quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Crítica - Guardiões da Galáxia: The Telltale Series

Análise Guardiões da Galáxia: The Telltale Series


Review Guardians of the Galaxy: The Telltale Series
A desenvolvedora Telltale já tinha se aventurado no universo dos super-heróis com Batman: The Telltale Series e agora troca a DC pela Marvel com este Guardiões da Galáxia: The Telltale Series. Esta primeira temporada traz a mesma qualidade narrativa que tornaram famosos os jogos do estúdio, ainda que a jogabilidade tenha sua parcela de problemas.

A trama envolve a busca por um artefato místico chamado Eternity Forge (ou Forja da Eternidade) que pode reviver pessoas mortas. O artefato está sendo visado por vários vilões como Thanos e a kree Hala, cabendo aos Guardiões da Galáxia recuperar o artefato antes que ele caia em mãos erradas.

Essa versão dos Guardiões não está conectada aos recentes filmes da Marvel, mas claramente foi inspirada por eles. Além do visual parecido de muitos personagens, como Rocket e Peter Quill, estão presentes também a paixão de Quill por músicas pop antigas e o senso de humor do filmes. Além do senso de humor, a narrativa está preocupada em como os Guardiões se mantêm unidos e funcionando como um grupo apesar de suas personalidades conflitantes e é hábil em fazer o jogador sentir o peso e a dificuldade que é manter esse bando de desajustados unidos. As escolhas constantemente obrigam a escolher o lado de um em detrimento do outro e saber equilibrar isso é importante para manter o espírito da equipe.

Ao longo dos cinco episódios tive várias chances de me conectar e construir relacionamentos com os diferentes membros do grupo e conforme me aproximava mais deles e conhecia o passado dolorido que eles tinham, encontrei inesperados momentos de emoção (principalmente nos dois últimos episódios) conforme minha amizade com aqueles personagens crescia. A trama e as escolhas da narrativa fazem um bom trabalho em deixar o jogador imerso e se importar com o grupo, mesmo quando algumas decisões pareciam dar no mesmo (como a escolha de destruir ou não a Forja).

A jogabilidade segue o mesmo padrão "aponte e clique" dos demais jogos da Telltale, mas enquanto que outros games como Batman: The Telltale Series ou Tales From The Borderlands tentavam incorporar elementos de gameplay que eram tradicionais daqueles universos, Guardiões da Galáxia não tem praticamente nada a acrescentar à fórmula. Sim, é possível usar as botas do Peter Quill em alguns segmentos de exploração/investigação, mas é bem pouco para diferenciar este jogo do resto da Telltale. As lutas e momentos de ação seguem o estilo de quicktime events e, embora idênticas aos demais jogos da desenvolvedora, são bem criativas, divertidas e servem para evidenciar o trabalho em equipe do personagens.

Em uma trama sobre buscar artefatos alienígenas acaba sendo uma pena que o jogador passe boa parte do tempo em templos e ruínas que são sempre uns iguais aos outros. Boa parte dos primeiros três episódios se passa em templos praticamente idênticos entre si, o que dá uma incômoda sensação de repetição. Esse incômodo é piorado pelo fato de alguns cenários apresentarem problemas com texturas que às vezes demoram de carregar (joguei no PS4). Ocasionalmente as animações faciais também apresentam problemas, por vezes parecendo dessincronizadas em relação à fala dos personagens e em outros momentos parecendo simplesmente esquisitas.

Mesmo com alguns problemas técnicos e seu pouco esforço para ir além da "fórmula Telltale", Guardiões da Galáxia: The Telltale Series vale pela sua ótima narrativa que oferece risos, emoção e um desenvolvimento competente de seus personagens.


Nota: 7/10

O jogo está disponível para PS4, Xbox One, PC e dispositivos móveis.

Trailer

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