segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Crítica – Predadores Assassinos


Análise Crítica – Predadores Assassinos


Review – Predadores Assassinos
Predadores Assassinos é daqueles filmes que parecem fruto de alguma produtora de quinta-categoria e que não tem muita chance de dar certo, resultando em algo mais cômico do que efetivamente assustador. Ainda assim, contra todas as chances, Predadores Assassinos é um suspense razoável, ainda que em muitos momentos abuse da boa-vontade do espectador.

A narrativa é centrada em Haley (Kaya Scodelario), uma nadadora cuja carreira está começando a estagnar. Haley recebe uma ligação da irmã, Beth (Morfydd Clark), avisando que há mais de um dia não consegue falar com o pai delas, Dave (Barry Pepper), e está preocupada porque a cidade em que ele mora está prestes a ser atingida por um forte furacão. Apesar de não falar com o pai há anos, Haley decide voltar à cidade natal, mesmo em meio à tempestade, para descobrir o que aconteceu. Lá ela encontra o pai ferido no subsolo da casa, já parcialmente inundado por conta da tempestade. Dave foi mordido por um imenso jacaré que entrou na propriedade por conta na inundação e agora Haley e Dave estão presos no subsolo com esse predador perigoso.

A trama em si é bem previsível, sendo possível deduzir absolutamente tudo que irá acontecer a partir da conversa de Haley e Beth no comecinho do filme. Fica evidente desde o começo que Haley irá inevitavelmente fazer as pazes com o pai, readquirir sua confiança como nadadora e superar o trauma do divórcio dos pais. É o tipo de drama familiar clichê que esse tipo de filme tenta enfiar goela abaixo do público sem fazer qualquer esforço de oferecer algo interessante além de seguir lugares-comuns desgastados. Melhor seria fazer o que Águas Rasas (2016) fez ao focar exclusivamente na tensão e na luta pela sobrevivência da protagonista

Digo isso porque o filme é realmente eficiente em construir um sentimento de tensão e claustrofobia enquanto Haley está presa nos apertados corredores do subsolo com jacarés famintos. O início apresenta uma série de sustos súbitos óbvios, mas depois de um tempo a narrativa consegue construir a tensão sem recorrer a esse expediente, focando mais nas dificuldades de Haley e Dave por conta dos ferimentos e também na velocidade dos predadores devido ao nível da água que não para de subir, tornando os espaços cada vez mais perigosos. Muito da tensão também vem da violência crua, que não economiza em imagens de membros dilacerados e ossos expostos.

Ocasionalmente, no entanto, a produção abusa da boa vontade e da suspensão de descrença do espectador, apresentando acontecimentos que são difíceis de crer. Um exemplo é a cena em que Haley consegue prender um jacaré dentro do box do banheiro da casa, sendo que os animais conseguiram quebrar os vidros externos com imensa facilidade. É também difícil de crer que Dave consiga voltar a andar simplesmente por colocar o osso de sua fratura exposta de volta ao lugar, sendo que o osso continua quebrado.

Ainda assim, Predadores Assassinos consegue oferecer uma boa dose de medo e tensão a despeito da trama clichê e algumas soluções pouco convincentes.

Nota: 6/10


Trailer

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