segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Crítica - As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme

Análise As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme'


Review As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme
Com super-heróis estando em evidência constante na produção hollywoodiana nos últimos anos, é de se imaginar que os estúdios tentem colocar as mãos em qualquer material envolvendo combatentes do crime fantasiados. Este As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme, adaptação dos livros de Dav Pilkey (que, confesso, nunca li), é basicamente o tipo de história de origem que Hollywood consegue fazer de olhos fechados, o que não significa necessariamente que este é um filme ruim. Na verdade, é bem divertido.
                                     
A trama é centrada nos meninos Jorge (Kevin Hart) e Haroldo (Thomas Middletich) que tentam enfrentar Krupp (Ed Helms), o diretor mal humorado de seu colégio, pregando peças e pegadinhas nele e nos professores. Eles também passam o tempo livre criando histórias em quadrinhos envolvendo um super-herói chamado Capitão Cueca, que enfrenta o crime usando apenas suas roupas de baixo. Quando uma brincadeira deles passa dos limites e o diretor Krupp ameaça colocá-los em salas separadas, os meninos o hipnotizam para que ele pense ser o Capitão Cueca. Simultaneamente o novo professor da escola, o Prof. Fraldinhasuja (Nick Kroll), se revela um cientista do mal que quer acabar com o riso do mundo. Cabe aos garotos e o Capitão Cueca salvar o dia.


Não há outro jeito de dizer. Não faz o menor sentido que o diretor Krupp seja capaz de reproduzir a conduta e personalidade do Capitão Cueca só por causa do comando hipnótico, já que ele não sabia nada a respeito do personagem ou como ele se comportaria. Ainda assim não é algo que chegue a quebrar a imersão ou a suspensão de descrença, já que esse tipo de solução simplória acaba sendo coerente com o olhar ingênuo e infantil da narrativa, contada do ponto de vista das duas crianças protagonistas.

Por outro lado, acerta na construção da amizade de Jorge e Haroldo, mostrando como o laço que há entre eles os ajuda a enfrentar seus problemas na escola e superar as dificuldades. Se não tivessem um ao outro a dupla provavelmente teria dificuldade em lidar com esse ambiente escolar excessivamente cartesiano, pautado em decorar datas e fórmulas no qual há pouco espaço para criatividade e as crianças são jogadas de um lado para outro em atividades dirigidas sem espaço ou incentivo para descobrirem seus talentos, vocações e interesses.

Ocasionalmente o filme parece deixar de lado sua trama principal para simplesmente acompanhar Krupp/Cueca conforme ele vagueia pela cidade criando confusões, o que dá um tom disperso e episódico ao filme, que só não se torna aborrecido pela criatividade de suas situações cômicas. Da sinfonia de almofadas de pum a todo o segmento de Krupp em um parque de diversões, tudo é bem ágil, criativo e divertido. O mesmo pode ser dito das cenas envolvendo o vilão que diverte por sua sinceridade em ser uma caricatura sem vergonha de cientista louco, apresentando-se como tal até mesmo em sua entrevista de emprego.

Bastante carismático em termos visuais, conquista pelo seu visual colorido e pela inventividade com a qual explora as tecnologias criadas pelo vilão, do raio que faz crescer e encolher ao robô gigante em forma de privada. É também criativo no uso de diferentes formatos variando sua animação em computação gráfica com cenas envolvendo fantoches ou animação desenhada à mão.

Mesmo sem trazer nada de novo, As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme acaba divertindo pelo seu senso de humor ingênuo, visuais criativos e ao falar sobre a importância da imaginação e do senso de humor.


Nota: 6/10

Trailer

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