quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Análise Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Review – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano
Detetives do Prédio Azul: O Filme, que levava aos cinemas a série do canal infantil Gloob, era uma aventura simpática, ainda que simples. Esse segundo filme não faz muito para ir além do anterior, mas continua a apresenta uma trama leve, imaginativa e lúdica.

A narrativa continua a acompanhar o trio de detetives mirins Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henriques Motta). Dessa vez o grupo precisa viajar até a Itália (daí o título do filme) para desvendar o sumiço das crianças de seu prédio que foram sequestradas pelos bruxos Máximo (Diogo Vilela) e Mínima (Fabiana Karla), que querem usar o canto das crianças para atingirem a imortalidade. Na missão, o grupo de pequenos investigadores contará com a ajuda do avô (Antonio Pedro) de Pippo.

Tal como antes, a trama continua a costurar bem a junção da trama investigativa com elementos de fantasia e sobrenatural. Se quando eu escrevi sobre o primeiro filme mencionei o quanto isso era tributário de narrativas como a do Scooby Doo ou Josie e as Gatinhas (antes do reboot mais sério e sombrio em Riverdale), este segundo filme se aproxima ainda mais dessas referências. O castelo italiano com quadros cujos olhos se movem parece saído diretamente de um episódio do Scooby Doo e o trio de detetives agora tem uma banda na qual Sol toca bateria usando uma tiara com orelhinhas ao melhor estilo Josie.

A investigação coloca o trio de protagonistas para decifrar símbolos, coletar pistas e resolver enigmas. Não chega a ser uma trama investigativa labiríntica ou complexa (nem precisava ser), mas fornecem aos pequenos elementos que estimulam habilidades de raciocínio lógico ou criptografia que dão um caráter lúdico à narrativa sem soar excessivamente didático ou parecer que estamos vendo uma videoaula. Esse esforço lúdico em bem vindo em um cenário de produções infantis que constantemente subestimam a inteligência ou atenção da garotada.

Falta, no entanto, algum senso de perigo ou urgência na investigação. Em um momento o filme nos informa que se os garotos não pegarem os bruxos, seus pais ficarão paralisados para sempre, mas como isso é definido de modo vago nunca há a sensação de eles estão de fato correndo contra o tempo. Isso melhora um pouco perto do final, quando o avô de Pippo é afetado pelos vilões, mas acaba sendo muito pouco, muito tarde.

Diogo Vilela e Fabiana Karla são vilões divertidos, mas que não chegam a soar como uma ameaça, sendo atrapalhados pelo roteiro que entrega uma vitória fácil aos protagonistas. Uma pena, já que ambos poderiam render ótimos vilões se pudessem explorar o lado mais ameaçador (como muitos vilões de animações da Disney) ao invés de ter essa faceta mais perigosa constantemente atenuada com humor.

Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano pode não reinventar as próprias fórmulas, mas ainda assim entrega uma aventura capaz de entreter e estimular o público infantil.


Nota: 6/10

Trailer

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