Ninguém estava esperando muita
coisa de Jumanji: Bem Vindo à Selva (2018). Na verdade, talvez tenha
sido essa exata baixa expectativa que permitiu que o filme se tornasse um
imenso sucesso de bilheteria, arrecadando quase um bilhão de dólares. Na
Hollywood de hoje, quando um filme faz esse tipo de dinheiro, é inevitável fazer
uma continuação, mesmo quando o material não deixava muito espaço para isso.
Assim, este Jumanji: Próxima Fase existe praticamente como uma exigência
de mercado e o resultado final deixa claro que estamos diante de um produto de
estúdio sem alma.
Na trama, dois anos depois dos
eventos do filme anterior, os quatro protagonistas, Spencer (Alex Wolff),
Bethany (Madison Iseman), Martha (Morgan Turner) e Fridge (Ser’Darius Blain) se
reencontram em sua cidade de origem durante o Natal. Spencer sente falta da
sensação de invencibilidade que experimentou quando estavam em Jumanji e entra
mais uma vez no jogo, obrigando os demais a resgatá-lo. Além dos quatro
protagonistas outras duas pessoas são sugadas para dentro do jogo, o avô de
Spencer, Eddie (Danny DeVito), e o melhor amigo de Eddie, Milo (Danny Glover).
O que segue é praticamente uma
repetição do primeiro filme, envolvendo uma caçada por uma joia mística que foi
roubada por um poderoso guerreiro. A trama do jogo dentro filme ser a mesma
seria até compreensível por se tratar de um videogame, mas o problema é que
mesmo os arcos dos personagens são os mesmos do filme anterior. Spencer
enfrenta sua falta de autoconfiança para dizer a Martha como se sente, Fridge
reclama por estar em um corpo pouco atlético e daí por diante, tudo exatamente
igual ao que vimos antes.
O humor, que já era repetitivo no
filme original ao construir piadas sempre em cima do único traço de
personalidade de cada personagem, já soa desgastado pelo excesso de repetição e
raramente faz rir como deveria. A exceção fica por conta do personagem de Danny
DeVito, já que ver Dwayne “The Rock” Johnson e Awkwafina emulando a voz, o
jeito de falar e os maneirismos do personagem mau-humorado de DeVito são os
melhores momentos do longa, ainda que não o suficiente para fazer a fita
parecer menos desgastada e cansativa.
A subtrama da rivalidade entre
Eddie e Milo, por sinal, é a única coisa que o filme apresenta que realmente
soa como um arco dramático de personagem sem soar uma mera reciclagem. A questão
é que quando os problemas passados deles são revelados, soam muito simples para
todo drama que foi criado a respeito, resultando em algo anticlimático e sem
impacto. É também estranho que o filme torne esse arco praticamente o centro da
narrativa e deixe os personagens com tão pouco o que fazer, mantendo-os
estagnados ao invés de desenvolvê-los.
Jumanji: Próxima Fase não tem muito a oferecer além de
mais do mesmo, sendo uma daquelas continuações preguiçosas que se limita a
repetir o original sem muito esforço de tentar aprofundar seu universo ou
personagens.
Nota: 5/10
Trailer
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