segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Crítica – Carmen Sandiego: 2ª Temporada


Análise Crítica – Carmen Sandiego: 2ª Temporada


Review – Carmen Sandiego: 2ª Temporada
A primeira temporada de Carmen Sandiego dava indicativo que o segundo ano exploraria mais o passado misterioso da protagonista e aprofundaria alguns personagens ao seu redor, como Shadowsan. A promessa, no entanto, não foi exatamente cumprida, já que muito desse desenvolvimento acaba acontecendo apenas no último episódio.

Esse segundo ano começa com Carmen Sandiego continuando a tentar sabotar a organização criminosa conhecida como VILE, agora tendo seu antigo tutor da VILE, Shadowsan, como aliado. Ao mesmo tempo, precisa fugir da agência ACME, que continua a considerá-la uma aliada da VILE, embora a agente Argent esteja tentando convencer os demais de que Carmen é uma aliada em potencial.

A temporada segue uma estrutura de episódios focados em casos isolados, em cada um Carmen precisa parar um crime específico da VILE e algumas migalhas de um arco maior sendo salpicadas a cada capítulo. Como aconteceu no ano de estreia, o foco é mesmo na aventura e a série continua competente em criar cenas de ação e perigo que exploram o potencial das habilidades e gadgets de seus muitos heróis e vilões. Do mesmo modo, também continua exibindo um relativo talento em criar personagens insólitos que parecem saídos diretamente de algum filme de espionagem exagerado da década de 60. Como antes, cada episódio leva Carmen a um país diferente e a trama segue exibindo um viés pedagógico em suas histórias, usando as aventuras da ladra internacional para ensinar ao jovem espectador sobre a história e geografia dos países visitados.

Apesar do foco na aventura e na exploração de diferentes países conseguir tornar a série minimamente divertida, falta substância aos personagens para que tudo consiga envolver como deveria. Há um episódio que mostra como Carmen conheceu os irmãos Zack e Ivy, mas a despeito de mostrar o passado dos dois, eles continuam sendo a mesma dupla atrapalhada que conhecíamos antes e essas novas informações não são o suficiente para acrescentar novas camadas aos dois.

O arco do detetive Devereaux coloca o personagem para andar em círculos com ele sendo exonerado da ACME, voltando para a Interpol, apenas para ser demitido da Interpol e ser novamente recrutado pela ACME sem que ele tenha feito muita coisa de relevante durante toda a temporada. O personagem poderia ser inteiramente suprimido que provavelmente não faria diferença alguma. A relação entre Carmen e a Chefe da ACME é outro elemento que roda, roda e volta para o mesmo lugar, com a ACME desconfiando da protagonista, depois passando a aceitar sua ajuda e, por fim, voltando a considerá-la uma criminosa.

Shadowsan se sai um pouco melhor, com a trama mostrando que ele costumava ser uma pessoa honrada e dando a ele alguma complexidade ao revelar a conexão que ele tem com o passado de Carmen. Aliás, a revelação sobre o pai de Carmen acaba também dando alguma nuance à chefe da ACME ao mostrar o erro fatal que a agente cometera no passado. A questão é essas revelações chegam muito tarde e a maioria de suas repercussões é jogada para uma próxima temporada.

A segunda temporada da Carmen Sandiego continua divertida e educativa, mas faz pouco para avançar a jornada de sua protagonista. Resta a promessa de que uma possível terceira se saia melhor nesse aspecto.


Nota: 6/10

Trailer

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