terça-feira, 30 de junho de 2020

Crítica – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars

Análise Crítica – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars

Review Crítica – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
De certa forma este Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars acaba sendo similar a outras comédias protagonizadas por Will Ferrell. Tal como em Ricky Bobby: A Toda Velocidade (2006) e Escorregando para a Glória (2007), é uma história sobre um sujeito faz uma dupla com outra pessoa igualmente excêntrica para participar de uma competição em um nicho muito específico.

Na trama, Lars (Will Ferrell) e Sigrit (Rachel McAdams) tem uma banda juntos e sonham em participar do festival Eurovision (uma competição real que existe desde 1956), que reúne músicos de toda Europa em uma competição musical, representando a Islândia, pais natal deles. Quando uma série de acidentes bizarros elimina todos os outros músicos islandeses que tentavam entrar no festival, Lars e Sigrit tem a chance de realizar o sonho deles.

O problema no filme nem é parecer demais em termos de premissa com outros feitos por Ferrell e sim não conseguir nos envolver com esses personagens. Ferrell aqui e ali consegue colocar uma frase de efeito divertida, mas muito da comédia, como a relação entre Lars e o pai (Pierce Brosnan), e outros elementos não funcionam.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Crítica – A Despedida


Análise Crítica – A Despedida

Review – A DespedidaLidar com o luto não é fácil, ainda mais quando sabemos que uma pessoa querida tem pouco tempo de vida. Quando sequer podemos contar pra essa pessoa o pouco tempo que se tem ou se despedir adequadamente, tudo pode ser ainda mais difícil. É esse o conflito central de A Despedida.

Na trama, Billi (Awkwafina) viaja de volta para China para ir ao casamento de um primo depois de descobrir que avó, Nai Nai (Shuzhen Zhao) foi diagnosticada com um câncer severo e aparentemente tem apenas três meses de vida. Chegando lá, descobre que os parentes optaram por não contar para a avó do seu estado de saúde, para que ela aproveite melhor seus últimos dias sem se preocupar. Billi, no entanto, fica dividida com essa escolha, já que não poderá se despedir adequadamente da avó e provavelmente não conseguirá voltar à China para visitá-la uma outra vez.

A diretora Lulu Wang conduz tudo com muita sutileza, deixando que os personagens comuniquem seus sentimentos mais com os corpos e gestos do que com as palavras. Há muitos momentos de silêncio, seja em cenas coletivas ou em segmentos em que Billi está sozinha, que enfatizam a natureza contemplativa do dilema da protagonista, entre seu sentimento individual de ser capaz de se despedir da avó e o seu compromisso com a coletividade familiar para manter os ânimos da avó.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Crítica – The Sinner: 3ª Temporada


Análise Crítica – The Sinner: 3ª Temporada

Review – The Sinner: 3ª Temporada
Quando falei sobre a segunda temporada de The Sinner, mencionei que apesar de construir um mistério envolvente não dizia muito sobre a questão da culpa que a primeira temporada já não tivesse feito. Essa terceira temporada começa instigante, mas vai aos poucos perdendo força. Avisamos que o texto pode conter SPOILERS.

Na trama, o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) é chamado para investigar uma batida de carro que termina com a morte do motorista, mas o passageiro, um professor de escola particular chamado Jamie (Matt Bomer), sobrevive. Aparentemente parece só um acidente causado pela imprudência do motorista, mas Ambrose desconfia que Jamie conscientemente deixou o amigo, Nick (Chris Messina), morrer.

O ator Chris Messina traz uma presença imprevisível e ameaçadora para Nick. O modo como o personagem consegue afetar e manter o controle sobre Jamie cria um mistério envolvente sobre o que teria acontecido no passado deles ao ponto em que Nick consegue manipular o professor com tanta facilidade e que traumatiza Jamie ao ponto em que ele opta por deixar Nick morrer. Matt Bomer convence da instabilidade que se instaura em Jamie a partir do momento em que Nick volta para sua vida e também da culpa que se instala nele depois de deixar o antigo amigo morrer, o que volta ao tema central da série que é a culpa.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Rapsódias Revisitadas – Um Dia De Fúria

Resenha – Um Dia De Fúria

Análise Crítica - Um Dia de Fúria
Apesar de ser mais lembrado pelos dois filmes do Batman que dirigiu, o diretor Joel Schumacher também conduziu muitos filmes marcantes nas décadas de 80 e 90, como O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (1985), Os Garotos Perdidos (1987) e Um Dia de Fúria (1993), o filme que revisitaremos hoje nessa coluna.

