quinta-feira, 16 de abril de 2020

Drops – O Rei Tigre e Eu


Resenha Crítica – O Rei Tigre e Eu

A série documental A Máfia dos Tigres virou febre nas últimas semanas graças à insana história real que conta. Quando escrevi sobre ela, mencionei que o último episódio andava rápido demais, que muitas tramas ficavam relegadas a serem explicadas via cartelas de texto e que talvez fosse melhor ter um episódio adicional. Pois a Netflix de fato fez um episódio adicional para a série neste O Rei Tigre e Eu, mas é menos uma extensão da série e mais um complemento com entrevistas em que alguns dos participantes falam de suas vidas pós-série.

Apresentado por Joel McHale (de Community) funciona como uma espécie de talk-show remoto, já que, por conta da pandemia, cada participante fala de sua respectiva casa. Os participantes são, na maioria, coadjuvantes da série, ex-funcionários de Joe Exotic. Considerando que muitos dos protagonistas tem seus crimes, suspeitas de crimes e contradições reveladas, era de se imaginar que figuras como Carole Baskin ou “Doc” Antle não participariam, sendo Jeff Lowe o único dos personagens principais presentes.

O problema, no entanto, é que o episódio falha em nos dar um entendimento maior sobre aquelas pessoas ou os eventos mostrados na série. A fala dos ex-funcionários só diz coisas que o documentário já mostrou sobre Exotic, que ele é um ególatra instável que trata mal todos a sua volta. A única revelação significativa vem da entrevista com o gestor de campanha de Joe, que conta que o suicídio de Travis, um dos maridos de Joe, teria sido acidental, com Travis aparentemente sem saber que a arma estava carregada.

O episódio tem alguns momentos de humor graças as reações e perguntas inesperadas de McHale a esse elenco de figuras pitorescas. Em programas como The Soup e The Joel McHale, o ator fez uma carreira em cima de comentar as cenas mais insólitas de programas de televisão e reality shows, então ele tem bastante jogo de cintura para lidar e extrair humor das interações com esses sujeitos insólitos.

Ainda assim, esse o Rei Tigre e Eu não consegue afastar a sensação de um produto apressado, feito a toque de caixa para capitalizar em cima da febre que a série virou, mas sem efetivamente oferecer muito conteúdo ao espectador.

Nota: 5/10

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