quinta-feira, 25 de julho de 2019

Crítica – Hellboy


Análise Crítica – Hellboy


Review – Hellboy
No papel, essa nova versão de Hellboy parecia promissora. Uma classificação indicativa alta permitiria ser mais fiel ao material original, o criador do personagem, Mike Mignola, estaria mais próximo da produção e, apesar de não ter mais Ron Perlman como o personagem título, foi encontrado no ator David Harbour (o Hopper de Stranger Things) um bom substituto. O novo Hellboy tinha tudo para dar certo, mas infelizmente não dá.

A trama acompanha Hellboy (David Harbour), um investigador paranornal a serviço de uma agência que monitora ocorrências sobrenaturais. Quando a antiga feiticeira Nimue (Milla Jovovich) retorna dos mortos e ameaça liberar demônios no mundo, cabe a Hellboy e seus aliados deter a ameaça.

O primeiro problema é que a narrativa constantemente perde o foco em digressões que pouco acrescentam  à trama e existem mais como fanservice e para plantar futuras continuações do que para construir o arco do protagonista. Vemos Hellboy enfrentar vampiros, gigantes e a bruxa Baba Yaga sem que essas ocorrências oferecerem muito desenvolvimento. Além da trama fragmentada, o arco de Hellboy e sua incerteza em relação a ajudar uma humanidade que o rejeita é desenvolvido de modo inconsistente.

No início, Hellboy não tem qualquer dúvida quanto à sua missão de proteger a raça humana, no entanto, basta uma breve conversa com Nimue para que ele duvide de tudo e passe a questionar se não seria melhor deixar os monstros soltos. Logo depois, no entanto, ele já está disposto a matar Nimue como se nada tivesse ancontecido, interrompendo o ritual de sangue da feiticeira atirando e sem falar nada.

A relação entre Hellboy e o professor Broom (Ian McShane) também é outro problema. Os personagens sempre tiveram uma relação conflituosa, mas havia um claro afeto entre eles. Aqui, no entanto, ficamos apenas com a animosidade, sem vislumbrar esse afeto e isso torna difícil se importar com o que acontece entre eles e a conversa que os dois tem no clímax perde o impacto. Como o filme se perde em muitos interlúdios pouco úteis, os coadjuvantes tem pouco espaço para serem desenvolvidos. A paranormal Alice (Sasha Lane), é jogada de maneira desajeitada pela narrativa e o agente Daimio (Daniel Dae Kim) tem sua animosidade com Hellboy subaproveitada.

O filme aproveita sua classificação alta para mostrar de modo bastante gráfico a ação dos monstros, que despedaçam e desmembram humanos com extrema facilidade. A ação, no entanto, é prejudicada por uma montagem que tornq tudo mais fragmentado do que deveria e, com isso, as consequências da violência acabam não impactando como deveria. O design de produção consegue criar criaturas macabras e estranhas, como a Baba Yaga e sua casa bípede ou as cenas em que Alice “vomita” espíritos. Por outro lado, os efeitos especiais nem sempre funcionam como deveria e em muitas cenas fica evidente que David Harbour está sozinho diante de uma tela verde, a exemplo da sequência em que Hellboy enfrenta um grupo de gigantes.

Apesar de promissor, este novo Hellboy se mostra inferior aos dois filmes anteriores dirigidos por Guillermo Del Toro. É prejudicado por um roteiro inconsistente, que se perde em digressões pouco úteis e um desenvolvimento insatisfatório de seus personagens.

Nota: 4/10

Obs: Há uma cena adicional no meio dos créditos.

Trailer


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