segunda-feira, 4 de junho de 2018

Crítica - Os Estranhos: Caçada Noturna


Análise Crítica - Os Estranhos: Caçada Noturna


Review - Os Estranhos: Caçada NoturnaOs Estranhos (2008) era um terror bem esquecível, tanto que eu nem lembrava da existência dele ou de tê-lo visto até ver os primeiros materiais de divulgação desta continuação tardia Os Estranhos: Caçada Noturna. O filme original surfava na onda do torture porn do início dos anos 2000 ao apresentar um trio de assassinos que atormentava uma família sem muita razão aparente, mas também sem usar esses eventos para propor qualquer tipo de reflexão sobre a violência cotidiana ou as representações das mesmas pelo cinema.

Esse segundo filme segue um molde similar, com a família encabeçada por Mike (Martin Henderson) e Cindy (Christina Hendricks) chegando a uma isolada casa de campo e sendo imediatamente perseguida por um trio de encapuzados. A família está em conflito, aparentemente por conta de uma ação da filha mais nova, e a viagem seria uma forma deles tentarem resolver os problemas antes que a filha partisse para um colégio interno.

Todo esse conflito é construído de maneira bem vaga, nunca explicitando o que exatamente aconteceu, tampouco fazendo qualquer esforço para transformar esse conflito em um arco dramático para seus personagens. Uma vez que os estranhos aparecem, todos os problemas não esquecidos e o texto nunca retorna a abordá-los. Isso nem seria um problema se houvesse uma tensão bem construída ou mortes chocantes e criativas, mas mesmo os momentos de terror não impressionam como deveriam.

O filme se apoia muito em sustos súbitos gratuitos e closes nas máscaras engraçadinhas usadas pelos assassinos como se essas imagens por si só fossem capazes de inspirar medo ou tensão. O diretor Johannes Roberts (do fraco Medo Profundo) tenta construir um clima similar aos filmes de terror oitentistas (em especial os feitos por John Carpenter), com paisagens enevoadas à meia luz que criam uma atmosfera sinistra, e até mesmo a fonte do título nos créditos iniciais remete a algo feito na década de oitenta. A estética, no entanto, não tem força para carregar o filme sozinha.

A tensão só começa a funcionar nos últimos minutos, a partir de um confronto em uma piscina iluminada sob luzes neon. A partir desse segmento a trama finalmente entrega a urgência que vinha faltando até então e há uma inegável catarse ao ver os membros restantes da família tentando virar o jogo em cima dos assassinos, mas esses poucos momentos não são o suficiente para fazer o filme valer à pena.

Superficialidade é que define Os Estranhos: Caçada Noturna. Com personagens rasos, momentos de terror pouco inspirados, pouco impactantes e que não tem muito a dizer sobre esses clichês cansados, o filme acaba desperdiçando sua boa construção estética.


Nota: 5/10  


Trailer

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