrombador de cofres
Joe Bang (Daniel Craig), que está preso, para realizar o golpe.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Crítica - As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme
Com super-heróis estando em
evidência constante na produção hollywoodiana nos últimos anos, é de se
imaginar que os estúdios tentem colocar as mãos em qualquer material envolvendo
combatentes do crime fantasiados. Este As
Aventuras do Capitão Cueca: O Filme, adaptação dos livros de Dav Pilkey
(que, confesso, nunca li), é basicamente o tipo de história de origem que
Hollywood consegue fazer de olhos fechados, o que não significa necessariamente
que este é um filme ruim. Na verdade, é bem divertido.
A trama é centrada nos meninos
Jorge (Kevin Hart) e Haroldo (Thomas Middletich) que tentam enfrentar Krupp (Ed
Helms), o diretor mal humorado de seu colégio, pregando peças e pegadinhas nele
e nos professores. Eles também passam o tempo livre criando histórias em quadrinhos
envolvendo um super-herói chamado Capitão Cueca, que enfrenta o crime usando
apenas suas roupas de baixo. Quando uma brincadeira deles passa dos limites e o
diretor Krupp ameaça colocá-los em salas separadas, os meninos o hipnotizam
para que ele pense ser o Capitão Cueca. Simultaneamente o novo professor da
escola, o Prof. Fraldinhasuja (Nick Kroll), se revela um cientista do mal que
quer acabar com o riso do mundo. Cabe aos garotos e o Capitão Cueca salvar o
dia.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Jogamos o beta de Star Wars Battlefront 2
O Star Wars Battlefront lançado dois anos atrás prometia muito, mas
se revelou uma grande decepção. Sem um modo campanha, se limitando apenas à
trilogia original quando até mesmo os antigos Battlefronts de PS2 exploravam as duas trilogias (a original e a
prelúdio), com pouca variedade de modo e mapas e um caro passe de temporada,
parecia um jogo incompleto.
A desenvolvedora EA prometeu
sanar todas as queixas nesse Star Wars
Battlefront 2. O jogo deve trazer uma campanha de um jogador que se estende
ao longo dos três períodos retratados nos filmes e o multiplayer também deve
explorar essas três eras. O jogo não terá mais um passe de temporada e o
conteúdo adicional será gratuito, além de uma reformulação de várias mecânicas,
prometendo mais conteúdo e uma melhor experiência de jogabilidade. O beta
mostra essa evolução, mas ao mesmo tempo levanta algumas preocupações.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Crítica - Blade Runner 2049
Blade Runner: O Caçador de Androides (1982) não era um filme que
requisitava uma continuação. Considerando que é uma obra incrivelmente
influente, tendo inspirado (estética e tematicamente) do mangá (e anime) Ghost in the Shell (1995) e filmes como Estranhos Prazeres (1995), Gattaca (1997) ou Cidade das Sombras (1998), era de se imaginar que talvez as
possibilidades para um novo filme já tivessem sido exploradas e esgotadas.
Felizmente esse Blade Runner 2049 é
perfeitamente capaz de ampliar o que foi antes construído e ainda se manter
respeitoso ao original.
A narrativa é centrada em K (Ryan
Gosling), um novo e mais "dócil" modelo de replicante que trabalha
para a polícia de Los Angeles caçando antigos modelos rebeldes. Ele estava no
que deveria ser uma missão de rotina para capturar o replicante Sapper (Dave
Bautista), quando encontra enterrado na casa dele os restos mortais de uma
antiga replicante. A ossada traz sinais de que a replicante, apesar de ser uma
criatura sintética, estava grávida e provavelmente morreu no parto. A chefe de
K. a tenente Joshi (Robin Wright), fica preocupada com as implicações dessa
descoberta. Se os replicantes podem se reproduzir, eles então poderiam ser
considerados uma forma de vida autônoma e não meros produtos, criando assim uma
série de conflitos éticos na exploração de seu trabalho de maneira escrava. A
tenente ordena Joshi que descubra o que aconteceu com o suposto filho da
replicante e apague todas as evidências para evitar um conflito social. K, no
entanto, não é o único em busca desse filho perdido. O bilionário Wallace
(Jared Leto), que controla a produção de replicantes, também deseja
encontrá-lo, já que isso seria a chave para acelerar e baratear a criação de
novos replicantes.
