Funcionando como uma espécie de
“Papai Noel Begins” a animação Klaus
tenta imaginar a história de como a figura do Papai Noel se tornou conhecida e
como os elementos cercando sua mitologia foram sendo construídos aos poucos. A
trama é centrada em Jesper (voz de Jason Schwartzman), um jovem de família rica
que não tem nenhum desejo de trabalhar e quer apenas aproveitar a boa vida que
a fortuna de seu pai pode lhe proporcionar.
O pai de Jesper, no entanto, quer
que ele prove o próprio valor e o envia para chefiar a agência dos correios em
uma remota ilha no mar do norte. Se Jesper quiser voltar a sua vida de
privilégios, ele precisa entregar seis mil cartas em um ano. O problema é que a
vila é habitada por dois clãs que possuem uma rivalidade secular um com o outro
e ninguém se interessa por mandar cartas. A situação muda quando Jesper conhece
Klaus (voz de J.K Simmons) um lenhador e fabricante de brinquedos que doa
brinquedos a crianças que pedem. Jesper então começa a estimular que as
crianças enviem cartas a Noel para que consiga atingir a meta de sua agência
postal.
É uma história relativamente
previsível sobre um sujeito egoísta que aprende a se importar com algo mais
além de si próprio, mas tem carisma o suficiente para conseguir envolver mesmo
quando sabemos tudo que irá acontecer desde os primeiros minutos. Parte do carisma
vem da animação em si, com personagens bem expressivos e singulares cuja
personalidade se manifesta do próprio traço e aspecto visual. Eles não precisam
dizer muito para que compreendamos como eles são ou qual será a conduta deles.
Outro motivo para o encantamento
é a mensagem de como um ato de caridade e boa vontade é capaz de inspirar
outros atos similares e assim transformar a vida de todos ao redor. A trama é
eficiente em mostrar essa cadeia de causa e consequência, com as cartas de
Jesper motivando as crianças a voltarem a estudar, reabrindo a escola da
professora Alva (Rashida Jones), e também inspirando os pequenos a fazerem boas
ações para não irem para a lista de “crianças malcriadas” de Klaus. As boas
ações das crianças, por sua vez, vão aproximando os membros dos clãs rivais,
contribuindo assim para que um conflito de gerações seja desfeito.
Por outro lado fica a impressão
de que a jornada de Jesper é relativamente fácil. Ele praticamente não tem
nenhum grande obstáculo a superar e mesmo os conflitos que emergem ao final,
com os líderes dos clãs tentando sabotar a entrega dos brinquedos no Natal, é
resolvida muito rapidamente para criar qualquer senso de drama. O mesmo pode
ser dito do conflito entre Jesper e o pai que é praticamente resolvido fora de
cena, com o protagonista contando depois como foi a conversa com o pai, o que
tira a força do arco dramático dele, já que apenas explica o que acontece ao
invés de nos mostrar.
Ainda assim, apesar de simples e
previsível, Klaus é uma animação divertida,
carismática e com uma mensagem suficientemente bem construída para fazer valer
a experiência.
Nota: 7/10
Trailer
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