Eddie Murphy se tornou famoso ao estrelar comédias nas quais
ele interpretava múltiplos personagens. Ele já fazia isso em Um Príncipe em Nova York (1988), no qual
além de interpretar o protagonista, também interpretava alguns personagens
secundários que frequentavam a barbearia em que o protagonista trabalhava. Murphy
atingiu o auge desse recurso em O
Professor Aloprado (1996) e a partir daí o dispositivo começou a se
desgastar, com a continuação O Professor
Aloprado 2 (2000) sendo bem inferior ao primeiro e depois o horrendo Norbit (2007) mostrou que não havia mais
nada o que fazer no formato. Só esqueceram de avisar isso para Marlon Wayans
que neste Seis Vezes Confusão tenta
emular Eddie Murphy quando nem o próprio Murphy consegue fazer um filme desse
tipo dar certo.
Na trama, Alan (Marlon Wayans) está prestes a se tornar pai,
mas o fato de não ter família o deixa em dúvidas sobre construir a sua própria.
Ele decide então procurar a mãe biológica e nesse processo descobre que possui
outros cinco irmãos gêmeos (todos interpretados por Marlon Wayans). Bem, é
isso, não há exatamente uma trama ou conflito central, com a narrativa usando a
estrutura de road movie mostrando a
viagem de Alan em busca dos irmãos como uma maneira de disfarçar o vazio
narrativo.
O filme pula de cena para cena, gag cômica para gag cômica
sem qualquer senso de causa e consequência ou coesão narrativa. É uma colagem
aleatória de momentos provavelmente pensados para provocar riso e a ausência de
trama não seria tão incômoda se ao menos o filme conseguisse fazer rir, mas não
é o caso. O humor é todo baseado em situações físicas nas quais a graça está na
aparência dos personagens cujos traços como obesidade ou nanismo são tratados
como aberrações grotescas dignas apenas de escárnio. A impressão é que o texto
foi escrito observando crianças em idade pré-escolar trocando insultos em um playground.
Todos os cinco irmãos do protagonista são caricaturas
rasteiras de seres humanos que se tornam irritantes de tão exageradas já que é
quase impossível crer que qualquer um deles fosse capaz de sobreviver no mundo.
A única coisa que muda entre eles é a maquiagem usada por Wayans e o lado para
o qual ele entorta a boca, falhando em tornar esses personagens minimamente
memoráveis.
Quando o filme não está se entregando a um humor físico rasteiro, o filme tenta extrair comédia de referências pop que a maioria do público nem deve se lembrar, afinal não lembro que a antiga série Arquivo Confidencial (não confundir com o quadro do programa do Faustão) tenha lá uma comunidade muito ativa ainda hoje. Mesmo que tivesse, o filme não tem lá muito a dizer, confiando que apenas a menção do nome da série será suficiente para provocar risos.
Quando o filme não está se entregando a um humor físico rasteiro, o filme tenta extrair comédia de referências pop que a maioria do público nem deve se lembrar, afinal não lembro que a antiga série Arquivo Confidencial (não confundir com o quadro do programa do Faustão) tenha lá uma comunidade muito ativa ainda hoje. Mesmo que tivesse, o filme não tem lá muito a dizer, confiando que apenas a menção do nome da série será suficiente para provocar risos.
Não há, na verdade, muito mais o que falar sobre Seis Vezes Confusão, um filme que já
nasce antiquado e fedendo a naftalina, reciclando preguiçosamente clichês
cômicos que já se desgastaram faz tempo. Parece algo feito a partir de um
roteiro escrito há vinte anos atrás que ficou coletando mofo em alguma gaveta
até ser redescoberto por algum executivo desavisado.
Nota: 1/10
Trailer
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