Depois que Invasão a
Casa Branca (2013) e Invasão a Londres (2016) copiaram descaradamente Duro
de Matar (1988), este final de trilogia Invasão
ao Serviço Secreto resolve ser diferente dos seus antecessores e decide
copiar O Fugitivo (1993). A ideia é,
provavelmente, evitar a repetição e o cansaço nessa série de filmes, mas não
funciona. O resultado, assim como os dois anteriores, é um filme de ação sem
personalidade que apenas repete o que funcionou antes.
Na trama, o agente Banning (Gerard Butler) está prestes a
ser promovido a diretor do Serviço Secreto pelo presidente Trumbull (Morgan
Freeman), mas tudo muda quando um ataque mata praticamente todos os agentes do
Serviço Secreto e deixa o presidente em coma. Evidências apontam Banning como o
autor do ataque e ele precisa fugir para provar a própria inocência enquanto é
caçado pela agente do FBI Thompson (Jada Pinkett Smith).
É curioso que um filme sobre uma fuga desenfreada e uma
corrida contra o tempo consiga soar tão monótono, mas este alcança essa
façanha. Provavelmente por conta do excesso de subtramas e personagens que não
levam a lugar nenhum. Todo o arco de Banning e o pai (Nick Nolte) não tem
qualquer relação com a trama (o pai de Banning sequer tinha sido citado nos
anteriores), tampouco serve para acrescentar qualquer camada ao desenvolvimento
do protagonista, se limitando a repetir o clichê do veterano traumatizado pela
guerra ainda que Nolte consiga conferir algum grau de credibilidade ao
personagem. O mesmo acontece com a agente Thompson, que deixa a trama sem fazer
nada de muito significativo.
O plano dos dois vilões parece todo pensado para fracassar,
repleto de decisões estúpidas e furos de lógica. O filme tenta criar um
mistério ao redor de quem estaria por trás do mercenário Wade (Danny Houston),
mas a identidade de quem é o responsável é bastante óbvia. A motivação de Wade
é cair nas graças do novo governo e ganhar contratos milionários para sua empresa
de segurança privada, mas nesse sentido, a decisão de ir fisicamente tentar
matar o presidente Trumbull no meio da rua, sendo visto por qualquer um e por
câmeras de segurança não seria um problema? Afinal o sujeito está claramente
cometendo um ato terrorista e seu rosto está sendo visto por muita gente, então
como ele poderia ser contratado pelo governo se ao menos uma parte da população
o veria como terrorista?
Sim, toda a conspiração dos vilões visa trazer um comentário
sobre o momento político atual dos Estados Unidos, com um presidente que cria
guerras e inimigos em qualquer lugar só para manter a economia bélica girando,
mas o texto nunca vai além dessas constatações superficiais. Existem também
outros elementos que são citados e nunca tem relevância.
No início do filme Banning se encontra com um médico que
relata como seus ossos e órgãos internos estão danificados. Imaginamos que isso
terá alguma repercussão mais adiante, que Banning terá dificuldades por causa
de suas limitações físicas, entretanto nada disso acontece e o protagonista se
comporta como um robô, não tendo qualquer limitação mesmo estando baleado ou
sangrando. Além dessa sensação de que o protagonista não tem dificuldade alguma
em despachar seus inimigos, ação é prejudicada pela constância da câmera
tremida e montagem picotada que fazem tudo parecer excessivamente fragmentado e
tirando dos embates um senso de ritmo e coesão espacial. Assim, a ação nunca
empolga como deveria.
Invasão ao Serviço
Secreto não tem muito a oferecer além de uma narrativa truncada,
personagens desinteressantes e ação sem criatividade.
Nota: 3/10
Trailer
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