É sempre importante fazer um balanço do ano que passou e
pesar as coisas boas e ruins que vivenciamos ao longo deste período. Como já
fizemos nossa lista dos piores filmes de 2018, agora é a vez de pensarmos em
quais foram os melhores filmes do ano que passou. A lista leva em conta apenas
filmes que tiveram lançamento comercial no Brasil em 2018, seja nos cinemas ou
direto para vídeo e streaming. Vamos
a eles!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Crítica – Bumblebee
Depois de ir piorando progressivamente a cada um de seus
cinco filmes e chegando ao fundo do poço no péssimo Transformers: O Ùltimo Cavaleiro (2017), que inclusive rendeu
abaixo do esperado, deixando evidente que a franquia precisava se reinventar se
quisesse continuar relevante. Este Bumblebee
acaba sendo o exato respiro criativo que o universo precisava, tanto em
termos narrativos quanto em termos estéticos, já que o diretor Michael Bay,
responsável por todos os filmes dos Transformers até então, sai para dar lugar
a Travis Knight (que comandou a animação Kubo
e as Cordas Mágicas) e a troca traz uma notável diferença.
A trama se passa na década de oitenta e é centrada na garota
Charlie (Hailee Steinfeld). Prestes a completar dezoito anos, ela quer ganhar
um carro de aniversário, mas sua família não tem condições. Tudo muda quando
ela acha um Fusca amarelo em um ferro-velho e decide consertá-lo, descobrindo
que o veículo era um Transformer danificado que tinha caído na Terra tempos
atrás. Assim, a jovem começa a construir uma amizade com Bumblebee (voz de
Dylan O’Brien) ao mesmo tempo em que ambos ficam na mira da perigosa Decepticon
Shatter (voz de Angela Bassett), que está em busca de Bumblebee para obter a
localização dos demais Autobots.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Reflexões Boêmias – Piores Filmes de 2018
Com todo final de ano e começo de um novo chega o momento de
fazer um balanço de tudo que passou. Como de costume, decido começar minha
retrospectiva pelos piores porque, bem, melhor dar as más notícias primeiro,
então aqui vão as piores coisas que lamentavelmente assisti e foram lançadas comercialmente no Brasil em 2018.
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
Crítica – O Retorno de Mary Poppins
Não imaginei que a Disney faria outro filme com a babá Mary
Poppins, afinal é notório que a escritora P.L Travers não gostou do que Walt
Disney fez com sua personagem no filme de 1964 estrelado por Julie Andrews, uma
história que também já foi contada nos cinemas em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), ainda que o filme
alivie um pouco as animosidades entre Travers e Disney. A questão é que o
estúdio conseguiu fazer um acordo com o espólio da escritora e assim chegamos a
este O Retorno de Mary Poppins.
Na trama, as crianças Banks do primeiro filme já estão
adultas. Michael (Bem Winshaw) é um pai viúvo de três crianças e está prestes a
perder a casa, enquanto Jane (Emily Mortimer) é uma líder sindical que tenta
organizar os trabalhadores durante o período de crise econômica. Assim, Mary
Poppins (Emily Blunt) mais uma vez aparece na vida dos Banks, dessa vez sendo
auxiliada por Jack (Lin-Manuel Miranda) um trabalhador que cuida das lamparinas
das ruas.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
Crítica – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver
Comando Silver é o
terceiro e último DLC para Marvel’s Spider-Man e tinha a missão de trazer um desfecho às histórias iniciadas em
O Assalto e Guerras Territoriais, encerrando todos os arcos de personagem enquanto
pavimentava os rumos para novas narrativas em uma possível (e talvez
inevitável) continuação.
