O Exterminador do
Futuro 2: O Julgamento Final
(1991) ainda é, para mim, um dos melhores filmes de ação já feitos, cuja
história amarrava muito bem os arcos narrativos daquela trama e do anterior.
Era um filme que não requisitava mais continuações, que dizia tudo que
precisava ser dito sobre aqueles personagens e aquele universo, mas ainda assim
Hollywood vem insistindo há quase vinte anos em fazer continuações, com o
resultado sendo sempre abaixo dos dois primeiros filmes. Este O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
até consegue ser melhor que as últimas continuações (um patamar baixo a
superar, é verdade), embora siga parecendo uma pálida reprodução dos dois
primeiros.
Na trama, a guerreira Grace (Mackenzie Davis) vem do futuro
para proteger a jovem mexicana Dani (Natalia Reyes) que está sendo perseguida pelo
exterminador Rev-9 (Gabriel Luna). Durante a fuga do exterminador, as duas são
salvas por Sarah Connor (Linda Hamilton), que passou os últimos anos caçando
exterminadores enviados ao passado. Reunido, o trio precisa lidar com a nova
ameaça.
Este filme ignora as continuações anteriores e só considera
os dois primeiros como cânone. Isso deveria tornar a trama mais enxuta, mas,
como o fraco O Exterminador do Futuro:
Gênesis demonstrou, isso não necessariamente significa uma narrativa com menos
complicações. Como qualquer continuação depois do segundo filme, a questão da
viagem no tempo soa confusa e bagunçada (como disse no primeiro parágrafo, o
filme não deixava muito espaço para continuações) e a trama nunca consegue se
justificar para além da vontade de grandes estúdios continuarem a lucrar com o
nome da franquia. A trama recicla os mesmos temas sobre tecnologia, destino e o
feminino, mas não tem nada a dizer que já não tenha sido (melhor) dito nos dois
primeiros.
A trama em si soa como uma grande reciclagem das narrativas
dos dois primeiros filmes. Dani é basicamente a mesma personagem que Sarah
Connor era no primeiro filme e mesmo a reviravolta envolvendo seu papel da
resistência do futuro faz pouco para lhe conferir alguma personalidade (além de
ser bem previsível). O arco de Grace é bem similar ao de Kyle Reese no filme
original (menos a trama romântica), mas Mackenzie Davis ao menos tem carisma o
bastante para trazer um sentimento verdadeiro à dedicação quase suicida que
Grace tem por Dani.
É curioso que são justamente os personagens conhecidos, como
Sarah Connor e o T-800 (Arnold Schwarzenegger), que tem algo de diferente, já
que a dinâmica entre Sarah e o robô tem uma nuance que confere alguma
complexidade a ambos, algo que eu não esperava do personagem de Arnold, que eleva a trama sempre que está em cena ou interagindo com os outros personagens. Por
outro lado o Rev-9 vivido por Gabriel Luna falha em impressionar como
antagonista, já que seu robô não tem nada que o diferencie de outros
antagonistas da franquia e em muitos momentos ele apenas parece estar
reproduzindo a linguagem corporal de Robert Patrick no segundo filme.
As cenas de ação também remetem muitas vezes a momentos-chave
das duas primeiras obras e em muitos momentos são sabotados por uma montagem
excessivamente picotada. Existem algumas boas ideias, como o embate em um avião
em queda livre, mas são prejudicados pela maneira com a qual tudo é conduzido.
Tudo bem que Linda Hamilton e Mackenzie Davis sejam ótimas heroínas de ação e
consigam trazer a intensidade que suas personagens pedem, no entanto a ação
nunca empolga como deveria. Parte do motivo pelo qual a ação não empolga é o senso de repetição, tanto em relação aos anteriores quanto a si mesmo, já que há um limite para quantas vezes eu posso ver o robô vivido por Gabriel Luna ser baleado e se regenerar antes que comece a ficar entediante.
O Exterminador do
Futuro: Destino Sombrio tenta funcionar simultaneamente como continuação e reboot da franquia, mas não tem muito a
oferecer além de uma pálida reprodução do que já tinha sido feito antes e
melhor.
Nota: 5/10
Trailer
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