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Ficção Científica
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terça-feira, 3 de outubro de 2017
Crítica - Chocante
A nostalgia pelos anos 80 e 90
parece estar em alta no cinema brasileiro. Depois do competente Bingo: O Rei das Manhãs chega aos
cinemas este Chocante, claramente
inspirado por bandas do anos 90 como Dominó e Menudo. Se Bingo conseguia contar uma história competente sobre o fascínio da
fama e a cultura oitentista, Chocante
não consegue ser nada mais que um exercício vazio de nostalgia que não tem nada
a dizer sobre a época que referencia além de um raso "lembra disso
daqui?".
A trama se passa nos dias atuais
quando um dos membros da antiga banda Chocante morre em um acidente insólito.
Os membros restantes: Téo (Bruno Mazzeo), Toni (Bruno Garcia), Clay (Marcus
Majella) e Tom (Lúcio Mauro Filho) se encontram no velório e começam a
relembrar dos velhos tempos. Juntamente com a antiga presidente do fã-clube,
Quézia (Débora Lamm), eles começam a pensar em retornar aos holofotes.
É um filme de praticamente dois
tipos de piadas. A primeiro tipo consiste em criar situações para mostrar como
eles estão velhos demais para tentar ser uma boy band. A segunda em mostrar como as vidas deles se tornaram
patéticas com um deles sendo anunciante de supermercado e outro virando
motorista de Uber (como se fossem profissões humilhantes). O filme passa boa
parte do tempo alternando entre essas situações rasas e superficiais até que
tudo se torne exaustivamente aborrecido e os 90 minutos de projeção pareçam
mais três horas. Os diálogos são igualmente óbvios e vomitam sem sutileza os
temas do roteiro. Um exemplo da conversa entre Téo e Tom na qual ele diz algo
como "você quer ficar vivendo no passado para não ter que encarar o
futuro" comunicando o espectador um sentimento que ele já deveria ter sido
capaz de perceber nos personagens.
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Cinema Brasileiro,
Comédia,
Crítica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Crítica - Jogo Perigoso
Um casal sai de férias e vai para
uma isolada cabana perto de um lago. Para apimentar a relação Gerald (Bruce
Greenwood) propõe a Jessie (Carla Gugino) algemá-la nas barras da cama. A
contragosto Jessie aceita, mas seu marido tem um infarto fulminante e cai morto
aos seus pés. As chaves das algemas não estão perto, a cama é resistente e não
há ninguém por perto para ouvir seus gritos de socorro. Se Jessie não conseguir
se libertar é provável que ela morra de desidratação ou fome, mas as coisas
pioram quando um cão faminto entra na cabana para se alimentar do cadáver de
Gerald e Jessie sabe que ela será a próxima. É com essa premissa tensa e
desesperadora que começa Jogo Perigoso,
adaptação de um romance do célebre Stephen King.
Com pouquíssimo uso de música o
filme investe em silêncios e nos efeitos sonoros de sons da floresta e da casa
para construir a sensação de isolamento e solidão de Jessie, deixando claro o
perigo e precariedade de sua situação. O trabalho de maquiagem é igualmente
eficiente em denotar a decadência física e psicológica de Jessie, conforme os
dias passam e a fome e a sede passam a abatê-la. A inanição começa a provocar
delírios que mostram não só o desespero da personagem e como ela está perdendo
seu senso de realidade, mas seu processo mental de pensar em maneiras de se
libertar.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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