Estrelado por Diane Keaton, As Rainhas da Torcida é aquele tipo de “feel good movie” para assistir em uma tarde chuvosa com um pote de
sorvete. Pode não ter nada que você já não tenha visto, nem te desafiar como
audiência, mas certamente vai colocar um sorriso em seu rosto.
Na trama, Martha (Diane Keaton) se muda para um condomínio
de idosos no interior depois de ser diagnosticada com câncer. Lá ela faz
amizade com sua vizinha, Sheryl (Jacki Weaver), e em uma conversa sobre o
passado, Martha revela que quase foi líder de torcida de sua escola na
juventude. Sheryl acaba encorajando a amiga para realizar seu sonho de
juventude e juntas decidem criar um clube de líderes de torcida para as
moradoras do condomínio.
A ideia é claramente mostrar que não há idade limite para
nada na vida, que nunca é tarde para experimentar a vida ou correr atrás dos
nossos sonhos. O problema é que o texto nunca dedica muito tempo às
personagens, ao seus passados ou motivações e com isso elas acabam soando como
figuras unidimensionais. O elenco composto por nomes como Diane Keaton, Jacki
Weaver e Pam Grier é eficiente em construir a amizade entre as personagens e em
nos fazer nos importar com elas graças a seu puro carisma quanto intérpretes.
Ao invés de desenvolver as personagens, o filme acaba se
estruturando ao redor de situações repetitivas, com as personagens sofrendo
preconceito por estarem fazendo algo “fora de sua faixa etária” ou se
comportando como “mulheres vulgares”. Tudo bem que esses preconceitos em
relação a idade ou o modo como uma mulher explora o próprio corpo de fato
existem em nossa sociedade, mas lá pela terceira cena seguida de um evento
dessa natureza a mensagem já ficou mais do que clara e ao invés de seguir
adiante, a trama parece andar em círculos. A trama é também bastante
previsível, sendo fácil antever todas as resoluções dos arcos principais sem
muito esforço.
O humor acaba se mostrando relativamente irregular. Diane
Keaton e Jacki Weaver acertam no sarcasmo de suas personagens e nas frases de
efeito com as quais respondem aos preconceitos das pessoas ao redor. Por outro
lado, alguns momentos fica a impressão de que as próprias idosas são o alvo da
piada, como na cena em que elas falam sobre as limitações que tem para dançar,
o que acaba atentando contra a própria ideia do filme que é a de valorizar
essas pessoas e passar uma mensagem que devemos sempre aproveitar e buscar o
que nos faz felizes.
As Rainhas da Torcida cumpre
seu papel de fazer o espectador se sentir bem graças ao carisma de seu elenco,
mas a superficialidade com a qual o texto trata suas personagens acaba tornando
tudo mais esquecível do que deveria. É daqueles que até te deixa moderadamente
satisfeito quando você assiste, mas que começa a esquecer assim que os créditos
começam a subir.
Nota: 5/10
Trailer
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