segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Crítica – Johnny English 3.0

Análise Crítica – Johnny English 3.0


Review – Johnny English 3.0
O primeiro Johnny English (2003) era uma comédia simpática, sem grandes pretensões que servia como entretenimento descartável. Não imagino que ninguém esperava que oito anos depois seria lançada uma continuação em O Retorno de Johnny English (2011), que não tinha muito a fazer além de repetir tudo que o primeiro já tinha feito. Duvido muito que alguém saiu da sessão do segundo extremamente ansioso por um terceiro filme, mas agora, sete anos depois, foi exatamente isso que aconteceu neste Johnny English 3.0.

Na trama, o governo britânico tem seus sistemas atacados por hackers, comprometendo as identidades de todos os agentes secretos. Para resolver a questão, a primeira ministra (Emma Thompson) pede que usem agentes inativos, que não tiveram suas identidades expostas. Assim, Johnny English (Rowan Atkinson, famoso como o Mr. Bean) retorna à ativa ao lado de seu fiel escudeiro Bough (Ben Miller) para dar conta da ameaça.

São poucos os momentos realmente inspirados, como quando English acidentalmente incendeia um resort francês. Na maioria dos casos as gags de humor físico são bem previsíveis e conseguimos vê-las chegando a quilômetros de distância. Humor é subversão de expectativas, é pegar uma situação e virá-la ao avesso, mas como sabemos exatamente o que acontecerá em cada trapalhada de English, o humor não se efetiva e as risadas muitas vezes não chegam.


Quando um agente dá a English uma caneta explosiva, já imaginamos que ele irá acidentalmente detoná-la na cara de um aliado, do mesmo modo que quando alguém indaga ao protagonista se não seria melhor abastecer o carro, já imaginamos que ele ficará sem combustível no meio de uma perseguição importante. Como tudo é tão claramente telegrafado, o filme carece de um senso de imprevisibilidade ou absurdo, com boa parte das situações resultando em uma obviedade entediante.

Atkinson traz a característica ingenuidade estúpida de Johnny English, mas por mais simpatia que o comediante consiga evocar, ele não tem como contornar a natureza inane de boa parte das situações cômicas construídas ao redor de seu personagem. Emma Thompson não tem praticamente nada a fazer como a desesperada primeira ministra, enquanto que Jake Lacy repete o mesmo tipo de vilão caricato e sem graça que já tinha feito no fraco Rampage: Destruição Total (2018). Aliás, a reviravolta que revela a identidade do vilão não causa surpresa alguma.

Johnny English 3.0 mostra que os filmes do trapalhão agente britânico já se esgotaram criativamente, não tendo nada a oferecer além de piadas manjadas com gosto de janta velha requentada.

Nota: 3/10


Trailer

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