Feito pelo game designer Ben Esposito ao longo de 5 anos, Donut County remete ao aloprado Katamari
Damacy (e suas continuações) em sua mecânica básica de arrastar um objeto
pelo cenário coletando a maior quantidade possível de tralhas para aumentar o
seu objeto e coletar mais tralhas. Se nos Katamari
o jogador controlava uma bola, em Donut
County controlamos um buraco no chão. Apesar de uma mecânica parecida, Donut County tem personalidade o
suficiente para não ser uma mera cópia.
A trama é contada em flashbacks, com os cidadãos de Donut
County vivendo em uma caverna subterrânea depois de terem caído nos buracos que
estão aparecendo na cidade. A garota Mira confronta seu melhor amigo, o
guaxinim BK, sobre a responsabilidade dele naquilo tudo. A trama é cheio de
diálogos bem humorados que exploram as personalidades excêntricas dos
habitantes da cidade. Esse senso de humor, junto com os visuais coloridos,
ajuda a dar personalidade ao universo e a música tranquila confere uma
qualidade relaxante ao gameplay.
A jogabilidade se desenvolve em
fases autocontidas nas quais o objetivo é guiar seu buraco para “engolir” todos
os objetos da área, de pequenas plantas a prédios inteiros. A cada objeto que
cai no buraco, ele aumenta em diâmetro, permitindo engolir objetos cada vez
maiores. As primeiras fases introduzem o jogador nessas mecânicas principais,
mas conforme avançamos, as fases passam a conter alguns puzzles. Alguns envolvem combinar itens específicos no buraco, como
uma fogueira e milho para expelir pipoca e atrair pássaros, outros envolvem a
introdução de novas mecânicas, como a de arremessar objetos para fora dos
buracos.
Os puzzles vão ficando mais complicados e aloprados conforme se
avança, mas nunca chegam a representar um alto grau de desafio. É nesse aspecto
que reside o principal problema de Donut
County: ele é curto, levando cerca de duas horas para ser jogado do início
ao fim. Sim, eu sei que é um jogo de trinta reais, mas minha reclamação nem é
uma questão de custo/benefício. A questão é que justamente quando suas fases
vão abraçando mais e mais as possibilidades malucas de sua premissa, o jogo
chega ao seu fim.
Talvez isso seja um testamento da
sua qualidade e do encantador universo que Ben Sposito conseguiu criar, mas a
verdade é ele deixa um gosto de “quero mais” e como não há muito mais o que
fazer depois de completar a história além de refazer as mesmas fases, fica a
impressão de o jogo poderia oferecer algo mais no sentido de lhe dar um valor
de replay.
Ainda assim, Donut County tem criatividade e bom humor suficientes para fazer a
experiência valer a pena, sendo a melhor diversão que você pode ter enfiando
coisas em um buraco para alargá-lo.
Nota: 7/10
Trailer
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