A trama segue um trabalhador (Michael Douglas) que abandona o carro em um engarrafamento e decide ir andando para casa, já que é aniversário da filha. Ao longo do caminho, ele não encontra nada além de hostilidade e responde a isso de maneira agressiva, criando ainda mais violência e espalhando o caos por onde passa.

A narrativa opera em vários níveis de crítica à sociedade e cultura dos Estados Unidos e como o resultado de um grupo social com essa estrutura e valores é uma receita para o desastre. A primeira coisa que chama atenção é o individualismo. Praticamente todas as pessoas com as quais o protagonista se encontra veem apenas o próprio lado e tentam se impor diante do protagonista. O que resulta nessas interações não é uma conversa, uma troca, mas um duelo em que um tenta forçar o outro a fazer o que quer e no qual o mais agressivo sai vitorioso. Uma sociedade na qual as pessoas só se preocupam consigo mesmas.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Crítica – Wasp Network: Rede de Espiões



Análise Crítica – Wasp Network: Rede de Espiões

Review – Wasp Network: Rede de Espiões
Dirigido por Olivier Assayas e adaptando um livro escrito pelo brasileiro Fernando Morais baseado em uma história real, este Wasp Network: Rede de Espiões tinha, ao menos no papel, tudo para dar certo. Para quem não conhece a obra de Morais, ele é um dos melhores escritores de não-ficção do Brasil, tendo escrito biografias de figuras como Olga Benário e Assis Chateaubriand, ambas adaptadas para o cinema em Olga (2004) e Chatô: O Rei do Brasil (2015). O produto final, porém, acaba deixando a desejar graças a uma série de escolhas relativas à estrutura narrativa.

Adaptando o livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, escrito por Morais, a trama acompanha um grupo de agentes da inteligência cubana que viajam aos Estados Unidos na década de noventa com o intuito de se infiltrarem em organizações anticastristas para impedirem ataques ao governo cubano. Entre esses agentes estão os pilotos Rene (Edgar Ramirez) e Juan Pablo (Wagner Moura) e o burocrata Gerardo (Gael Garcia Bernal).

O livro escrito por Morais era uma espécie de “James Bond do subdesenvolvimento”, com os personagens precisando lidar tanto com as dificuldades de manterem uma história falsa sobre si e todas as implicações disso, como também com os recursos limitados da ilha para fazerem seu trabalho. O filme comandado por Assayas, no entanto, acaba carecendo tanto de suspense quanto de drama.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Crítica – Kidding: 2ª Temporada


Análise Crítica – Kidding: 2ª Temporada

Review – Kidding: 2ª Temporada
Depois de uma excelente primeira temporada em que a série Kidding levou seu protagonista provavelmente até o fundo do poço de onde os sentimentos reprimidos dele poderiam levá-lo, essa segunda temporada parece voltada a mostrar o esforço do personagem em se reerguer. Em muitos casos é difícil que uma série com um ano de estreia tão bom consiga manter o nível em temporadas posteriores, mas essa segunda consegue ser tão boa quanto a primeira.

A narrativa retoma exatamente no ponto em que a primeira temporada acabou. Depois de atropelar Peter (Justin Kirk), o namorado de Jill (Judy Greer), Jeff (Jim Carrey) decide doar o próprio fígado para salvar a vida dele. Ao mesmo tempo, Deirdre (Catherine Keener) dá prosseguimento ao processo de divórcio do marido e tenta ajudar Jeff a reerguer o programa de televisão.

