Quando todo ano acaba chega a
hora de fazer um balanço de tudo que aconteceu e isso não é diferente com
filmes. É aquele momento de ponderar sobre tudo que assistimos ao longo do ano
e pensarmos naquilo que 2017 teve de pior e melhor a oferecer. Como prefiro dar
más notícias primeiro, então começo meu balanço do ano com os piores filmes que
assisti ao longo do ano. A lista a seguir leva em conta os filmes lançados
comercialmente no Brasil, em cinema ou direto para vídeo, em 2017.
O primeiro já era muito ruim, mas
esse consegue ser ainda pior. Além da completa ausência de trama ou arco
narrativo que transforma o filme em um encadeamento de cenas que vão do nada ao
lugar nenhum com uma eventual cena de sexo, é um romance erótico sem
erotismo ou excitação. Tudo é frígido, mecânico, artificial e por vezes
vergonhoso. Na verdade, é tudo tão tosco e brega que é impossível não rir dos
diálogos ruins e situações ridículas e o fato de ter me feito rir quase que sem
parar é a única razão para que esse filme esteja tão baixo no neste top 10. Em
certo sentido, é a melhor comédia involuntária de 2017.
9) Dominação
Vocês já se perguntaram como
seria um filme que misturasse A Origem
(2010) e O Exorcista (1973), mas sem
as principais qualidades de ambos? Dominação
oferece uma resposta a essa pergunta, tendo você feito ou não, e o
resultado é completamente entediante. A narrativa se contradiz constantemente,
os personagens são vazios e as tentativas de assustar geram mais risos do que
medo.
Mais um daqueles filmes
catástrofes cheios de personagens unidimensionais desinteressantes, trama sem
sentido e cenas de destruição feitas em computação gráfica. Se alguns filmes
catástrofe ao menos conseguem criar um espetáculo com suas cenas de destruição,
esse nem isso consegue, não oferecendo nada para seu espectador apreciar.
Linha Mortal (1990) já não era lá um grande filme, mas este remake pega tudo que já não funcionava
muito bem no original e torna ainda pior. Se o filme de 1990 ainda tinha
personagens carismáticos interpretados por Kevin Bacon, Julia Roberts e Kiefer
Sutherland, aqui os personagens falham em despertar interesse. Os sustos são
previsíveis e não funcionam e o filme não consegue desenvolver a trama de modo
coerente.
6) Inseparáveis
Remake argentino do filme francês Intocáveis (2011), o filme chega a impressionar no quanto é similar
ao original e ainda assim não consegue fazer nada funcionar. Do mesmo modo que
aconteceu com o remake hollywoodiano
de Oldboy, tudo parece uma repetição
preguiçosa, piorada e sem brilho do original que sequer se esforça para
entender o motivo daquela história ter encantado tantas pessoas. Também da
mesma forma que o remake de Oldboy, os momentos em que ele se desvia
do material original são ainda piores, apresentando um humor baseado em
preconceitos e misoginia que não tem razão de existir.
Este quinto filme consegue
superar com folga o pavoroso segundo como o pior da franquia. A narrativa
simplesmente não faz o menor sentido, atores como Mark Wahlberg e Anthony
Hopkins atuam de maneira mais artificial e robótica do que os Transformers criados
em computação gráfica e as cenas de ação são uma coleção de imagens bagunçadas
e barulhentas que parecem feitas para causar epilepsia no espectador.
Filme feito para passar mensagens
positivas sobre valorização da vida, mas que derrapa em um texto equivocado,
que se complica para além do necessário e praticamente endossa práticas de
abuso psicológico ao dar aos sócios do protagonista tudo que eles queriam e
nenhuma consequência por suas ações. Além disso desperdiça um ótimo elenco com
frases de efeito empoladas que parecem inteligentes, mas no fundo não
significam nada.
3) Max Steel
Ninguém nem sabia da existência
disso aqui até que saiu o primeiro trailer anunciando que estrearia nos Estados
Unidos dentro de um mês. Você sabe que um filme é uma bomba quando nem a
distribuidora se interessa em divulgá-lo. O resultado é uma trama com mais
furos que um queijo suíço, um protagonista nulo, efeitos especiais toscos e
Andy Garcia passando uma das maiores vergonhas de sua vida em uma armadura que
parece feita de plástico barato.
Todo mundo já imaginava que Emoji: O Filme existe meramente como um
esforço publicitário, mas se os filmes do Lego conseguem entregar histórias
divertidas apesar de sua verve propagandística, porque não esperar que este
filme fizesse o mesmo? Infelizmente isso não acontece e o produto final é uma
publicidade cínica de aplicativos de celular que usa ocasionais frases de
efeito, sequestrando inclusive temas importantes como o feminismo, para parecer
que tem algo a dizer quando os arcos narrativos dos personagens contradizem
diretamente o arremedo de discurso que o filme tenta construir. Vazio,
estúpido, cínico e desonesto, Emoji: OFilme é uma síntese de tudo que há de errado com a indústria hollywoodiana.
1) Os Guardiões
Com o sucesso crescente de filmes
de super-heróis é de se imaginar que todo mundo tente tirar uma casquinha desse
filão. O horroroso Os Guardiões é uma
tentativa russa de construir sua própria franquia de super-heróis, mas é um
produto tão absolutamente incompetente que deixa a impressão de que os
realizadores nem conseguem compreender o motivo desses filmes atraírem tanta
gente. Parece que eles acharam que bastava inventar personagens com algum tipo
de poder (boa parte dos heróis do filme tem poderes pouco úteis, por sinal) e
colocá-los em cenas de ação cheias de computação gráfica (ruins, nesse caso)
sem qualquer preocupação em contar uma história que faça sentido, desenvolver
seus personagens ou construir um universo coeso. Apesar de ter somente cerca de
uma hora e meia, a experiência de assistir Os Guardiões é tão sofrida e dolorosa que o filme parece ter umas dezesseis
horas de duração.
Menções "honrosas"
E então, quais foram os piores filmes que vocês viram em 2017? Contem pra gente nos comentários
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