A trama continua onde a expansão anterior parou, com o
gângster Cabeça de Martelo escapando depois de ser dado como morto e a capitã
Yuri Watanabe sendo afastada depois de tentar assassinar o criminoso. Agora,
Peter precisa descobrir onde o vilão se esconde ao mesmo tempo que precisa
lidar com o retorno de Silver Sable, que não está nem um pouco feliz com o fato
de Cabeça de Martelo ter roubado seu equipamento.
domingo, 23 de dezembro de 2018
Crítica – Bird Box
Uma mulher e duas crianças caminham vendadas em meio a uma
floresta tomada por um nevoeiro. A mulher alerta as crianças para não tirarem
as vendas, pois se verem as criaturas invisíveis que tomaram nosso mundo,
correm o risco de morrer. No papel a premissa de Bird Box parece risível, mas funciona melhor na prática. A questão é que a
trama se pretende a um exame da erosão da sociedade diante de um ambiente
apocalíptico e também a uma metáfora sobre a maternidade e faz as duas coisas
apenas superficialmente.
Malorie (Sandra Bullock) está grávida e tem dúvidas se
conseguirá amar e criar vínculo com a criança que irá nascer. Em meio a esses
questionamentos, o mundo é tomado por um surto de insanidade, com pessoas
enlouquecendo e se matando aparentemente sem razão alguma. Não demora a
descobrirem que a razão de tudo isso são criaturas que, quando vistas, levam a
pessoa à loucura. A trama alterna duas temporalidades, o presente no qual
Malorie viaja com duas crianças através de um rio e o passado, com ela ainda
grávida refugiada em uma casa com outros sobreviventes.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
Lixo Extraordinário – Salvando o Natal
Estrelado pelo ex-ator mirim Kirk Cameron, famoso em sua
juventude por conta da série Tudo em
Família e que hoje se tornou uma espécie de televangelista, este Salvando o Natal promete em seu pôster
“trazer Cristo de volta ao Natal”. Imaginei que com isso o filme quisesse
criticar o consumismo das festas natalinas e resgatar a essência da fé cristã
que se perdeu nas comemorações da festa. Eu estava errado, eu estava muito, muito
errado. O que ele apresenta é uma visão delirante e equivocada sobre os
significados da festa, mas nem é só isso que o torna abominável.
O filme abre com Kirk sentado diante de uma poltrona falando
sobre as festas natalinas e logo após uma breve fala sobre o Natal ser uma
época de caridade e oração ele mostra o real intento do filme, entregando um
longo discurso sobre como as comemorações natalinas estariam “sob ataque” ou
sendo ameaçadas por pessoas que não gostam ou não entendem o significado das
festas.
Ora, os Estados Unidos são uma nação formada por puritanos
cristãos, as notas de dólar trazem a mensagem “in God we trust” (em Deus confiamos) escrita nelas, o juramento à
bandeira menciona o fato do país ser “uma nação sob Deus, indivisível”, e assim
é difícil comprar a ideia de que o cristianismo é de algum modo um grupo
perseguido. Cristãos são um grupo social hegemônico, que determina padrões e
normas, tanto lá quanto aqui no Brasil. Desta forma, tentar argumentar sobre
perseguição é uma dissonância cognitiva com a realidade ou pura desonestidade
intelectual, mesmo se considerarmos que está havendo uma perda de hegemonia, já
que isso seria muito diferente de ser perseguido ou intimidado.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
Crítica – Minha Vida em Marte
Os Homens São de Marte
e é Pra Lá Que Eu Vou (2014) era uma comédia morna, excessivamente colada
nos clichês do gênero, mas obteve sucesso suficiente para render uma
continuação neste Minha Vida em Marte,
que apresenta uma trama difusa e que perde de vista sua protagonista.
O casamento entre Fernanda (Mônica Martelli) e Tom (Marcos
Palmeira) esfriou. Eles mal conversam, mal transam e só dialogam para falar
sobre a filha. A falta de interação entre os dois leva Fernanda a conversar com
o amigo Aníbal (Paulo Gustavo) e repensar a relação.
Assistindo o filme, a impressão é que Paulo Gustavo entrou
armado no set e tomou toda a produção
de refém, já que seu personagem, que deveria ser o típico melhor amigo
engraçadinho, acaba tendo mais espaço e mais falas do que a própria
protagonista do filme. Não importa qual o teor da conversa ou quão dramática,
Aníbal sempre tem longos comentários venenosos a fazer sobre o que quer que
esteja ao seu redor, mesmo que não faça nenhum sentido que aquilo fosse dito na
situação, como nos momentos em que ele faz comentários maldosos para as
clientes de sua empresa de eventos, o que é mais grosseiro do que engraçado.
