Com a chegada de um novo ano, é
sempre importante fazer um balanço do que passou e por isso resolvemos lembrar
dos filmes que mais gostamos ao longo de 2017. Para a presente lista foram
considerados os filmes lançados no Brasil em circuito comercial, nos cinemas ou
direto para vídeo, ao longo do ano.
15) Em Ritmo de Fuga
Com um trabalho primoroso de
edição e mixagem sonora, o diretor Edgar Wright faz uma estiloso, acelerado e
divertido filme de roubo.
14) Mãe!
Dividindo opiniões daqueles que
assistem, o mais recente filme de Darren Aronofsky é daqueles dos quais é
impossível sair indiferente da sala de cinema quando as luzes se acendem.
Intenso, provocador e aberto a múltiplas interpretações, é um filme que merece
ser conferido.
O diretor sul-coreano Park
Chan-Wook, responsável por Oldboy
(2003), tece mais uma competente trama de vingança ao contar a história de duas
mulheres que se rebelam contra um sórdido cotidiano de abuso sistemático.
12) Doentes de Amor
O comediante Kumail Nanjiani
interpreta a si mesmo nesta comédia dramática baseada na história real de como
ele começou a namorar com sua atual esposa. Uma trama sobre um homem
apaixonado cuja namorada entra em coma poderia render um dramalhão daqueles
feitos para forçar o público a chorar, mas o que esse filme faz resulta em uma
agridoce mistura entre comédia e drama cheia de afeto e sensibilidade bastante
genuínas.
11) Mulher Maravilha
Adaptações de quadrinhos com
protagonistas femininas raramente costumam resultar em bons filmes, mas Mulher Maravilha quebrou todas as
expectativas ao funcionar como uma excelente estreia nos cinemas da maior
heroína dos quadrinhos. Com uma personagem envolvente, ótimas cenas de ação e
uma trama capaz de abordar tanto seu lado guerreiro quanto sua faceta amorosa e
compassiva, o filme é até agora o melhor do universo compartilhado da DC nos cinemas.
10) Logan
Wolverine: Imortal mostrava que havia potencial para um excelente
filme solo do carcaju da Marvel, mas desperdiçava o material promissor com um
clímax caricato e exagerado. Logan,
por sua vez, abraça sem medo uma abordagem mais intimista e madura, se detendo
a entender quem é seu protagonista e como as décadas de luta e violência o
impactaram. Com uma estrutura que mistura road
movie e western, a narrativa
funciona como uma despedida cheia de fúria e emoção para a passagem do ator
Hugh Jackman pelo personagem.
9) Grave (Raw)
Lançado comercialmente no Brasil
direto para home video, este terror
francês usa o canibalismo como metáfora para a selvageria subjacente do ser
humano, para sua faceta mais imatura e destrutiva e nos lembra nos impulsos
primitivos que vivem dormentes sob nosso verniz de racionalidade.
Funcionando como uma mistura
entre Onde os Fracos Não Têm Vez
(2007) e Breaking Bad, o filme é uma
espécie de western contemporâneo
narrando a onda de roubos perpetrados por dois irmãos no oeste selvagem dos
Estados Unidos para poderem pagar as dívidas do pai doente e salvarem as terras
da família. Na melhor tradição do western,
é um conto sobre um ambiente brutal, no qual a sobrevivência e soberania
precisam ser conquistadas à força.
Um sublime estudo sobre a busca
por afeto e a importância de conexões afetivas para a experiência humana, o
filme do diretor Barry Jenkins tece uma delicada e bela trama de aceitação e
autodescoberta.
6) Martírio
O documentarista Vicent Carelli
traça um panorama amplo e consistente sobre o sistemático abandono e extermínio
da população indígena no Brasil, remontando às origens históricas da questão
indígena no país e como esses problemas sobrevivem na atual conjuntura
política.
Um doloroso estudo sobre luto e
como as marcas de uma grande perda são difíceis de superar. Sem dar saídas
fáceis ou epifanias regadas a frases de efeito, o filme permite que sintamos
todo o peso e desamparo experimentado por pessoas que perderam alguém próximo.
A atriz Michelle Williams acaba roubando o filme para si com praticamente uma
única cena na qual externa o turbilhão de sentimentos vivenciados por sua
personagem.
O diretor James Gray costuma
fazer filmes que remetem a clássicos de outrora. Em Z: A
Cidade Perdida ele dialoga com os antigos épicos desbravamento e
exploração, mas dá um olhar contemporâneo a uma estrutura familiar. É um filme
sobre a incapacidade humana de aceitar as diferenças e lidar com o outro,
constantemente concebendo o diferente como um inimigo a ser exterminado.
Uma carta de amor aos antigos
musicais que traz um certo olhar revisionista para os elementos típicos de um
dos gêneros mais longevos da indústria hollywoodiana. É tradicional sem ser tradicionalista, ser
nostálgico e ainda assim se desapegar do passado, ser romântico sem ter tolo ou
ingênuo.
Além da fascinante concepção
visual e estética futurista, essa continuação tardia para a célebre ficção
científica de Blade Runner (1982)
leva um passo adiante as discussões sobre consciência, natureza humana, realidade
e como dar sentido à vida em um mundo cada vez mais cheio de artificialidade.
1) Corra!
Com um clima constante de
inquietação e tensão, o diretor Jordan Peele deixa evidente para seu público
que há algo de muito errado, mesmo sem nos dizer exatamente o quê, quando um
jovem negro é levado para conhecer a família de sua namorada branca. Tudo isso
serve como uma contundente e poderosa metáfora sobre preconceito, tensões
sociais e subjugação da consciência negra por uma mentalidade dominante branca.
Menções honrosas:
E então, quais foram os seus melhores de 2017? Contem pra gente nos comentários!
Um comentário:
A trilha sonora é uma peça perfeita para Em ritmo de fuga. Sou uma fiel seguidora de Edgar Wright. Apesar de não ser um diretor tão reconhecido na indústria do cine, ele é um dos poucos que conseguem boas obras cinematográficas de ação graças ao seu grande profissionalismo. Deve ser por ele que grandes atores como Ansel Elgort querem participar nos seus filmes. Baby Driver filme é o mais recente dos seus trabalhos, um filme que é uma referência do gênero. Seus efeitos especiais estão incríveis, trilha sonora e atuações geram um resultado que consegue captar aos espectadores. Vi este filme por que amo aos atores que participam nele.
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