Gina (Blake Lively) é uma mulher
parcialmente cega que finalmente tem uma chance de voltar a enxergar quando se
submete a uma cirurgia em seu olho direito. A restauração de sua visão, no
entanto, começa a criar problemas em seu casamento conforme ela fica menos
dependente de seu marido, James (Jason Clarke). Poderia ser um estudo
interessante sobre a dissolução de um casamento ou sobre como depender de
alguém é diferente de amar alguém, mas o diretor Marc Forster resolve
transformar sua premissa interessante em um suspense psicológico raso, genérico
e com reviravoltas cada vez piores.
Se tem algo que o filme acerta, é
na construção visual que tenta nos fazer enxergar o mundo sob os sentidos
limitados de Gina. O filme usa diferentes lentes, filtros e efeitos digitais
para criar imagens surreais e ocasionalmente oníricas para nos transmitir a
experiência de Gina com o mundo. É tudo bem estilizado e criativo, mas é
lamentável que todo esse estilo esteja a serviço de um produto com tão pouca
substância.
Um dos principais problemas é que
desde o início fica óbvio que o casamento dos dois não está em uma boa situação
e é mais do que evidente que James aprecia a dependência de Gina em relação
ele. O personagem constantemente (e de maneira abusiva) cria situações para
lembrar a esposa de sua dependência, como o momento em que a deixa sozinha em
uma boate, observando-a de longe enquanto Gina desesperadamente procura por ele.
Gina, por sua vez, não tem nenhuma personalidade, sendo reduzida somente ao seu
problema de visão e não ajuda que Blake Lively e Jason Clarke não tenham
nenhuma química, jamais convencendo como um casal que está junto há tanto
tempo.
Perdido em suas invencionices
visuais, Marc Forster não percebe que sua narrativa esgota seus principais
temas lá pela metade da projeção e insiste em arrastar o filme por
desenvolvimentos que deveriam ser carregados de tensão, mas não funcionam.
Alguns, como a tentativa de James em sabotar o tratamento de Gina, são tão
óbvios que não tem possibilidade de produzir qualquer tensão, algo prejudicado
pelo fato de que não temos qualquer razão para nos importarmos com esses
personagens.
Outras reviravoltas são
simplesmente sem sentido, como a ação de James em simular uma invasão ao
apartamento para dar sumiço no cachorro de Gina (e é óbvio desde o início que
foi ele). Qual o objetivo dele com isso? E para quê ele precisava simular um
arrombamento? Não podia dizer que o cachorro morreu (ele era velho) ou que ele
correu quando ele abriu a porta ao chegar? Isso sem mencionar o destino final
de James, que soa tão gratuito que chega a provocar risos pela natureza
ridícula do desfecho.
Com personagens desinteressantes
e uma trama óbvia, permeada por reviravoltas cada vez mais absurdas, Por Trás dos Seus Olhos desperdiça uma
boa premissa e seu interessante estilo visual.
Nota: 3/10
Trailer
Pra mim tudo que li não foi uma crítica sobre o filme e sim uma opinião formulada, não quer dizer que o filme se tratava de tudo que o autor comentou, isso foi o que lhe foi transmitido, e muitas partes que li eram apenas opiniões, tragico pessoas que acham posts assim um trabalho, devia ter vergonha!
ResponderExcluirDe toda crítica subentende-se uma opinião
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