Com um começo intenso em uma
longa sequência de ação quase toda em primeira pessoa, este sul-coreano A Vilã já mostra logo de cara que sua
força reside na sua pancadaria em ritmo desenfreado e o restante do longa faz
valer essa promessa ainda que tenha sua parcela de problemas.
A trama é centrada em Sook-hee
(Ok-Bin Kim), uma mulher que desde a infância foi treinada para ser uma
assassina. Ela é recrutada por uma agência que lhe propõe um acordo: depois
trabalhar para eles durante 10 anos, Sook-hee estará livre para fazer o que
quiser e retomar sua vida. Ela aceita, mas conforme progride em seu trabalho
acaba encontrando um homem de seu passado e isso coloca tudo em risco.
De início os cortes bruscos entre
o presente e os flashbacks da
protagonista causam algum incômodo e levam algum tempo para nos acostumarmos
com o modo seco com o qual o filme transita entre as duas temporalidades, mas
depois de algum tempo é possível se acostumar a essas escolhas estilísticas sem
muito problema. Por outro lado, o filme perde um pouco de ritmo ao tentar
complicar sua trama mais do que o necessário, tentando criar dúvidas sobre as
motivações e intenções dos vários personagens ao redor da protagonista e
durante um bom tempo há a impressão de que a narrativa está andando em
círculos.
Mesmo quando a trama se torna
desnecessariamente confusa, a protagonista ainda consegue dar estofo suficiente
para que nos importemos com ela e sua jornada de reparação e vingança.
Emocionalmente frágil e cheia de traumas, mas fisicamente irrefreável, ela é
alguém que sempre teve sua felicidade tirada de si à força e simplesmente
cansou disso, estando disposta a qualquer coisa para tomar o controle da
situação e eliminar qualquer um que a ameace.
O ponto alto do filme, no
entanto, são as cenas de ação aceleradas e cheias de violência gráfica. Com uma
câmera em constante movimento e frequentemente alterando de uma perspectiva de
terceira pessoa para uma de primeira pessoa seria muito fácil que o diretor Byung-gil
Jung perdesse o controle de toda brutalidade insana que estava filmando, mas
mesmo com a movimentação incessante da câmera a ação nunca perde sua coesão
espacial. O fato dele usar poucos cortes (ou usar truques de montagem para dar
a impressão de poucos cortes) contribui para esse senso de unidade e também
ajuda a dar intensidade e urgência aos sangrentos embates já que a câmera e a
montagem fazem tudo parecer que está ocorrendo em tempo real.
Com suas grandiloquentes e
aceleradas cenas de ação e uma boa protagonista, A Vilã oferece um competente conto sobre vingança, mesmo que sua
estrutura ocasionalmente atrapalhe o fluxo da trama.
Nota: 7/10
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