Se o mote da primeira temporada era descer ao fim da cachoeira e entender as decisões que levaram a essa queda, o mote da segunda parece ser o da reparação. Em como, depois das coisas serem inevitavelmente destruídas, é possível reconstruir as coisas, em que medida existe a possibilidade de reparação. Claro que, tal qual a primeira temporada, os personagens permaneçam sujeitos falhos, que nem sempre tomam as melhores ou mais louváveis decisões.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Crítica – A Comédia dos Pecados


Análise Crítica – A Comédia dos Pecados

Review – A Comédia dos PecadosO Decamerão escrito por Boccaccio no século XIV representava uma importante ruptura do olhar artístico de sua época. Nele, não era mais o divino, o metafísico que movia os personagens, não era o amor espiritual que estava em jogo. Eram os valores terrenos, carnais, da natureza, que motivavam seus personagens, tirando as histórias do metafísico e da moral medieval e inserindo essas tramas no domínio do realismo. Este A Comédia dos Pecados é levemente baseado nos escritos de Boccaccio tenta exatamente parodiar essa transição do discurso medieval para o discurso realista recorrendo ao deboche e ao absurdo.

A trama se passa em um convento no interior da Itália medieval e é centrado em um grupo de freiras que começa a ficar instável por conta da clausura. As coisas se complicam com a chegada de Massetto (Dave Franco), que chega no convento fugindo de nobre que quer matá-lo. Massetto finge ser surdo-mudo e começa a trabalhar no convento, mas a lascívia das freiras e as confusões que se instalam tornam difícil que ele consiga manter a farsa.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Crítica - Pokémon: Isle of Armor


Análise Crítica - Pokémon: Isle of Armor

Review - Pokémon: Isle of Armor
Quando escrevi sobre Pokémon Sword/Shield mencionei como ele refinava muitos elementos problemáticos que passaram tempo demais intocados pela franquia, ainda que a ausência da possibilidade de trazer todos os monstrinhos para o game fosse um pouco limitadora. Pois a primeira expansão dos dois jogos, Isle of Armor traz de volta mais uma centena de criaturas de gerações anteriores, além de um novo espaço para explorar.

A trama da expansão é bem simples, o protagonista viaja para a ilha do título para treinar no Dojo local e, no processo, se envolve com os testes impostos pelo mestre Mustard, conhece um novo pokémon lendário em Kubfu e um novo rival na forma de Clara ou Avery, dependendo da sua versão do jogo. A história é bem simples e breve, podendo ser completada em duas ou três horas se o jogador for direto para os objetivos.

A trama aponta para uma expansão de elementos da mitologia da região de Galar, em especial a misteriosa energia Dynamax, mas não oferece muito em termos de desenvolvimento do universo. O novo (ou nova) rival, independente da versão, é mais irritante do que qualquer outra coisa, constantemente tentando menosprezar o protagonista com trocadilhos toscos envolvendo o tipo de pokémon em que se especializam, o que fica cansativo bem rápido. Por outro lado, mestre Mustard e sua esposa Honey (mostarda e mel, sacaram?), além do resto das figuras da ilha, são carismáticos o suficiente para evitar que tudo seja entediante.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Crítica – Kidding: 1ª Temporada


Análise Crítica – Kidding: 1ª Temporada

Review – Kidding: 1ª TemporadaEu não sabia exatamente o que esperar de Kidding. Fui assistir por conta do elenco encabeçado por Jim Carrey e por algumas cenas que viralizaram na internet por conta de sua inventividade visual. O que encontrei foi uma excelente mescla de drama e comédia que examina as consequências do trauma na psique humana.

Na trama, Jeff Picles (Jim Carrey) é um famoso apresentador infantil que há anos conduz um programa educativo televisivo com marionetes em uma emissora de acesso público. Jeff fica devastado com a morte de um de seus filhos em um acidente de carro e tem dificuldade em lidar com o próprio luto, principalmente porque sua esposa, Jill (Judy Greer), se separa dele e Jeff vê tudo desmoronar ao seu redor. Ao invés de processar todos esses sentimentos, Jeff os engole a seco e tenta manter a personalidade otimista e gentil de seu personagem televisivo, o Sr. Picles, o que obviamente só agrava seu estado mental.