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Crítica - Roma
O Roma do diretor
mexicano Alfonso Cuarón não trata da capital italiana, pegando seu título da
Colônia Roma, área de classe média da Cidade do México na qual o diretor
cresceu. É, portanto, um trabalho que se pretende a algo memorialista,
remetendo a experiências de infância do diretor e construindo uma sensação de
estarmos acompanhando experiências cotidianas.
A história dessa família de classe média é contada sob a
ótica de Cleo (Yalitza Aparicio) uma das empregadas dessa família de classe
média cujos filhos dos patrões a consideram quase como uma segunda mãe. A trama
acompanha o cotidiano dessa família bem como a vida de Cleo e as transformações
que vão ocorrendo nesse núcleo familiar. Se inicialmente a trama parece romantizar
excessivamente a relação de trabalho de Cleo com a família que a emprega, em
sua segunda metade esse incômodo é atenuado quando a trama passa a ser sobre a
solidão feminina, com tanto Cleo e a patroa abandonadas pelos respectivos
companheiros não tendo o apoio de mais ninguém exceto uma da outra.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Crítica – South Park: 22ª Temporada
A vigésima segunda temporada de South Park começou abordando o polêmico tema dos tiroteios em
escolas. A escolha criou controvérsia antes mesmo do episódio ser exibido, com
muita gente questionando como a série faria comédia em cima de algo tão trágico
e, na verdade, eles se saíram muito bem ao abordar o tema. A série extrai a
comédia não do tiroteio ou das mortes em si, mas da banalização que é feita ao
redor desse tipo de evento e da inação em tentar fazer algo para coibi-lo.
O ridículo e o absurdo emergem de como esses tiroteios foram
absorvidos no cotidiano das pessoas que, ao saber de um novo massacre, anunciam
que seus “pensamentos e orações” estão com as vítimas apenas para continuar
suas atividades como se nada tivesse acontecido. O episódio ainda traz uma
subtrama envolvendo Cartman e Token sobre o fato de Cartman não ter gostado do
filme Pantera Negra, o que é uma
piada recorrente durante toda a temporada. Eu imagino que a intenção tenha sido
parodiar as comunidades de fãs que não aceitam opiniões divergentes e atacam
com fúria virulenta qualquer um que pense diferente, mas a temporada acaba não
tendo nada a dizer sobre isso e apenas repete várias vezes a fala de Cartman de que o filme não é tão bom assim.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Crítica – Henfil
Famoso por seu trabalho como cartunista, mas tendo também
atuado como escritor, dramaturgo e até diretor de cinema, Henfil é uma figura
importante para a história política e cultural brasileira cuja trajetória
precisa ser examinada e conhecida. O documentário Henfil faz exatamente isso e é bem sucedido em evitar as armadilhas
comuns deste tipo de filme.
A trama é contada a partir da pesquisa de estudantes de
animação que pesquisam a vida e obra de Henfil para fazer um curta animado
sobre seus mais famosos personagens. A partir disso o público vai conhecendo o
cartunista a partir da pesquisa realizada pelos animadores. Com isso, o filme
se afasta dessa estrutura tradicional de apenas intercalar entrevistas e
imagens de arquivo, colocando o público para acompanhar a experiência de
aprendizado da equipe de animação, o manuseio que eles fazem das artes de
Henfil e as visitas de outros cartunistas, como Ziraldo e Jaguar, que vão ao
estúdio comentar sobre a obra do biografado.
Claro, ainda estão presentes as entrevistas estáticas e
imagens de arquivo, mas tudo é organizado sob o enquadramento dessa pesquisa
dos animadores cuja intenção não é apenas conhecer os eventos da vida de
Henfil, mas a gênese do seu gesto criativo. Entender porque ele produzia
charges e cartuns sobre determinados temas e também qual a razão dele fazê-las
do jeito que fazia, as suas escolhas estéticas, o tipo do traço e outros
elementos.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano
Detetives do Prédio Azul: O Filme, que levava aos cinemas a série do canal infantil Gloob, era uma aventura simpática, ainda que
simples. Esse segundo filme não faz muito para ir além do anterior, mas
continua a apresenta uma trama leve, imaginativa e lúdica.
