Produzido pela WB Animation, fui
assistir este Mortal Kombat Legends: A
Vingança de Scorpion esperando algo com a mesma qualidade dos longas
animados que a Warner faz para o universo DC. O filme de fato entrega a
brutalidade das lutas que se espera de um Mortal Kombat, mas deixa a desejar no
desenvolvimento dos personagens.
A trama reconta a história do
primeiro Mortal Kombat sob a perspectiva do ninja Scorpion. Antes Hanzo
Hasashi, o ninja vivia com sua família até que todos foram mortos pelos membros
do clã Lin Kuei e seu líder, Sub-Zero. No submundo, Hasashi jurou lealdade ao
feiticeiro Quan Chi, sendo transformado em um poderoso espectro infernal para
se infiltrar na ilha de Shang Tsung, onde o torneio Mortal Kombat estaria
acontecendo, para roubar o amuleto que permitiria libertar o deus Shinnok e
para ter sua vingança contra Sub-Zero.
O início é competente em mostrar
a vida pregressa de Hanzo e o impacto que a morte de sua família causa nele. O
problema é que tudo começa a se mover muito rápido após a aliança dele com Quan
Chi e sua transformação em Scorpion. A partir desse ponto, no entanto, o
personagem não é nada mais que uma eficiente máquina de matar. Não há muito
esforço em tentar entender o que significa para o personagem essa existência
como uma cria infernal ou como ele aprendeu a usar suas novas habilidades. O
foco em Scorpion também acaba fazendo os demais combatentes (ou seriam
kombatentes?) parecer menos hábeis, já que Liu Kang, Sonya e Johnny Cage
precisam ser constantemente salvos pelo ninja infernal.
O Johnny Cage dublado por Joel Mc
Hale (o Jeff de Community) oferece
algum senso de humor, embora suas interações com Sonya não funcionem como
deveriam, sendo reduzidas a uma comédia física repetitiva. Além disso, a
aproximação romântica dos dois é construída de maneira muito abrupta, com Sonya
detestando Cage durante boa parte da história, até que muda de opinião ao vê-lo
lutar, como isso compensasse todos os outros aspectos da personalidade de Cage
que ela detesta.
A animação acerta na ação
sangrenta que é característica dos jogos, com sangue e tripas voando em
profusão a cada luta. Tal como nos games, a representação da violência aqui
caminha em uma linha tênue entre o impactante e o cômico. Algumas cenas, como a
de Goro finalizando Jax, impressionam pela brutalidade, enquanto outras são tão
exageradas que mais provocam risos do que tensão ou repulsa, a exemplo da cena
em que Hanzo/Scorpion dá um soco tão forte em um inimigo que os olhos do
oponente saltam para fora de seu crânio.
As lutas também trazem os mesmos
efeitos de “raio x” dos jogos recentes, usando câmera lenta em alguns momentos
para mostrar o dano interno causado pelos golpes de cada lutador. O expediente
não só ressalta a violência dos combates como também ajuda a dar um senso de
perigo, já que sabemos exatamente a extensão dos ferimentos de um guerreiro ou
como cada lutador pode ser letal.
Assim, Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion faz pouco para
expandir ou aprofundar Scorpion como personagem, mas ao menos entrega bons
momentos de ação.
Nota: 6/10
Trailer
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