sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Crítica – Donut County


Análise Crítica – Donut County


Review – Donut County
Feito pelo game designer Ben Esposito ao longo de 5 anos, Donut County remete ao aloprado Katamari Damacy (e suas continuações) em sua mecânica básica de arrastar um objeto pelo cenário coletando a maior quantidade possível de tralhas para aumentar o seu objeto e coletar mais tralhas. Se nos Katamari o jogador controlava uma bola, em Donut County controlamos um buraco no chão. Apesar de uma mecânica parecida, Donut County tem personalidade o suficiente para não ser uma mera cópia.

A trama é contada em flashbacks, com os cidadãos de Donut County vivendo em uma caverna subterrânea depois de terem caído nos buracos que estão aparecendo na cidade. A garota Mira confronta seu melhor amigo, o guaxinim BK, sobre a responsabilidade dele naquilo tudo. A trama é cheio de diálogos bem humorados que exploram as personalidades excêntricas dos habitantes da cidade. Esse senso de humor, junto com os visuais coloridos, ajuda a dar personalidade ao universo e a música tranquila confere uma qualidade relaxante ao gameplay.

A jogabilidade se desenvolve em fases autocontidas nas quais o objetivo é guiar seu buraco para “engolir” todos os objetos da área, de pequenas plantas a prédios inteiros. A cada objeto que cai no buraco, ele aumenta em diâmetro, permitindo engolir objetos cada vez maiores. As primeiras fases introduzem o jogador nessas mecânicas principais, mas conforme avançamos, as fases passam a conter alguns puzzles. Alguns envolvem combinar itens específicos no buraco, como uma fogueira e milho para expelir pipoca e atrair pássaros, outros envolvem a introdução de novas mecânicas, como a de arremessar objetos para fora dos buracos.

Os puzzles vão ficando mais complicados e aloprados conforme se avança, mas nunca chegam a representar um alto grau de desafio. É nesse aspecto que reside o principal problema de Donut County: ele é curto, levando cerca de duas horas para ser jogado do início ao fim. Sim, eu sei que é um jogo de trinta reais, mas minha reclamação nem é uma questão de custo/benefício. A questão é que justamente quando suas fases vão abraçando mais e mais as possibilidades malucas de sua premissa, o jogo chega ao seu fim.

Talvez isso seja um testamento da sua qualidade e do encantador universo que Ben Sposito conseguiu criar, mas a verdade é ele deixa um gosto de “quero mais” e como não há muito mais o que fazer depois de completar a história além de refazer as mesmas fases, fica a impressão de o jogo poderia oferecer algo mais no sentido de lhe dar um valor de replay.

Ainda assim, Donut County tem criatividade e bom humor suficientes para fazer a experiência valer a pena, sendo a melhor diversão que você pode ter enfiando coisas em um buraco para alargá-lo.

Nota: 7/10

Trailer

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