A narrativa continua a acompanhar o trio de detetives mirins
Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henriques Motta).
Dessa vez o grupo precisa viajar até a Itália (daí o título do filme) para
desvendar o sumiço das crianças de seu prédio que foram sequestradas pelos
bruxos Máximo (Diogo Vilela) e Mínima (Fabiana Karla), que querem usar o canto
das crianças para atingirem a imortalidade. Na missão, o grupo de pequenos investigadores
contará com a ajuda do avô (Antonio Pedro) de Pippo.
Tal como antes, a trama continua a costurar bem a junção da
trama investigativa com elementos de fantasia e sobrenatural. Se quando eu
escrevi sobre o primeiro filme mencionei o quanto isso era tributário de
narrativas como a do Scooby Doo ou Josie e as Gatinhas (antes do reboot mais sério e sombrio em Riverdale), este segundo filme se
aproxima ainda mais dessas referências. O castelo italiano com quadros cujos
olhos se movem parece saído diretamente de um episódio do Scooby Doo e o trio de detetives agora tem uma banda na qual Sol
toca bateria usando uma tiara com orelhinhas ao melhor estilo Josie.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Crítica – Aquaman
Depois da recepção abaixo do esperado de Liga da Justiça (2017) ficava claro que
o modelo do diretor Zack Snyder para os heróis da DC não era mais
comercialmente viável. O diretor teve três chances nesse universo e todas as
três obtiveram um resultado morno, embora alguns estúdios ainda tenham tentado
copiar equivocadamente esse formato como o péssimo Robin Hood. Este Aquaman
tinha a missão de mostrar que o universo DC poderia se sustentar sem o diretor
e construir em cima das promessas deixadas em Liga da Justiça.
É curioso que enquanto muitos blockbusters recentes, como o já citado Robin Hood, tentam copiar essa estrutura dark e sisuda, o chamado universo compartilhado da DC nos cinemas (que começou
em O Homem de Aço) só obteve sucessos
incontestes quando foi na contramão disso, abraçando a fantasia e aventura em Mulher Maravilha (2017), e agora tenta ser bem sucedido ao fazer um filme com um quê de matinê dos anos 30 e espírito de uma aventura de capa e espada (ou tridente) neste Aquaman.
Na trama, Arthur (Jason Momoa) é filho de um humano, Tom
(Temuera Morrison), com a rainha Atlanna (Nicole Kidman), monarca da nação
submarina de Atlântida. Arthur cresce na superfície, alheio ao que acontece em
Atlântida, mas quando o seu meio-irmão, o rei Orm (Patrick Wilson) decide
declarar guerra à superfície, ele se junta à princesa Mera (Amber Heard) e ao
conselheiro Vulko (Willem Dafoe) para deter a guerra iminente e, para isso,
precisam recuperar o tridente perdido de Atlan, primeiro rei de Atlântida.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Crítica – Mogli: Entre Dois Mundos
A jornada de Mogli:
Entre Dois Mundos para chegar a ser exibido ao público não foi fácil. O
projeto, dirigido pelo ator Andy Serkis, foi anunciado pela Warner quase que ao
mesmo tempo em que a Disney divulgava um remake
com atores da animação Mogli: O Menino
Lobo. Os dois filmes estavam marcados para estrear no mesmo ano, mas a
Warner preferiu adiar sua versão a competir com a encarnação mais famosa da
Disney. Um ano passou e nada de Mogli:
Entre Dois Mundos estrear até que em 2018, quase dois anos depois da data
marcada para sua estreia, foi anunciado que a Netflix comprou o filme da Warner
e o distribuiria mundialmente em seu serviço de streaming.