Poucos atores dariam conta de um personagem como Jeff da maneira que Jim Carrey faz aqui. O ator dá conta das múltiplas facetas do apresentador de maneira bastante natural, transitando entre a personalidade lúdica e brincalhona do Sr. Picles quanto seu lado mais depressivo e autodestrutivo. Jeff, no entanto, não é o único de sua família com problemas emocionais. Seu pai, Seb (Frank Langella), e sua irmã, Deirdre (Catherine Keener) também tem seus próprios problemas emocionais.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Crítica - Downhill


Análise Crítica - Downhill

Review - DownhillO filme sueco Força Maior (2014) foi uma das melhores produções do ano em que foi lançado, vencendo prêmios no Festival de Cannes e sendo indicado a outras premiações internacionais como o Globo de Ouro. Como é comum acontecer, ele ganhou um remake hollywoodiano neste Downhill que, como a maioria dos remakes hollywoodianos de filmes internacionais premiados, parece não ter muito a dizer ou acrescentar ao que o original já fez.

Na trama, o casal Pete (Will Ferrell) e Billie (Julia Louis-Dreyfus) está passando férias nos alpes suíços com os filhos. Quando uma das áreas externas do resort é atingida por uma pequena avalanche e Pete corre sozinho, abandonando Billie e os filhos no local, isso muda completamente a dinâmica da família.

A ideia aqui, tal como no original, é ser uma comédia ácida sobre a natureza individualista do ser humano. Tratar de como rapidamente nos despimos de nosso viés de civilidade e humanismo quando as coisas apertam e passamos a nos preocupar apenas consigo mesmos. Algumas cenas chave do original estão presentes aqui de maneira bem semelhante, em especial a cena em que Pete e Billie revelam o que aconteceu no momento da avalanche para um casal de amigos e tudo explode uma discussão absurda em que Pete tenta racionalizar as próprias ações justificando que não fez nada errado.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Crítica – Superman: Entre a Foice e o Martelo


Análise Crítica – Superman: Entre a Foice e o Martelo

Review – Superman: Entre a Foice e o MarteloLançado em 2003 para o selo Elsewords da DC, que contava histórias de seus super-heróis em universos paralelos, Superman: Entre a Foice e o Martelo imaginava o que teria acontecido se Kal-el tivesse caído na União Soviética ao invés de nos Estados Unidos. O resultado da obra de Mark Millar era uma das melhores histórias do personagem, que mostrava um amplo entendimento do que tornava o Superman tão singular ao mesmo tempo em que celebrava seu legado. Pois agora a Warner decidiu adaptar a história neste longa animado Superman: Entre a Foice e o Martelo e o resultado é quase tão bom quanto o material original.

Na trama, depois de ser revelado ao mundo, a existência do Superman soviético amplia ainda mais as tensões da Guerra Fria e os temores dos Estados Unidos com a expansão soviética. Para tentar conter a ameaça, o governo dos EUA recorre à sua mente mais brilhante: Lex Luthor. A partir de então acompanhamos as décadas de rivalidades entre as duas potências mundiais a partir da rivalidade entre Lex e o Superman.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Crítica – Destacamento Blood


Análise Crítica – Destacamento Blood

Resenha Crítica – Destacamento Blood
Spike Lee provavelmente não imaginou que Destacamento Blood, seu filme mais recente, seria lançado bem em meio a uma série de protestos sobre racismo e violência estatal contra a população negra dos Estados Unidos. Chegando via Netflix durante um momento político e um contexto de recepção que torna seus temas ainda mais relevantes, é difícil negar a força do trabalho de Lee aqui, ainda que tenha suas falhas.

Na trama, um grupamento de soldados negros que combateu junto na guerra do Vietnã retorna ao país nos dias de hoje para recuperar o corpo de um companheiro de farda que morreu em combate na selva. Eles também tem um segundo motivo: recuperar uma mala de ouro que resgataram de um avião de transporte da CIA e enterraram na floresta.

