segunda-feira, 22 de julho de 2019

Crítica – As Rainhas da Torcida


Análise Crítica – As Rainhas da Torcida


Review – As Rainhas da Torcida
Estrelado por Diane Keaton, As Rainhas da Torcida é aquele tipo de “feel good movie” para assistir em uma tarde chuvosa com um pote de sorvete. Pode não ter nada que você já não tenha visto, nem te desafiar como audiência, mas certamente vai colocar um sorriso em seu rosto.

Na trama, Martha (Diane Keaton) se muda para um condomínio de idosos no interior depois de ser diagnosticada com câncer. Lá ela faz amizade com sua vizinha, Sheryl (Jacki Weaver), e em uma conversa sobre o passado, Martha revela que quase foi líder de torcida de sua escola na juventude. Sheryl acaba encorajando a amiga para realizar seu sonho de juventude e juntas decidem criar um clube de líderes de torcida para as moradoras do condomínio.

A ideia é claramente mostrar que não há idade limite para nada na vida, que nunca é tarde para experimentar a vida ou correr atrás dos nossos sonhos. O problema é que o texto nunca dedica muito tempo às personagens, ao seus passados ou motivações e com isso elas acabam soando como figuras unidimensionais. O elenco composto por nomes como Diane Keaton, Jacki Weaver e Pam Grier é eficiente em construir a amizade entre as personagens e em nos fazer nos importar com elas graças a seu puro carisma quanto intérpretes.

Ao invés de desenvolver as personagens, o filme acaba se estruturando ao redor de situações repetitivas, com as personagens sofrendo preconceito por estarem fazendo algo “fora de sua faixa etária” ou se comportando como “mulheres vulgares”. Tudo bem que esses preconceitos em relação a idade ou o modo como uma mulher explora o próprio corpo de fato existem em nossa sociedade, mas lá pela terceira cena seguida de um evento dessa natureza a mensagem já ficou mais do que clara e ao invés de seguir adiante, a trama parece andar em círculos. A trama é também bastante previsível, sendo fácil antever todas as resoluções dos arcos principais sem muito esforço.

O humor acaba se mostrando relativamente irregular. Diane Keaton e Jacki Weaver acertam no sarcasmo de suas personagens e nas frases de efeito com as quais respondem aos preconceitos das pessoas ao redor. Por outro lado, alguns momentos fica a impressão de que as próprias idosas são o alvo da piada, como na cena em que elas falam sobre as limitações que tem para dançar, o que acaba atentando contra a própria ideia do filme que é a de valorizar essas pessoas e passar uma mensagem que devemos sempre aproveitar e buscar o que nos faz felizes.

As Rainhas da Torcida cumpre seu papel de fazer o espectador se sentir bem graças ao carisma de seu elenco, mas a superficialidade com a qual o texto trata suas personagens acaba tornando tudo mais esquecível do que deveria. É daqueles que até te deixa moderadamente satisfeito quando você assiste, mas que começa a esquecer assim que os créditos começam a subir.

Nota: 5/10


Trailer

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