sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Crítica – Spider-Man (PS4)


Análise Crítica – Spider-Man (PS4)


Review – Spider-Man (PS4)
Fazia tempo que os personagens da Marvel não recebiam um jogo digno de seu potencial, mas felizmente o exclusivo para Playstation 4 Spider-Man chega para mudar isso e faz pelo Amigão da Vizinhança o que os games da série Arkham fizeram pelo Batman.

Na trama, Peter Parker já é o Homem-Aranha há oito anos. Ele está separado de Mary Jane e agora trabalha como um cientista. Sua vida tanto parece estar entrando nos eixos, principalmente quando surge a oportunidade de prender Wilson Fisk, o Rei do Crime, e trazer um pouco de paz para a cidade de Nova Iorque. A prisão de Fisk, no entanto, acaba dando início a uma disputa de gangues por controle da cidade e o surgimento de novos vilões que irão testar ao limite as habilidades de Peter.

A primeira coisa a se notar é como jogo da desenvolvedora Insomniac, responsável pela franquia Ratchet & Clank, acerta a sensação de ser o Homem-Aranha. Se balançar entre os prédios usando as teias é quase como uma veloz dança aérea conforme a física realista do movimento pendular muda sua velocidade e altura do salto dependendo do momento em que você solta a teia. A câmera se aproxima e se afasta do personagem para dar essa sensação de ganho de velocidade e conforme progredimos no jogo, adquirimos novas ferramentas para explorar Nova Iorque ainda mais rápido.


O combate contribui para sentirmos a agilidade de lutar como o herói, com ele saltando, esquivando, atacando e usando suas teias para rapidamente despachar os inimigos. Assim como nos jogos da série Arkham, simplesmente apertar os botões de ataque não será o suficiente para vencer, sendo necessário saber os momentos certos de atacar, esquivar ou quais as vulnerabilidades de cada tipo de inimigo. A variedade de inimigos, de habilidades e gadgets ajuda a manter o frescor do combate ao longo do jogo, sempre dando ao jogador algo novo. As batalhas com chefes são grandiosas e empolgantes, mas estão distribuídas de maneira desigual ao longo da campanha, com a maioria delas primeiro e no terceiro capítulo do jogo.

Além de adquirir novos movimentos e equipamentos, a progressão no jogo também dá a oportunidade de criar novos trajes para o herói e cada um desses trajes vem com um novo poder. O interessante é que é possível equipar qualquer poder que você já tenha em qualquer traje já habilitado, permitindo que você não sacrifique seu visual preferido em prol de questões de jogabilidade. O traje também possui espaços para mods que servem para dar alguns bônus ao personagem, como aumento de defesa ou melhoria na furtividade.

A trama principal explora o peso da responsabilidade de ser Homem-Aranha e como isso afeta Peter Parker ou as outras pessoas ao redor dele, dando tanta atenção à vida normal do protagonista quanto aos seus feitos como herói. Típico das histórias do personagem, vemos Peter tentar equilibrar sua vida amorosa e profissional com seus feitos de vigilantismo e muitas vezes parece que esse malabarismo que ele faz com tantos aspectos de si parece prestes a ruir sobre seus pés.

A narrativa consegue nos envolver também com os personagens coadjuvantes, com Mary Jane sendo mais ativa nos eventos em seu papel de repórter e vilões como o Senhor Negativo tendo algum vínculo pessoal com Peter, ajudando a humanizar esses antagonistas. A história consegue nos fazer torcer e nos importar até por personagens “menores” como o policial Jefferson que ajuda o Homem-Aranha em determinado ponto.  Em alguns momentos o jogo nos faz controlar Mary Jane ou Miles Morales, contribuindo para a variedade do gameplay.

O jogo ainda apresenta algumas missões secundárias nas quais o Homem-Aranha ajuda os cidadãos de Nova Iorque com seus problemas ou a resolver crimes. Essas missões contribuem para o sentimento de que o personagem é realmente parte da comunidade da cidade e “Amigão da Vizinhança”, nos apresentando a vários sujeitos pitorescos. É uma pena que essas missões não sejam tão numerosas, já que o resto do conteúdo secundário são atividades bem típicas de games de mundo aberto, como desafios de combate, corridas contra o tempo, coleta de itens ou ativar torres para abrir o mapa.

Algumas, como fotografar marcos arquitetônicos da cidade, servem para desenvolver o universo misturando marcos reais de Nova Iorque como o Empire State com outros ficcionais como a Torre dos Vingadores ou o Sanctum do Doutor Estranho. Outras, como o trabalho de Peter no laboratório, fornecem divertidas distrações na forma de puzzles e também exploram outras facetas do personagem. Apesar de muitas atividades soarem genéricas, elas não chegam a ser cansativas por conta das excelentes mecânicas de combate e exploração. Completar essas atividades dá ao jogador materiais que servem para melhorar os equipamentos ou criar novos trajes, o que serve como um constante estímulo para que as completemos.

Em um ano marcados por uma série de exclusivos memoráveis como God of War e Ni No Kuni 2, Spider-Man é mais um excelente exclusivo para o Playstation 4 que acerta em verdadeiramente nos fazer sentir como seu personagem título graças à jogabilidade afiada e narrativa envolvente.

Nota: 9/10

Trailer

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