A narrativa, em essência, trata sobre duas guerras ou duas lutas que, para os personagens, nunca acabaram. Eles continuam vivendo o Vietnã, carregando em si todos os traumas e arrependimentos da guerra, assim como continuam vivendo a luta contra o racismo, por terem sido jogados em uma guerra para lutar, morrer e defender um país que os trata como cidadãos de segunda classe.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Drops – Férias Frustradas



Análise Crítica - Férias Frustradas

Review - Férias FrustradasFuncionando simultaneamente como uma continuação e um reboot do filme de 1983, este novo Férias Frustradas não tem lá muita trama e o arco dos personagens é previsível, mas tem momentos suficientemente divertidos para valer a experiência.

A narrativa acompanha a família Griswold liderada por Rusty (Ed Helms). Percebendo que seus filhos e esposa não estão com vontade de ir para o destino de férias habitual da família, ele decide repetir a viagem que fez na infância (nos eventos do Férias Frustradas original) e levar a família em uma viagem de carro através do país para o parque de diversões Walley World. Logicamente nem tudo dá certo ao longo da viagem e a família se coloca em muitas confusões.

A trama em si é bem previsível, com a família eventualmente colocando as diferenças de lado e aprendendo a cuidar melhor um do outro. O texto também tem sua parcela de furos e algumas incoerências, mas não chega a ser nada que quebre a imersão, principalmente porque não é o tipo de filme que assistimos pela história.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Drops – Doce Argumento

Análise Crítica – Doce Argumento

Review – Doce ArgumentoDoce Argumento é uma daquelas comédias bem lugar-comum que inundam constantemente o catálogo da Netflix, partindo da tradicional premissa do casal que se detesta, mas eventualmente descobre que se ama sem, no entanto, oferecer nada de novo ou diferente a esse clichê batido.

Na trama, Bennett (Jacob Latimore) e Lona (Sami Gayle) disputam a liderança do clube de debate da escola e são rivais desde a juventude. Ambos contam com a vitória no campeonato estadual de debate como meio de entrarem em uma boa universidade, mas quando não se classificam individualmente, tentam entrar como dupla. Ao trabalharem juntos, obviamente colocarão as diferenças de lado e vão descobrir que tem tudo a ver um com o outro.

Assim como outras comédias românticas da Netflix, a exemplo de Amor em Obras (2019), o principal problema nem é só a trama previsível, mas a completa ausência de drama ou conflito. Imaginamos que a disputa do campeonato será esse elemento, já que ambos contam com a vitória, mas isso é resolvido quando eles passam a competir como dupla. A informação de que as mães dos dois, Amy (Christina Hendricks) e Julia (Uso Aduba), foram rivais no colégio parece indicar que algum conflito surgirá disso, mas nada acontece nessa frente também.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Rapsódias Revisitadas – Pra Lá de Bagdá

Análise Crítica - Pra Lá de Bagdá


Review - Pra Lá de BagdáQuando foi originalmente lançado em 1998 a comédia de maconheiros Pra Lá de Bagdá não fez muito sucesso. Foi massacrada pela crítica e não rendeu muito em termos de bilheteria. Com o tempo, no entanto, acabou se tornando meio que um filme cult, provavelmente por ter algumas cenas realmente memoráveis ou pelo ganho de popularidade do comediante Dave Chappelle, que não era tão conhecido quando o filme estreou e hoje é um artista premiado.

