terça-feira, 14 de abril de 2020

Crítica – Bad Boys Para Sempre




Análise Crítica – Bad Boys Para Sempre

Review – Bad Boys Para SempreDepois do péssimo Os Bad Boys II (2003) eu não tinha interesse em ver mais nenhum filme com esses personagens. O fato de ser uma continuação feita quase vinte anos depois também não inspirava confiança, já que não parecia ainda haver demanda por essa franquia. O que me fez ter um mínimo de curiosidade em relação a este Bad Boy Para Sempre foi saber que o diretor Michael Bay não voltaria para esse terceiro. A ausência de Bay fez maravilhas pelos Transformers no bacana Bumblebee (2017), então imaginei que esse daqui também pudesse se beneficiar da troca de diretores. Isso, no entanto, não acontece, já que a dupla de diretores Adil e Bilall parece bem preocupada em emular o estilo de Bay, ainda que o resultado não seja o desastre que é o segundo filme, um patamar baixo a superar, convenhamos.

Na trama, a poderosa traficante Isabel Aretas (Kate del Castillo) foge da prisão determinada a se vingar de todos que a colocaram na cadeia e destruíram sua família. Uma dessas pessoas é Mike (Will Smith) e quando ele é baleado, Marcus (Martin Lawrence) sai da aposentadoria para ajudar o amigo. Não há muito mais em termos de trama e isso, em si, não seria um problema, o que incomoda é a quantidade de furos, coisas mal explicadas e reviravoltas que se pretendem a serem algo bombástico, mas resultam em cenas risíveis.

Martin Lawrence até surpreende ao trazer uma inesperada emoção a Marcus, que demonstra um sentimento genuíno de preocupação por Mike. Já Will Smith, como nos outros filmes da franquia, continua cometendo o equívoco de achar que gritar seus diálogos vai tornar tudo mais engraçado. Kate del Castillo traz intensidade e uma presença ameaçadora a Isabel, mas acaba sendo subaproveitada, já que boa parte de suas cenas consiste da personagem numa varanda falando ao celular ou rezando para uma estátua da morte. É uma pena, porque fica a impressão de que a vilã poderia render mais.

Igualmente subaproveitada é Vanessa Hudgens, praticamente uma figurante de tão irrelevante que é para o filme. Talvez a unidade de jovens policiais de elite da qual ela faz parte tenha sido inserida com o intuito de ser mais explorada em um spin-off ou continuação, uma praga recente da produção de blockbusters que acha que todo filme precisa gerar um universo de produtos diferentes e que mostra que Hollywood não aprendeu nada com fracassos como os de A Múmia (2017) ou o rendimento muito abaixo do esperado do segundo Animais Fantásticos. Afinal, se o filme que eu estou assistindo não é bom, porque diabos me empolgaria com mais sequências ou spin offs?

As cenas de ação ao menos não trazem a câmera nauseante e montagem epilética dos filmes de Michael Bay, mas, simultaneamente, também não trazem nada de verdadeiramente empolgante ou digno de nota. Algumas cenas, como boa parte do clímax, são atrapalhadas pelo constante uso de uma computação gráfica pouco convincente. A cena em que a vilã despenca em direção às chamas, por exemplo, parece saída de alguma animação da Disney da década de 90. O clímax ainda é atrapalhado por uma série de reviravoltas exageradas que transformam tudo em um grande novelão e produzem mais risos do que surpresas genuínas.

Bad Boys Para Sempre até tem algumas qualidades, mas nunca consegue empolgar como deveria e desperdiça oportunidades e personagens que poderiam render algo de memorável.

Nota: 5/10


Trailer

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