quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Análise Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio


Review – O Exterminador do Futuro: Destino SombrioO Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) ainda é, para mim, um dos melhores filmes de ação já feitos, cuja história amarrava muito bem os arcos narrativos daquela trama e do anterior. Era um filme que não requisitava mais continuações, que dizia tudo que precisava ser dito sobre aqueles personagens e aquele universo, mas ainda assim Hollywood vem insistindo há quase vinte anos em fazer continuações, com o resultado sendo sempre abaixo dos dois primeiros filmes. Este O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio até consegue ser melhor que as últimas continuações (um patamar baixo a superar, é verdade), embora siga parecendo uma pálida reprodução dos dois primeiros.

Na trama, a guerreira Grace (Mackenzie Davis) vem do futuro para proteger a jovem mexicana Dani (Natalia Reyes) que está sendo perseguida pelo exterminador Rev-9 (Gabriel Luna). Durante a fuga do exterminador, as duas são salvas por Sarah Connor (Linda Hamilton), que passou os últimos anos caçando exterminadores enviados ao passado. Reunido, o trio precisa lidar com a nova ameaça.

Este filme ignora as continuações anteriores e só considera os dois primeiros como cânone. Isso deveria tornar a trama mais enxuta, mas, como o fraco O Exterminador do Futuro: Gênesis demonstrou, isso não necessariamente significa uma narrativa com menos complicações. Como qualquer continuação depois do segundo filme, a questão da viagem no tempo soa confusa e bagunçada (como disse no primeiro parágrafo, o filme não deixava muito espaço para continuações) e a trama nunca consegue se justificar para além da vontade de grandes estúdios continuarem a lucrar com o nome da franquia. A trama recicla os mesmos temas sobre tecnologia, destino e o feminino, mas não tem nada a dizer que já não tenha sido (melhor) dito nos dois primeiros.

A trama em si soa como uma grande reciclagem das narrativas dos dois primeiros filmes. Dani é basicamente a mesma personagem que Sarah Connor era no primeiro filme e mesmo a reviravolta envolvendo seu papel da resistência do futuro faz pouco para lhe conferir alguma personalidade (além de ser bem previsível). O arco de Grace é bem similar ao de Kyle Reese no filme original (menos a trama romântica), mas Mackenzie Davis ao menos tem carisma o bastante para trazer um sentimento verdadeiro à dedicação quase suicida que Grace tem por Dani.

É curioso que são justamente os personagens conhecidos, como Sarah Connor e o T-800 (Arnold Schwarzenegger), que tem algo de diferente, já que a dinâmica entre Sarah e o robô tem uma nuance que confere alguma complexidade a ambos, algo que eu não esperava do personagem de Arnold, que eleva a trama sempre que está em cena ou interagindo com os outros personagens. Por outro lado o Rev-9 vivido por Gabriel Luna falha em impressionar como antagonista, já que seu robô não tem nada que o diferencie de outros antagonistas da franquia e em muitos momentos ele apenas parece estar reproduzindo a linguagem corporal de Robert Patrick no segundo filme.

As cenas de ação também remetem muitas vezes a momentos-chave das duas primeiras obras e em muitos momentos são sabotados por uma montagem excessivamente picotada. Existem algumas boas ideias, como o embate em um avião em queda livre, mas são prejudicados pela maneira com a qual tudo é conduzido. Tudo bem que Linda Hamilton e Mackenzie Davis sejam ótimas heroínas de ação e consigam trazer a intensidade que suas personagens pedem, no entanto a ação nunca empolga como deveria. Parte do motivo pelo qual a ação não empolga é o senso de repetição, tanto em relação aos anteriores quanto a si mesmo, já que há um limite para quantas vezes eu posso ver o robô vivido por Gabriel Luna ser baleado e se regenerar antes que comece a ficar entediante. 

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio tenta funcionar simultaneamente como continuação e reboot da franquia, mas não tem muito a oferecer além de uma pálida reprodução do que já tinha sido feito antes e melhor.

Nota: 5/10

Trailer

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