O primeiro A Morte Te
Dá Parabéns (2017) funcionava como uma mistura divertida entre terror slasher e filme de viagem no tempo. Essa
continuação acaba focando mais na questão da viagem no tempo e universos
paralelos, deixando a parte do slasher e
do assassino um pouco de lado.
A trama começa pouco tempo depois do final do primeiro. Tree
(Jessica Rothe) descobre que o loop
temporal no qual ficou presa antes foi causado por um experimento realizado em
sua faculdade. Quando o reitor tenta desativar o aparelho durante um novo
experimento, Tree se vê mais uma vez presa no loop do dia do seu aniversário, mas desta vez ela está em um
universo paralelo no qual os eventos se desenrolaram de uma maneira diferente e
pessoas conhecidas, como Carter (Israel
Broussard), são bem diferentes de como eram em seu universo.
De início o filme parece adotar uma abordagem bem humorada e
metalinguística sobre a questão de ser uma continuação e como Tree está farta
de, mais uma vez, ter que repetir tudo de novo. O filme brinca com as
convenções e armadilhas de se fazer uma continuação, mas acaba esquecendo tudo
isso lá pela metade.
O que começava irônico acaba se tornando uma reciclagem
preguiçosa das mesmas ideias do primeiro filme, colocando a personagem diante
das mesmas questões e conflitos. Assim como antes, ela precisa lidar com o
trauma da perda da mãe e desapegar disso, bem como se dar conta do afeto que
sente por Carter. O arco dramático de Tree é praticamente o mesmo, não há
crescimento ou evolução por parte da personagem, ela simplesmente passa pelos
mesmos problemas. Eu sei que é um filme sobre viagens no tempo e loops temporais, mas mesmo histórias
assim, como a trilogia De Volta Para o
Futuro, constroem uma evolução de seus protagonistas ao longo dos filmes.
O elemento slasher é
deixado de lado durante boa parte da projeção, com o assassino aparecendo tão
pouco que raramente soa como uma ameaça. Sim, a trama apresenta alguns momentos
divertidos de gore com Tree se
suicidando para resetar a linha do tempo, mas são ocorrências pontuais demais
para tornar a experiência memorável. Ao substituir a ironia e o gore por um monte de cenas expositivas
de uma pseudociência que nunca justifica plenamente muita coisa, o filme perde
boa parte do senso de diversão. Além disso, tropeça em alguns problemas de
roteiro, em especial no clímax, que nunca explica o motivo do reitor aparecer
um dia antes para encerrar o experimento (algo que os próprios personagens
apontam), fazendo todo o final soar como um deus
ex machina colocado para forçar uma tensão inexistente até então.
A despeito de alguns momentos divertidos, A Morte de Dá Parabéns 2 é uma
continuação esquecível, que nunca consegue justificar a própria existência,
preferindo deixar de lado o gore e a
ironia em prol de uma repetição preguiçosa de tramas anteriores.
Nota: 5/10
Obs: Há uma divertida
cena após os créditos.
Trailer
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