quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Crítica – The Sinner: 2ª Temporada


Análise Crítica – The Sinner: 2ª Temporada


Review – The Sinner: 2ª Temporada
The Sinner tinha sido inicialmente anunciada como uma minissérie, mas diante do sucesso obtido, a emissora anunciou que faria uma segunda temporada. Por melhor que tivesse sido a série, não fiquei exatamente empolgado, afinal a história de Cora (Jessica Biel) se encerrava perfeitamente. Informações posteriores me deixaram um pouco mais esperançoso quando soube que a segunda temporada de The Sinner não seria uma continuação da trama de Cora, mas um crime totalmente novo e o único personagem que continuaria seria o detetive Ambrose (Bill Pullman).

A segunda temporada é centrada no garoto Julian (Elisha Hennig) que aparentemente mata os pais durante uma viagem em família. A natureza pouco usual do crime faz a policial Novack (Heather Paul) pedir ajuda de Ambrose, que é um velho amigo de seu pai. Assim, a dupla começa a investigar os motivos que teriam levado o garoto a envenenar os pais, mas o mistério os leva a uma isolada comunidade alternativa com ares de culto liderada pela misteriosa Vera (Carrie Coon).

Se a força da primeira temporada residia no trabalho cheio de ambiguidade de Jessica Biel, aqui boa parte do impacto recai nos ombros de Carrie Coon. Vera caminha por uma linha tênue entre uma riponga que só que ser deixada em paz em sua comunidade isolada e uma manipuladora líder de culto capaz de dobrar qualquer um aos seus desígnios. Sua preocupação por Julian constantemente nos deixa incertos quanto à motivação. Por mais que ela exiba um afeto genuíno pelo menino, ela sempre nos deixa com a impressão de que sabe mais do que conta, nos fazendo pensar se o desejo de soltar Julian também não está ligado ao fato de não querer que o garoto fale demais sobre a comunidade. Falando em Julian, o jovem ator Elisha Hennig surpreende com a complexidade que dá ao personagem, evidenciando a instabilidade e vulnerabilidade de Julian, sempre deixando em suspense o que levou o menino a matar dois adultos.

A ideia de que o culto de Vera está tem alguma ligação direta com os atos de Julian é construída pelas imagens macabras dos rituais de cura e libertação feitos lá, especialmente os que envolvem Vera e o misterioso monólito que ela guarda dentro de um celeiro. Nesses momentos a série flerta com o horror, gerando tensão ao deixar incerto se há um componente sobrenatural nisso tudo ou se é apenas uma manipulação bem engendrada.

As questões de culpa e “pecado” continuam sendo uma temática presente aqui. Há a culpa carregada por Vera a respeito de segredos do passado de sua comunidade, a culpa da policial Novack em relação ao sumiço de uma antiga namorada (que obviamente está conectado com a comunidade de Vera) e também a culpa carregada pelo detetive Ambrose em relação a uma tragédia de seu passado. Assim como na temporada anterior, a série mostra como muito dessa culpa é construída pelos erros ou problemas com os pais e como eles deixam cicatrizes que as pessoas carregam pelo resto da vida. Nesse sentido, essa nova temporada não tem muito a dizer que a primeira já não tenha dito, perdendo a oportunidade de explorar outras facetas da culpa.

De certa forma, a segunda temporada de The Sinner acaba oferecendo mais do mesmo, mas a condução do mistério e os personagens ambíguos contribuem para uma experiência envolvente.

Nota: 7/10

Trailer

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