Em essência Pra Lá de Bagdá é mais uma comédia de maconheiros ao estilo daquelas estreladas por Cheech e Chong, por exemplo. Na trama, Thurgood (Dave Chappelle) trabalha como faxineiro em uma empresa farmacêutica que faz experiências com maconha medicinal. Quando o amigo dele, Kenny (Harland Williams), é preso, Thurgood e seus outros companheiros de apartamento, Scarface (Guillermo Diaz, o Huck de Scandal) e Brian (Jim Breuer) decidem roubar a maconha do laboratório para vender nas ruas e levantar dinheiro para pagar a fiança de Kenny.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Crítica – The Looming Tower


Análise Crítica – The Looming Tower

Review – The Looming Tower
Depois dos ataques de 11 de setembro muitas teorias da conspiração começaram a pipocar. De inferências que foi tudo feito em acordo entre o governo dos EUA e a família real saudita, a proposições de que apenas o ataque às torres foi real e todo resto encenado. A verdade, no entanto, pode ser muito mais simples, como sugere o premiado livro-reportagem O Vulto das Torres, escrito por Lawrence Wright, que serviu de inspiração para esta minissérie The Looming Tower, produção da Hulu que chega ao Brasil via Amazon Prime.

A começa ainda no final da década de noventa e é centrada em John O’Neill (Jeff Daniels), especialista em contraterrorismo do FBI. John começa a prestar atenção na ameaça potencial de Osama Bin Laden e da Al-Qaeda graças a ajuda do agente Ali Soufan (Tahar Rahim), um libanês criado nos EUA que entende a filosofia dos radicais islâmicos. O FBI, no entanto, não é a única agência de olho neles, com a CIA também possuindo uma divisão própria dedicada a coletar informações sobre a rede liderada por Bin Laden. O problema é que ao invés de cooperarem, as duas agências brigavam pela jurisdição dos casos e ocultavam informações uma da outra e isso basicamente permitiu que os atentados acontecessem.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Crítica – The Last Days of American Crime

Análise Crítica – The Last Days of American Crime

Crítica – The Last Days of American Crime
Adaptado de uma graphic novel de mesmo nome, este The Last Days of American Crime, nova produção original da Netflix, consegue ser simultaneamente longo demais e ainda assim incapaz de construir de maneira convincente os arcos de alguns de seus personagens ou mesmo um universo envolvente. Tudo isso faz suas desnecessárias duas horas e meia extremamente cansativas.

A trama se passa em um futuro próximo distópico no qual o governo dos EUA está prestes a acabar com o crime usando um sinal sonoro que paralisa as pessoas que pensem em cometer algo ilegal. Em meio a isso está o ladrão Bricke (Edgar Ramírez), cujo irmão morreu na prisão ao ser usado como uma das cobaias para o tal sinal. Como vingança, ele decide roubar bilhões de uma reserva federal dias antes do sinal ser ativado e usar esse dinheiro para fugir do país. Para tal, contará com a ajuda do gângster Kevin (Michael Pitt) e da hacker Shelby (Anna Brewster).

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Crítica – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition

Análise Crítica – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition

Review – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition
Apesar de ter possuído um Nintendo Wii e ser fã de JRPGs, eu não cheguei a jogar Xenoblade Chronicles quando foi originalmente lançado. Isso porque o game saiu bem no fim do ciclo de vida do Wii e ainda por cima levou mais de um ano até ser lançado no ocidente. A esse ponto eu já tinha vendido meu console e adquirido um Playstation 3, perdendo esse e outro elogiado JRPG em The Last Story. Xenoblade Chronicles chegou a receber um port para 3DS, mas também não joguei essa versão. Assim sendo, este Xenoblade Chronicles lançado para Nintendo Switch foi minha oportunidade de conferir a aventura de Shulk e seus aliados.

A trama chama a atenção pela sua ambientação singular. O mundo se situa nos corpos de dois titãs gigantescos, Bionis e Mechonis, que milênios atrás travaram uma intensa batalha até os dois ficarem paralisados e sem vida. No corpo de Bionis surgiram os humanos (ou Homs) e outras espécies orgânicas, enquanto que no corpo de Mechonis surgiram os Mechons, seres mecânicos que constantemente atacam os habitantes de Bionis, por razões desconhecidas. A única arma capaz de causar dano aos Mechons é a misteriosa espada Monado, que nas mãos jovem Shulk é também capaz de prever o futuro. Assim, Shulk parte em uma jornada para deter os Mechons e desvendar os mistérios da Monado.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Crítica – Chips: O Filme



Análise Crítica – Chips: O Filme

Review – Chips: O FilmeÉ bem evidente desde os primeiros minutos desse Chips: O Filme que a intenção é refazer a famosa série Chips, estrelada por Erik Estrada na década de 70, em uma comédia sem noção nos moldes do remake de Anjos da Lei para os cinemas. No entanto, esse Chips: O Filme carece do nível de absurdo e metalinguagem que as comédias estreladas por Jonah Hill e Channing Tatum exibiam.

