terça-feira, 31 de julho de 2018

Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Análise Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Review – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de NovoEntrei para assistir esse Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo sem saber o que esperar. Não havia muita necessidade de contar a juventude da personagem vivida por Meryl Streep no filme original e as principais músicas do Abba já tinham usado nos números musicais, então essa continuação/prelúdio não parecia ter muita razão de existir além de faturar em cima do anterior. Felizmente meus temores não se confirmaram e essa continuação se mostra tão divertida e encantadora quanto o primeiro.

A trama começa com Sophie (Amanda Seyfred) organizando a festa de inauguração do hotel que pertenceu a sua mãe. Conforme os convidados começam a chegar, Sophie vai descobrindo novas informações sobre a juventude Donna (Lily James) e como ela conheceu seus três pais.

Sendo simultaneamente uma continuação e um prelúdio, a trama constantemente alterna entre as duas temporalidades, mas a verdade é que nenhuma delas tem algo a dizer sobre essas personagens que já não tínhamos entendido no filme anterior. Tanto a jornada de Donna pela Europa quanto os perrengues de Sophie com o hotel parecem acontecer por eventos fortuitos e coincidências convenientes demais, como as tudo fosse por exigência do roteiro e não uma decorrência orgânica das ações dos personagens. A viagem ao passado também não tem muito a dizer que já não tenha sido dito sobre Donna.

Embora a trama seja quase inexistente, o filme conquista pelo carisma de seus personagens e pelo afeto verdadeiro que eles demonstram um pelo outro. Lily James é adorável como a jovem Donna, trazendo toda a energia, impetuosidade e doçura que se esperaria de uma mulher que fez três homens se apaixonarem por ela ao mesmo tempo. Por sua vez, Alexa Davies e Jessica Keenan Wynn conseguem ser fiéis à Rose e Tanya vividas por Julie Walters e Christine Baranski sem soar como uma mera imitação, injetando um carisma e senso de humor próprio em suas personagens.

No presente, o filme apresenta novos e pitorescos personagens como Cienfuegos (Andy Garcia), o charmoso “faz-tudo” do hotel de Sophie, e Ruby (Cher) a ausente e excêntrica mãe de Donna. Sim, é um pouco estranho escalar Cher para ser a mãe de Meryl Streep considerando que a cantora só é quatro anos mais velha que a atriz, mas vê-la interagindo com os demais personagens é tão divertido que rapidamente esquecemos dessa pequena incongruência.

Os números musicais continuam tão alegres e divertidos quanto no filme anterior. Há neles uma inerente cafonice, mas a produção sabe colocar isso a seu favor usando toda a cor, exuberância e exagero como uma celebração da música e dos laços familiares, resultando em performances que encantam e divertem com seu charme antiquado. Até mesmo canções que já tinham sido usadas no original conseguem dar vida a números divertidos graças a novos arranjos e à inventividade das coreografias.

Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo é mais do mesmo, mas é o raro caso em que um produto requentado consegue produzir o mesmo encantamento e diversão do antecessor.


Nota: 7/10


Trailer

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