Dada a demora em levar o filme ao público e a eventual
desova dele na Netflix pelo estúdio, a impressão é que a Warner estava querendo
se livrar de um potencial fracasso financeiro e diminuir suas perdas com filme,
tal qual a Paramount fez ao largar o péssimo The Cloverfield Paradox (2018) no colo da Netflix. A impressão se confirma
ao assistir o filme, pois embora ele não seja uma bomba insuportável de
assistir, tem poucos atributos para realmente envolver o público, sendo uma
experiência apática.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Crítica – NBA 2K19
Jogos de esporte não são exatamente o meu forte, mas meu
interesse por basquete acabou me motivando a conferir este NBA 2K19. A experiência foi relativamente positiva e eu encontrei
um complexo e detalhado jogo de basquete, ainda que alguns problemas em termos
de progressão atrapalharam a experiência.
A primeira coisa que chama a atenção é o quanto o jogo
acerta ao reconstruir o estilo e o clima de uma partida da NBA. Dos modelos
fiéis aos jogadores e quadras reais que reproduzem, às faixas de comentários ao
longo das partidas e ao pré e pós show exibidos ao final de cada partida da
campanha principal, tudo trabalha para te deixar imerso no sentimento de que o
jogador de fato está fazendo parte de uma partida de basquete profissional.
O jogo traz uma variedade de modos e talvez aquele que
inicialmente traz os jogadores, em especial alguém como eu que não tem muita
experiência com os games da série NBA 2K, é o modo MyCarreer que funciona como
a campanha principal do jogo. Nela, o usuário cria seu próprio personagem, um
jogador iniciante com a alcunha de A.I para acompanhar suas tentativas de ter
sucesso na NBA. A história me surpreendeu pela qualidade do roteiro, cheio de
reviravoltas e dramas que me fizeram me importar com A.I a despeito da conduta
ocasionalmente petulante e imatura do personagem. Existem alguns momentos em
que o jogo te dá a opção de escolher o diálogo do personagem, mas a maioria
delas teve pouco impacto na narrativa.
God of War é o grande vencedor do Video Game Awards
O Video Game Awards, maior premiação de games dos Estados
Unidos, aconteceu ontem, 06 de dezembro, e sagrou a nova versão de God of War como jogo do ano, levando também os prêmios nas categorias de direção e melhor jogo de aventura. A vitória
marca um ano repleto de bons exclusivos para Playstation 4, como Marvel’s Spider-Man. O exclusivo para
Xbox One Forza Horizon 4, por sua
vez, ganhou como melhor jogo de esporte. O independente Celeste, que tinha brasileiros em sua equipe de desenvolvedores,
venceu como melhor jogo indie. Confiram abaixo todos os vencedores.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Conheçam os indicados ao Globo de Ouro 2019
A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciou
hoje os indicados ao Globo de Ouro. No cinema, Vice, cinebiografia do ex-vice presidente dos EUA Dick Cheney,
recebeu o maior número de indicações, concorrendo em seis categorias. Na
televisão o mais lembrado foi American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace. A cerimônia de entrega dos
prêmios acontecerá no dia 6 de janeiro e será apresentada por Andy Samberg e
Sandra Oh. Confiram abaixo todos os indicados:
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Crítica – Making a Murderer: 2ª Temporada
A primeira temporada da série documental Making a Murderer pegou todo mundo de
surpresa e se tornou uma sensação ao contar a história de Steven Avery, um
homem condenado por estupro que passou dezoito anos na prisão até que novas
evidências provaram sua inocência. Tempos depois ele é preso novamente sob uma
acusação de assassinato cuja obtenção de provas foi bastante suspeita. A
narrativa sobre um homem injustiçado envolvida em mistério e a possibilidade de
uma grande conspiração policial atraiu a atenção de muita gente, tornando a
série um sucesso e inclusive gerando consequências reais, com petições para
libertar Avery e movimentos a favor dele.
A série também foi alvo de críticas por sua parcialidade,
ficando do lado de Avery e da hipótese de sua inocência o tempo todo, e por
conta disso teria supostamente ignorado as evidências mais fortes que provavam
a culpa dele, focando a narrativa da série nas provas mais questionáveis. Essa
segunda temporada tenta responder a essas críticas ao mesmo tempo que acompanha
os novos desenvolvimentos nos casos de Steven e de seu sobrinho, Brendan, mas a
verdade é que não há muito material para justificar essa nova leva de dez
episódios.
