sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Crítica – Cavaleiros do Zodíaco: 2ª Temporada



Análise Crítica – Cavaleiros do Zodíaco: 2ª Temporada

Review – Cavaleiros do Zodíaco: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada desta nova versão de Cavaleiros do Zodíaco produzida pela Netflix, mencionei que apesar do esforço de dar um ritmo mais ágil e tornar mais críveis alguns elementos do universo criado por Masami Kurumada, a animação acabava carecendo o impacto do anime original. Esperava que essa segunda temporada melhorasse alguns aspectos, mas tudo continuou igual.

A narrativa continua onde o primeiro ano terminou, com os cavaleiros de bronze sendo salvos do desabamento da montanha após a derrota de Ikki e a chegada de uma nova ameaça na forma dos cavaleiros de prata. Os principais momentos da trama seguem fieis aos do mangá e do anime, no entanto nem todos funcionam por conta de escolhas de adaptação que a série fez.

Um exemplo é o resgate dos cavaleiros pelas mãos de Mu. Como na primeira temporada nunca houve o arco de Shiryu ir até Jamiel consertar as armaduras e conhecer o cavaleiro de ouro de Áries, a aparição de Mu aqui soa jogada de qualquer jeito, mais soando como um deus ex machina preguiçoso do que um elemento natural. Afinal, se Mu não conheceu Shiryu ou Seiya e testemunhou o valor deles em primeira mão, que motivação ele teria para salvá-los? Uma profecia vaga? Porque não acreditar na profecia do Santuário então?


A velocidade da progressão da trama também faz momentos importantes da narrativa não possuírem o devido impacto por conta da série não dar tempo desses eventos repercutirem. Um exemplo é a decisão de Shiryu em furar os olhos durante a luta contra Algol de Perseu, que acontece muito rápido e posteriormente a trama não dá espaço para que sintamos o impacto disso sobre o personagem. Do mesmo modo o retorno de Ikki chega e termina de maneira tão veloz que ele acaba desprovido de drama. Até a climática cena da flecha de ouro atingindo Saori soa súbita ao invés de devidamente construída, jogada de qualquer jeito só para criar um gancho para a próxima temporada.

O pouco número de episódios também implica que a maioria dos personagens não tem muito que fazer. Eu sei que Seiya é o personagem principal, mas o anime também conseguia dar espaço para que os outros cavaleiro tivessem seu tempo para brilhar. Aqui a temporada começa e termina sem que Shun ou Hyoga, por exemplo, tenham algo relevante para fazer.

O vilão Van Guraad, a principal diferente dessa nova versão em relação às demais é sub-aproveitado, aparecendo só nos dois últimos episódios da temporada. Em um deles, inclusive, a presença dele é um papel meramente expositivo, com o episódio quase inteiro consistindo de explicações de Guraad detalhando a profecia do Santuário e a relação entre ele e Mitsumasa Kido.

Apesar de apresentar algumas cenas de ação competentes, como a luta entre Seiya e Misty ou o embate com Guraad no final, ainda assim a grande maioria das lutas carece da empolgação do anime original. Isso porque boa parte do tempo das lutas é gasto com os cavaleiros parados, disparando o cosmo com as mãos do que efetivamente lutando. Esses pequenos disparos de energia nunca conseguem convencer do grande poder manejado pelos cavaleiros.

A segunda temporada de Cavaleiros do Zodíaco continua carecendo do senso de drama, grandiosidade e impacto do anime original, apesar de ocasionais momentos de inspiração.

Nota: 5/10

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