Uma mulher está em um piquenique com seu marido e filho quando simplesmente se levanta e esfaqueia brutalmente um homem até a morte. Parecendo estar fora de si, ela é contida pelo marido até que a polícia chega. Ela admite ter matado o homem, mas não consegue explicar o que a levou a isso, sua vítima era um completo desconhecido, nunca havia lhe feito nada, ela não tem nenhum histórico de doença mental ou agressividade e ainda assim matou um homem violentamente. O que teria levado Cora (Jessica Biel) a cometer o crime? Ela está sendo sincera ou escondendo algo? Estaria ela lúcida ou em um estado de surto? Essas e outras perguntas dão início à instigante série The Sinner que traz um exame complexo sobre culpa e crime. O texto a seguir pode conter alguns SPOILERS.
Boa parte do mérito da série
repousa sobre os ombros de Jessica Biel, se sua personagem não funcionasse
seria impossível embarcar nos dilemas que a narrativa propõe. Ela é serena e
lúcida durante boa parte do tempo, mas permite que percebamos severos traumas
sob a superfície de mãe de família pacata. Ela não foge à responsabilidade do
assassinato que cometeu, no entanto claramente esconde segredos da polícia.
Essa ambiguidade e incapacidade de sabermos se ela é uma mulher extremamente
traumatizada, uma sociopata fria enganando todos ou simplesmente alguém que
momentaneamente perdeu o controle torna Cora uma figura fascinante e cheia de
camadas, mantendo o nosso interesse durante os oito episódios da série.