A desenvolvedora Telltale já
tinha se aventurado no universo dos super-heróis com Batman: The Telltale Series e agora troca a DC pela Marvel com este
Guardiões da Galáxia: The Telltale Series.
Esta primeira temporada traz a mesma qualidade narrativa que tornaram famosos
os jogos do estúdio, ainda que a jogabilidade tenha sua parcela de problemas.
A trama envolve a busca por um
artefato místico chamado Eternity Forge (ou Forja da Eternidade) que pode
reviver pessoas mortas. O artefato está sendo visado por vários vilões como
Thanos e a kree Hala, cabendo aos Guardiões da Galáxia recuperar o artefato
antes que ele caia em mãos erradas.
Essa versão dos Guardiões não
está conectada aos recentes filmes da Marvel, mas claramente foi inspirada por
eles. Além do visual parecido de muitos personagens, como Rocket e Peter Quill,
estão presentes também a paixão de Quill por músicas pop antigas e o senso de humor do filmes. Além do senso de humor, a
narrativa está preocupada em como os Guardiões se mantêm unidos e funcionando
como um grupo apesar de suas personalidades conflitantes e é hábil em fazer o
jogador sentir o peso e a dificuldade que é manter esse bando de desajustados
unidos. As escolhas constantemente obrigam a escolher o lado de um em
detrimento do outro e saber equilibrar isso é importante para manter o espírito
da equipe.
Ao longo dos cinco episódios tive
várias chances de me conectar e construir relacionamentos com os diferentes
membros do grupo e conforme me aproximava mais deles e conhecia o passado
dolorido que eles tinham, encontrei inesperados momentos de emoção
(principalmente nos dois últimos episódios) conforme minha amizade com aqueles
personagens crescia. A trama e as escolhas da narrativa fazem um bom trabalho
em deixar o jogador imerso e se importar com o grupo, mesmo quando algumas
decisões pareciam dar no mesmo (como a escolha de destruir ou não a Forja).
A jogabilidade segue o mesmo
padrão "aponte e clique" dos demais jogos da Telltale, mas enquanto
que outros games como Batman: The Telltale Series ou Tales From The
Borderlands tentavam incorporar elementos de gameplay que eram tradicionais daqueles universos, Guardiões da Galáxia não tem
praticamente nada a acrescentar à fórmula. Sim, é possível usar as botas do
Peter Quill em alguns segmentos de exploração/investigação, mas é bem pouco
para diferenciar este jogo do resto da Telltale. As lutas e momentos de ação
seguem o estilo de quicktime events
e, embora idênticas aos demais jogos da desenvolvedora, são bem criativas,
divertidas e servem para evidenciar o trabalho em equipe do personagens.
Em uma trama sobre buscar
artefatos alienígenas acaba sendo uma pena que o jogador passe boa parte do
tempo em templos e ruínas que são sempre uns iguais aos outros. Boa parte dos
primeiros três episódios se passa em templos praticamente idênticos entre si, o
que dá uma incômoda sensação de repetição. Esse incômodo é piorado pelo fato de
alguns cenários apresentarem problemas com texturas que às vezes demoram de
carregar (joguei no PS4). Ocasionalmente as animações faciais também apresentam
problemas, por vezes parecendo dessincronizadas em relação à fala dos
personagens e em outros momentos parecendo simplesmente esquisitas.
Mesmo com alguns problemas
técnicos e seu pouco esforço para ir além da "fórmula Telltale", Guardiões da Galáxia: The Telltale Series
vale pela sua ótima narrativa que oferece risos, emoção e um desenvolvimento
competente de seus personagens.
Nota: 7/10
O jogo está disponível para PS4, Xbox One, PC e dispositivos móveis.
O jogo está disponível para PS4, Xbox One, PC e dispositivos móveis.
Trailer
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