quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: Parte 3


Análise Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: Parte 3


Review – O Mundo Sombrio de Sabrina: Parte 3
O segundo ano de O Mundo Sombrio de Sabrina parecia perder de vista o que tinha tornado seu ano de estreia tão bacana, com uma trama arrastada e personagens pouco convincentes, mas essa terceira parte consegue recuperar a série e trazer de volta o senso de aventura, mistério e temor do ano de estreia.

A trama começa mais ou menos no ponto onde a anterior parou, com Sabrina (Kiernan Shipka) prendendo Lúcifer (Luke Cook) no corpo de Nick (Gavin Leatherwood), mas pensando em uma maneira de salvar o namorado. O aprisionamento do rei do inferno, no entanto, gera uma série de consequências inesperadas, fazendo os poderes de todo o coven de Sabrina e suas tias enfraquecerem e também causando desequilíbrio entre os diferentes planos de existência. Para tentar trazer de volta o equilíbrio Sabrina clama para si o trono do inferno, mas seu reinado é desafiado pelo lorde demoníaco Caliban (Sam Corlet), que inicia um desafio envolvendo a recuperação de relíquias profanas. Ao mesmo tempo, um circo chega a Greendale e nele está um culto pagão a uma divindade ancestral que aproveita a fraqueza das bruxas da cidade para tomar o poder que há em Greendale.

Já de início a temporada consegue estabelecer claros conflitos para a protagonista e cria um arco que torna mais convincente a jornada dela e seu conflito de estar dividida entre suas obrigações de bruxa e a lealdade aos amigos e família ao colocar ameaças nas duas frentes (Caliban no inferno e os pagãos em Greendale). A inserção dos pagãos e de outros tipos de bruxas ajuda a ampliar o escopo do universo da série, inserindo horrores ancestrais que apontam para as histórias de Robert Chambers (o fato do circo se chamar Carcosa certamente é uma referência ao livro O Rei Amarelo) ou H.P Lovecraft (é difícil não ver o estranho ovo que os personagens recuperam e não pensar em Cthulhu). Essa ampliação do universo ajuda a série a não ficar andando em círculos e repetindo as mesmas ideias de “cristianismo invertido” da temporada anterior.

A trama acerta em deixar Nick de lado, já que toda relação dele com Sabrina na temporada anterior soava pouco convincente e parecia inserida só para criar um triângulo entre eles dois e Harvey (Ross Lynch). Aliás, todo o núcleo da escola de Greendale, como Roz (Jaz Sinclair) e Theo (Lachlan Watson) tem um papel mais ativo na história e uma presença mais relevante no enfrentamento ao culto pagão. A temporada também consegue criar algumas imagens bem sinistras, como a transformação de Hilda (Lucy Davis) em uma criatura aracnídea que me fez lembrar A Mosca (1986) ou as transformações dos membros do culto pagão.

Por outro lado continua a incomodar o quanto Salem continua sendo um elemento subaproveitado, sumindo completamente ao ponto em que quase esquecemos dele apenas para reaparecer sempre que o roteiro exige. O desfecho acaba se complicando mais do que deveria com toda a questão de viagens no tempo e paradoxos temporais, mas a maneira como a temporada encerra faz sentido dentro da ideia de Sabrina tentar resolver seu problema de estar constantemente dividida entre dois mundos.

Assim, a parte três de O Mundo Sombrio de Sabrina acerta na sua construção de mistério e suspense, ampliando o universo da trama e corrigindo os erros do ano anterior.

Nota: 7/10


Trailer

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