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Crítica – A Balada de Buster Scruggs
Os irmãos Coen já dirigiram
filmes em muitos gêneros diferentes e até já realizaram obras difíceis de
subscrever a um único gênero como o caso de Fargo
(1996). Agora, com este A Balada de
Buster Scruggs eles se aventuram no western
em um “filme de antologia” que nada mais é que uma série de curtas montados
juntos. Sim, eles são unidos pela ambientação no velho oeste e também pelo tema
da morte irônica e inesperada, com os destinos dos personagens sofrendo
inesperadas reversões, mas ainda assim, são desconectados um do outro o
suficiente para poderem ter sido lançados em episódios no formato de minissérie
ao invés de colados juntos em um filme.
Como a maioria dos filmes que
conta múltiplas histórias, A Balada de
Buster Scruggs é irregular. Isso se dá tanto por conta de algumas tramas
funcionarem bem melhor que outras como pelas mudanças bruscas de tom ou pelo
fato da duração de algumas histórias ser muito maior do que as outras dando a
impressão que de se estende mais do que deveria. É um pouco difícil saltar do
humor excêntrico dos dois primeiros curtas, protagonizados por Tim Blake Nelson
e James Franco respectivamente, para a melancolia da história encabeçada por
Liam Neeson envolvendo um jovem sem pernas e sem braços.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Lixo Extraordinário – Na Onda do Rap
Quando foi lançado em 1991, Na Onda do Rap era vendido como uma nova
versão do filme O Selvagem (1953)
colocando Rob Van Winkle no papel que foi tornado célebre por Marlon Brando.
Não sabe quem é Van Winkle? Talvez vocês o conheçam melhor por seu nome
artístico, o rapper Vanilla Ice. O
quê? Não sabem quem é Vanilla Ice? Bem, ele foi famoso por um tempo na década
de noventa graças à canção Ice Ice Baby.
Vocês também não conhecem essa música? Não os culpo, é uma canção famosa
principalmente pela batida, que na verdade é um sample das batidas iniciais da música Under Pressure do Queen.
De todo modo, os responsáveis por
este filme acharam uma boa ideia chamar um rapper
famoso por uma única música cujo principal mérito artístico pertencia a uma
outra canção para fazer um papel que Marlon Brando tornou icônico e lógico que
isso dá muito errado. Sim, imagino que o objetivo era promover o cantor e
lucrar em cima da imagem dele, colocando-o como um galã rebelde, mas primeiro
deveriam ter se certificado se Ice era realmente capaz de convencer dessa
imagem.
Além do filme ter sido um fracasso de público e crítica, a mudança dos paradigmas culturais, com o lançamento do disco Nevermind do Nirvana cerca um mês antes de Na Onda do Rap chegar aos cinemas colocando o grunge rock como a próxima grande onda, garantiram que Ice caísse no ostracismo. Ocasionalmente ele tenta retornar aos holofotes através de participações em reality shows e pontas nos filmes do Adam Sandler (como Esse é Meu Garoto), mas Vanilla Ice nunca chegou perto de recuperar a fama de outrora.
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
Crítica – As Viúvas
Minha reação inicial ao saber que
o projeto seguinte do diretor Steve McQueen seria um filme de assalto como este
As Viúvas foi de estranhamento.
McQueen foi responsável por filmes como 12Anos de Escravidão (2013), Shame (2011)
e Fome (2008), trabalhos sobre
pessoas vulneráveis e à margem, então a ideia de que ele embarcaria em um tipo
de filme mais convencional parecia, à primeira vista, motivada por dinheiro.
Por outro lado, outros diretores já tinham migrado para gêneros mais populares
sem, no entanto, abrirem mão dos temas que tornam suas obras tão singulares.
Spike Lee fez isso no excelente Plano
Perfeito (2006), que, por baixo do verniz de filme de roubo, trazia o olhar
típico de Lee para questões de classe, etnia e reparação social e agora McQueen
faz o mesmo com As Viúvas.
