sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Crítica – Sala Verde


Análise Crítica – Sala Verde


Review – Sala Verde
Uma banda de punk rock sai em turnê pelo interior dos Estados Unidos. Eles estão com pouco dinheiro e seu mais recente show foi cancelado. Sem dinheiro, aceitam ir tocar em um bar neonazista. Lá, acabam testemunhando um assassinato e os nazistas, liderados por Darcy (Patrick Stewart), decidem que eles não devem sair do local com vida. Assim, a banda inicia uma tensa luta por sobrevivência.

É um fiapo de trama, com pouco desenvolvimento de personagem, mas que consegue usar seus poucos espaços para criar com eficiência um clima de tensão e suspense. Boa parte da trama se passa dentro do camarim do bar, no qual a banda se tranca e tenta negociar a saída com os nazistas e a tensão vai crescendo conforme fica claro que os donos do local não deixarão músicos saírem vivos dali.

Apesar de dar pouco tempo para desenvolver seus personagens, os primeiros minutos conseguem ao menos nos levar a nos importarmos com eles. Começando com o carro deles em uma plantação de milho, o início nos mostra a situação de perrengue e poucos recursos dos músicos, sendo fácil simpatizar com eles. Além disso os integrantes da banda, Pat (Anton Yelchin), Sam (Alia Shawkat), Reece (Joe Cole) e Tigger (Callam Turner) são convencem do companheirismo e camaradagem entre eles.

A violência é bastante gráfica, com barrigas sendo abertas e rostos explodindo com tiros de escopeta, mas a trama nunca recorre a isso em excesso Na verdade, são poucos os momentos em que o conflito se torna diretamente físico e a brutalidade irrompe. Boa parte do filme funciona como um tenso xadrez entre a banda barricada dentro do bar e os nazistas do lado de fora, conforme os dois lados montam duas defesas ou estratégias de ataque avaliando a conduta do outro lado. Os músicos são criativos em sua defesa, com microfones e caixas de som sendo usados para desorientar inimigos, armas sendo improvisadas e cadáveres são utilizados como isca.

Dessa forma, a violência nunca chega a ser banalizada ao ponto de perder seu impacto, servindo como um duro lembrete do que ocorrerá com os protagonistas caso eles falhem em seu embate com os nazistas. Patrick Stewart dá um pragmatismo frio a Darcy, um vilão que parece estar sempre calmo e sempre no controle e a tranquilidade com a qual ele comanda seus aliados para assassinarem os músicos é a principal razão dele ser um vilão tão assustador. Ele é alguém sem qualquer reserva moral, um sujeito que fala sobre tortura ou assassinato como se falasse de algo extremamente trivial. Outro destaque é Imogen Poots como a punk Amber, que começa como uma garota assustada e aos poucos vai se tornando a mais engenhosa sobrevivente.

Desta maneira, mesmo sendo narrativamente simples, Sala Verde conquista pela sua habilidade na construção do suspense, aproveitando seus poucos espaços para criar um clima claustrofóbico.


Nota: 7/10


Trailer

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