O primeiro Uma Aventura Lego (2014) foi uma grata surpresa, conseguia ir além de uma mera
publicidade de brinquedos (embora, em essência, seja isso) ao apresenta uma
aventura ágil que refletia sobre o lado imaginativo de brincar. Uma Aventura Lego 2 pode não
revolucionar a série, mas mantém a competência do original e continua servindo
de lembrete que mesmo um produto com intenções publicitárias pode ser
empolgante e criativo, diferente de propagandas cínicas como o completamente desprezível Emoji: O Filme (2017).
A trama se passa quase que imediatamente depois do final do
primeiro. Depois que Finn (Jason Sand) convence o pai (Will Ferrell) a deixá-lo
brincar com os legos, a irmã menor dele, Bianca (Brooklynn Prince, de Projeto Flórida) também entra na
brincadeira. Como resultado, a cidade é destruída, Emmet (Chris Pratt), Lucy
(Elizabeth Banks), Batman (Will Arnett) e todos os outros passam a viver em uma
cidade pós-apocalíptica distópica que remete a filmes como Fuga de Nova York (1981) ou à franquia Mad Max. As coisas mudam quando a General Caos (Stephanie Beatriz)
chega à cidade, sequestrando os amigos de Emmet e levando-os à galáxia Mana
para o casamento da rainha Tuduki Eukiser’ser (Tiffany Haddish).
A animação mantém o mesmo humor acelerado, aloprado e cheio
de referências pop do primeiro filme.
Pela sinopse dá para perceber que ele zoa bastante a tendência de distopias
sisudas e pessimistas, usando o otimismo e ingenuidade de Emmet como perfeito
contraponto a esse tipo de história. Os visuais são coloridos, cheios de tons
intensos e muitas vezes dando a impressão que foram concebidos por alguém em
uma viagem sob efeito de ácido (e digo isso como um elogio).
Tal como o antecessor, é uma trama sobre a importância da
ludicidade, do aprender a ceder e brincar junto, somando os esforços
imaginativos. A mistura entre a distopia inicial e as construções coloridas e
cheias de glitter da galáxia Mana ajudam a criar esse clima de imaginação
ilimitada. O principal acréscimo a essa mensagem está no argumento que o filme
faz sobre o fato de que não existe brinquedo ou brincadeira “de menino” ou “de
menina” e todos podem brincar juntos independente do gênero. A trama também
tenta falar sobre como nem tudo vai dar certo sempre, algo que Divertida Mente (2015) já fez e melhor.
De maneira semelhante ao que aconteceu com o antecessor, o
impacto emocional fica por conta do núcleo humano da história, que agora tem o
acréscimo da mãe (Maya Rudolph) que protagoniza uma das cenas mais engraçadas
do filme ao pisar em uma peça de Lego. Sim, é uma piada óbvia (até me pergunto
como ninguém pensou em usá-la no primeiro filme) mas o talento cômico de
Rudolph faz tudo funcionar.
Assim, Uma Aventura
Lego 2 entrega mais uma aventura maluca e acelerada, ainda que não traga
nada de muito novo à franquia.
Nota: 7/10
Trailer
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