A narrativa acompanha Veronica
(Viola Davis), uma mulher que recentemente perdeu o marido, Harry (Liam Neeson)
morto durante um assalto que deu errado. O problema é que o marido de Veronica
roubou dinheiro de um poderoso gângster, Jamal (Brian Tyree Henry), que agora é
candidato a vereador e pressiona Veronica pelo dinheiro roubado. Acuada,
Veronica procura as viúvas dos outros ladrões mortos, Linda (Michelle
Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), para juntas realizarem um roubo que
Harry planejou antes de morrer e assim consigam o dinheiro para pagar Jamal e
reconstruírem suas vidas.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Crítica – Supa Modo
O longa-metragem queniano Supa Modo começa com duas crianças estão
assistindo a um exagerado filme de artes marciais oriental. O filme termina e
as duas saem empolgadas, conversando sobre quem seria melhor, se Jet Li, Jackie
Chan ou Bruce Lee. É uma conversa trivial, mas que ajuda a entender o tom do
filme, já que logo depois da cena descobrimos que a garota, Jo (Stycie Waweru),
está com câncer terminal e como só tem dois meses de vida, a família tirá-la do
hospital para que ela passe os últimos dias em casa.
A escolha de mostrar Jo como uma
criança como qualquer outra ao invés de já iniciar nos comunicando de sua grave
doença ajuda que não a vejamos como uma coitada ou uma vítima, mas como uma garota
cheia de vida e energia. Retornando à casa e sem perspectiva de melhora, a irmã
de Jo, Mwix (Nyawara Ndambia), decide aproveitar o tempo que a irmã tem
restando para fazê-la viver o sonho de ser uma super-heroína.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Crítica – Robin Hood: A Origem
É impressionante como Hollywood
parece não saber o que fazer com a mítica figura de Robin Hood. Em tese é um
personagem atemporal, afinal enquanto existir desigualdade social a figura de
Robin permanece relevante. Por outro lado, a indústria estadunidense parece
rejeitar veementemente o estilo “capa e espada” (ou swashbuckling em inglês) das histórias do personagem, com
aventureiros charmosos, salões de baile e pessoas se balançando em lustres.
Ridley Scott já tinha tentando
fazer um Robin Hood como épico histórico que falhou miseravelmente e agora essa
nova versão tenta transformar a história do personagem em uma espécie de cópia safada dos filmes dos super-heróis da DC dirigidos pelo Zack Snyder. Considerando que
a própria Warner/DC está se afastando do modelo “snyderiano” (e o sucesso
comercial abaixo do esperado deste formato), este Robin Hood: A Origem é um filme que já nasce datado, superado e
anacrônico. É o equivalente cinematográfico de um bebê natimorto.
Na trama, o nobre Robin de Loxley
(Taron Egerton) retorna das cruzadas para descobrir que o Xerife de Nottingham
(Ben Mendelsohn) confiscou todas as suas propriedades e sua amada Marian (Eve
Hewson) está casada com um líder local Will (Jamie Dornan). Destituído, Robin
acaba se aliando ao mouro John (Jamie Foxx) para derrubar o Xerife.
Crítica - Rafiki
Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki
(Sheila Munyiva) são filhas de dois políticos rivais que estão disputando a
eleição para vereador. Quando as duas se apaixonam, precisam decidir se viverão
abertamente esse romance, tanto por conta de suas famílias quanto do
preconceito da sociedade, ou se continuarão escondidas e em segurança. Esse é o
conflito no centro do queniano Rafiki,
segundo longa-metragem da diretora Wanuri Kahiu.
A primeira metade do filme trata
o enlace romântico das duas com uma certa ingenuidade romântica, como se
estivéssemos diante de uma comédia romântica qualquer. Nenhuma das duas parece
ter qualquer problema (embora boa parte das pessoas ao redor delas tenha) em
estar apaixonada por uma mulher ou questionam a própria sexualidade. O filme
trata esse romance homossexual com a mesma naturalidade que boa parte das
comédias românticas tratam romances heterossexuais e, com isso, manifesta um
ideal de igualdade. Amor e romance são amor e romance independente dos gêneros
das pessoas envolvidas.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
Crítica – Marvel’s Spider-Man: Guerras Territoriais
Guerras Territoriais, segundo DLC do excelente Marvel’s Spider-Man, continua mais ou menos do ponto em que O Assalto parou. O gângster Cabeça de
Martelo (Hammerhead) ampliou ainda mais seu poder e influência entre os
criminosos da cidade, iniciando um reino de terror por Nova Iorque. Cabe ao
Homem-Aranha, com a ajuda da capitã Yuri Watanabe, deter o criminoso.
