domingo, 17 de novembro de 2019

Crítica – Invasão ao Serviço Secreto


Análise Crítica – Invasão ao Serviço Secreto


Review – Invasão ao Serviço Secreto
Depois que Invasão a Casa Branca (2013) e Invasão a Londres (2016) copiaram descaradamente Duro de Matar (1988), este final de trilogia Invasão ao Serviço Secreto resolve ser diferente dos seus antecessores e decide copiar O Fugitivo (1993). A ideia é, provavelmente, evitar a repetição e o cansaço nessa série de filmes, mas não funciona. O resultado, assim como os dois anteriores, é um filme de ação sem personalidade que apenas repete o que funcionou antes.

Na trama, o agente Banning (Gerard Butler) está prestes a ser promovido a diretor do Serviço Secreto pelo presidente Trumbull (Morgan Freeman), mas tudo muda quando um ataque mata praticamente todos os agentes do Serviço Secreto e deixa o presidente em coma. Evidências apontam Banning como o autor do ataque e ele precisa fugir para provar a própria inocência enquanto é caçado pela agente do FBI Thompson (Jada Pinkett Smith).

É curioso que um filme sobre uma fuga desenfreada e uma corrida contra o tempo consiga soar tão monótono, mas este alcança essa façanha. Provavelmente por conta do excesso de subtramas e personagens que não levam a lugar nenhum. Todo o arco de Banning e o pai (Nick Nolte) não tem qualquer relação com a trama (o pai de Banning sequer tinha sido citado nos anteriores), tampouco serve para acrescentar qualquer camada ao desenvolvimento do protagonista, se limitando a repetir o clichê do veterano traumatizado pela guerra ainda que Nolte consiga conferir algum grau de credibilidade ao personagem. O mesmo acontece com a agente Thompson, que deixa a trama sem fazer nada de muito significativo.

O plano dos dois vilões parece todo pensado para fracassar, repleto de decisões estúpidas e furos de lógica. O filme tenta criar um mistério ao redor de quem estaria por trás do mercenário Wade (Danny Houston), mas a identidade de quem é o responsável é bastante óbvia. A motivação de Wade é cair nas graças do novo governo e ganhar contratos milionários para sua empresa de segurança privada, mas nesse sentido, a decisão de ir fisicamente tentar matar o presidente Trumbull no meio da rua, sendo visto por qualquer um e por câmeras de segurança não seria um problema? Afinal o sujeito está claramente cometendo um ato terrorista e seu rosto está sendo visto por muita gente, então como ele poderia ser contratado pelo governo se ao menos uma parte da população o veria como terrorista?

Sim, toda a conspiração dos vilões visa trazer um comentário sobre o momento político atual dos Estados Unidos, com um presidente que cria guerras e inimigos em qualquer lugar só para manter a economia bélica girando, mas o texto nunca vai além dessas constatações superficiais. Existem também outros elementos que são citados e nunca tem relevância.

No início do filme Banning se encontra com um médico que relata como seus ossos e órgãos internos estão danificados. Imaginamos que isso terá alguma repercussão mais adiante, que Banning terá dificuldades por causa de suas limitações físicas, entretanto nada disso acontece e o protagonista se comporta como um robô, não tendo qualquer limitação mesmo estando baleado ou sangrando. Além dessa sensação de que o protagonista não tem dificuldade alguma em despachar seus inimigos, ação é prejudicada pela constância da câmera tremida e montagem picotada que fazem tudo parecer excessivamente fragmentado e tirando dos embates um senso de ritmo e coesão espacial. Assim, a ação nunca empolga como deveria.

Invasão ao Serviço Secreto não tem muito a oferecer além de uma narrativa truncada, personagens desinteressantes e ação sem criatividade.


Nota: 3/10

Trailer

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