terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Crítica – Como Treinar Seu Dragão 3


Análise Crítica – Como Treinar Seu Dragão 3


Review – Como Treinar Seu Dragão 3
O primeiro Como Treinar Seu Dragão (2010) foi uma grata surpresa e um trabalho acima da média para a Dreamworks. O segundo filme, lançado em 2014, conseguia manter o alto nível do primeiro, mas não necessitava de mais uma continuação. Esse terceiro filme, embora entregue um desfecho aceitável para Soluço e Banguela, acaba sendo o mais fraco da trilogia.

Na trama, Soluço (Jay Baruchel) conseguiu criar uma utopia na qual humanos e dragões vivem em harmonia, mas seu sucesso atrai caçadores interessados nos dragões. Depois de muitos fracassos, um grupo de caçadores contrata o astuto Crimmel (F. Murray Abraham) para eliminar o dragão Banguela e capturar o resto dos dragões. Para afastar Banguela de Soluço, o vilão usa como isca a última fêmea restante da espécie de Banguela. Assim, Soluço precisa lidar tanto com a nova ameaça quanto com a perspectiva de ter que deixar o amigo ir embora.

A narrativa de caçadores gananciosos tentando capturar os dragões é praticamente a mesma do filme anterior, repetindo muitas das mesmas batidas e temas. Talvez o vilão nem fosse em si necessário, sendo possível fazer o filme em torno da aproximação entre Banguela e fêmea enquanto explorasse a dificuldade de Soluço em se desprender do velho amigo ou assumir um compromisso com Astrid (America Ferrera).

Com o tempo dedicado ao enfrentamento do vilão, no entanto, acaba tendo pouco tempo para explorar o conflito de Soluço e a construção desse entendimento de que crescer e amadurecer significa abrir mão de certas coisas, Toy Story 3 (2010), por exemplo, fez isso muito melhor. Boa parte da trama de Soluço e Banguela acaba se prendendo demais ao “namoro” do dragão com a nova fêmea e embora renda momentos adoráveis e cheios de fofura, fica a sensação de que toda a questão emocional acaba sendo tratada de maneira superficial.

O vilão funciona como uma ameaça crível graças a sua personalidade fria e ardilosa, sempre pensando à frente dos adversários, mas não é nada que esses filmes já não tenha feito antes e funciona mais como um gatilho para desencadear as questões entre Soluço e Banguela do que um personagem plenamente realizado. Tal como nos outros filmes da trilogia, há uma criatividade enorme no design dos dragões e também nos espaços habitados por eles, em especial o vibrante reino escondido dos dragões.

O desfecho oferece momentos de emoção genuína quando personagens importantes finalmente se despedem, mas o filme desperdiça o impacto emocional dessas cenas ao colocar esses personagens para se reencontrarem na cena seguinte. Isso faz todo o momento anterior soar manipulativo, já que o filme tira qualquer senso de consequência daquela despedida e o que deveria ser o ponto final de uma jornada acaba ficando um pouco mais aberto do que deveria. Boas histórias precisam de um ponto final e é uma pena que a Dreamworks tenha diminuído o impacto do fim da trilogia na ganância de deixar a porta aberta para a possibilidade de mais continuações.

Como Treinar Seu Dragão 3 não consegue manter o mesmo nível dos filmes anteriores, mas é uma aventura carismática e emocionante o bastante para ser um encerramento aceitável para a trilogia e realmente espero que pare por aqui.

Nota: 7/10

Trailer

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