quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Crítica – Klaus


Funcionando como uma espécie de “Papai Noel Begins” a animação Klaus tenta imaginar a história de como a figura do Papai Noel se tornou conhecida e como os elementos cercando sua mitologia foram sendo construídos aos poucos. A trama é centrada em Jesper (voz de Jason Schwartzman), um jovem de família rica que não tem nenhum desejo de trabalhar e quer apenas aproveitar a boa vida que a fortuna de seu pai pode lhe proporcionar.

O pai de Jesper, no entanto, quer que ele prove o próprio valor e o envia para chefiar a agência dos correios em uma remota ilha no mar do norte. Se Jesper quiser voltar a sua vida de privilégios, ele precisa entregar seis mil cartas em um ano. O problema é que a vila é habitada por dois clãs que possuem uma rivalidade secular um com o outro e ninguém se interessa por mandar cartas. A situação muda quando Jesper conhece Klaus (voz de J.K Simmons) um lenhador e fabricante de brinquedos que doa brinquedos a crianças que pedem. Jesper então começa a estimular que as crianças enviem cartas a Noel para que consiga atingir a meta de sua agência postal.

É uma história relativamente previsível sobre um sujeito egoísta que aprende a se importar com algo mais além de si próprio, mas tem carisma o suficiente para conseguir envolver mesmo quando sabemos tudo que irá acontecer desde os primeiros minutos. Parte do carisma vem da animação em si, com personagens bem expressivos e singulares cuja personalidade se manifesta do próprio traço e aspecto visual. Eles não precisam dizer muito para que compreendamos como eles são ou qual será a conduta deles.

Outro motivo para o encantamento é a mensagem de como um ato de caridade e boa vontade é capaz de inspirar outros atos similares e assim transformar a vida de todos ao redor. A trama é eficiente em mostrar essa cadeia de causa e consequência, com as cartas de Jesper motivando as crianças a voltarem a estudar, reabrindo a escola da professora Alva (Rashida Jones), e também inspirando os pequenos a fazerem boas ações para não irem para a lista de “crianças malcriadas” de Klaus. As boas ações das crianças, por sua vez, vão aproximando os membros dos clãs rivais, contribuindo assim para que um conflito de gerações seja desfeito.

Por outro lado fica a impressão de que a jornada de Jesper é relativamente fácil. Ele praticamente não tem nenhum grande obstáculo a superar e mesmo os conflitos que emergem ao final, com os líderes dos clãs tentando sabotar a entrega dos brinquedos no Natal, é resolvida muito rapidamente para criar qualquer senso de drama. O mesmo pode ser dito do conflito entre Jesper e o pai que é praticamente resolvido fora de cena, com o protagonista contando depois como foi a conversa com o pai, o que tira a força do arco dramático dele, já que apenas explica o que acontece ao invés de nos mostrar.

Ainda assim, apesar de simples e previsível, Klaus é uma animação divertida, carismática e com uma mensagem suficientemente bem construída para fazer valer a experiência.

Nota: 7/10

Trailer

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