Preciso admitir que me surpreendi
pelos caminhos sombrios que a narrativa me levou, explorando a elevação das
tensões depois que um esquadrão da capitã Watanabe é assassinado pelo Cabeça de
Martelo e a policial para em uma sangrenta e desesperada busca por vingança.
Durante a campanha principal Yuri era basicamente um veículo de diálogos expositivos
e “fornecedora de missões”, mas aqui ela ganha bastante nuance conforme é
afetada pelas consequências brutais do seu duelo com a máfia e vai abandonando
seus valores em sua sanha vingativa.
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Crítica - Los Silencios
São muitos os silêncios que
marcam este Los Silencios, da
diretora Beatriz Seigner. Os silêncios provocados por ausência, os silêncios
daqueles que não têm voz diante dos caprichos dos poderosos e o silêncio
daqueles que morreram e por isso são incapazes de contar suas histórias.
A trama é centrada em Amparo
(Marleyda Soto), uma mãe de dois filhos que tenta fugir da zona de conflito em
que vive na Colômbia. Ela vai para a zona de tríplice fronteira entre Colômbia,
Peru e Brasil, se instalando em uma casa de palafita em uma ilha localizada no
meio do Rio Amazonas e que formalmente não pertence a nenhum dos três países.
Lá, ela encontra o marido (Enrique Diaz), que supostamente estava morto.
O filme traz uma mistura de
realismo social com realismo fantástico. Falo em realismo social pelo fato de
registrar o cotidiano de uma comunidade que literalmente não pertence a lugar
nenhum (a “Ilha da Fantasia”) realmente existe, mostrando o desafio diário de
viver em um local que está aos sabores das cheias e vazantes do rio, mesclando atores
profissionais com um elenco de não atores formados pela comunidade. O realismo fantástico,
por outro lado, se manifesta na literal presença de fantasmas que interagem com
os vivos.
Vencedores do XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema
O XIV Panorama Internacional
Coisa de Cinema encerrou ontem e distribuiu os prêmios das suas mostras
competitivas. Na competitiva nacional, o longa Luna foi escolhido como o melhor pelo júri oficial, enquanto que Ilha foi o eleito do júri jovem,
recebendo também uma menção honrosa do júri oficial. Na competitiva baiana, o
júri oficial premiou o documentário Bando,
um filme de, dirigido por Lázaro Ramos e o júri jovem premiou o
documentário Dr. Ocride. Confiram
abaixo a lista completa de vencedores.
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Crítica – A Voz do Silêncio
A Voz do Silêncio é um daqueles filmes que constroem um grande
mosaico de personagens, transitando entre diferentes histórias que
eventualmente se conectam de alguma maneira. Me lembrou bastante o excelente Magnólia (1999), de Paul Thomas
Anderson, não só pela sua estrutura de mosaico, como também pela temática de
pessoas solitárias em busca de afeto ou alguma conexão e pelo eventual uso de
uma ocorrência cósmica/fantástica/sobrenatural para arrematar todas essas
histórias. No filme de Anderson é uma chuva de sapos retirada do Velho
Testamento, aqui é um eclipse lunar que deixa a Lua vermelha.
Como acontece em muitas tramas
que saltam constantemente entre múltiplos personagens e narrativas, o resultado
aqui é irregular e nem todas as histórias envolvem como deveriam. A mais
eficiente é a que envolve uma mulher solitária em seu apartamento, interpretada
por Marieta Severo, falando sobre o filho que está viajando pelo mundo. É uma
das tramas que o filme dá mais tempo de tela e talvez seja por isso que ela
envolva mais que as demais, além, claro do trabalho de Marieta Severo como uma
senhora que parece cada vez mais deslocada da própria realidade e anestesiada
pela televisão.