Na trama, Jon (Dax Shepard) é um motociclista em fim de carreira depois de múltiplos acidentes e decide se reinventar entrando para a patrulha rodoviária da Califórnia. Ele acaba se tornando parceiro de Frank “Ponch” Poncherello (Michael Peña), sem saber que Ponch é na verdade um agente do FBI infiltrado na patrulha para desbaratar uma gangue de oficiais corruptos que tem cometido roubos nas rodovias.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Crítica – A Vastidão da Noite


Análise Crítica – A Vastidão da Noite

Review – A Vastidão da NoiteDurante muito tempo o cinema foi considerado um meio de natureza visual. A chegada da projeção síncrona do som no final da década de 1920 provocou um intenso debate sobre a natureza desse meio expressivo e o lugar do som no audiovisual. Nessa época, muito se falou sobre o som ser uma espécie de apêndice, um acompanhamento redundante desnecessário que vulgarizava a dita pureza visual do cinema. Durante muito tempo essa visão prevaleceu, com o som sendo tratado como algo menos importante.

Só lá pelos anos 80 que teóricos como Rick Altman ou Michel Chion começaram a defender o valor expressivo do som, não como um mero acompanhamento, mas como uma outra camada de produção de sentidos, sensações e emoções. Chion chegou a cunhar o termo “valor acrescentado” para se referir a como o som agregava capacidade expressiva ao audiovisual. Eu digo tudo isso porque este A Vastidão da Noite, que chegou no Brasil via Amazon Prime, resgata exatamente essa ideia da força expressiva do som.

A trama se passa no interior dos Estados Unidos da década de 50, um período em que o rádio começava a perder espaço para a televisão. Em uma noite, o locutor de rádio Everett (Jake Horowitz) e sua melhor amiga Fay (Sierra McCormick), uma operadora de central telefônica, descobrem uma estranha frequência sonora e decidem investigar.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Crítica – Space Force: 1ª Temporada



Análise Crítica – Space Force: 1ª Temporada

Review – Space Force: 1ª Temporada
Se vocês acham que a ideia de uma divisão das forças armadas dos EUA atuando no espaço como algo absurdo, saibam que é uma possibilidade muito real. A criação de uma “Força Espacial” vem sendo ventilada pelo presidente Donald Trump desde que assumiu o cargo e pode ser que essa divisão já exista agora. A série Space Force tenta imaginar exatamente o que aconteceria se essa divisão existisse e como seria o cotidiano dos militares desse ramo.

A narrativa é centrada no general Naird (Steve Carell), recém promovido a general de quatro estrelas, o posto mais alto das forças armadas dos EUA e escolhido para comanda a recém criada divisão espacial do exército. Ao lado dele estará o cientista-chefe da divisão de pesquisas espaciais, Adrian Mallory (John Malkovich), que constantemente entra em atrito com Naird por se recusar a ver seu trabalho sendo usado para fins de guerra e morte.

É difícil não olhar para o Naird de Carell e não pensar no Michael Scott de The Office, personagem que tornou o ator célebre. Não só Space Force também é uma comédia sobre um ambiente de trabalho, como Naird é também um sujeito bem intencionado, mas meio egocêntrico, babaca, esquisito e inseguro como Michael Scott. Assim como seu personagem em The Office, Naird poderia facilmente se transformar em um mané insuportável, mas Carell dá a ele uma vulnerabilidade e ingenuidade que acaba nos aproximando do personagem.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Crítica – Mortal Kombat 11 Aftermath

Análise Crítica – Mortal Kombat 11 Aftermath

Review – Mortal Kombat 11 Aftermath
Eu imaginei que depois da primeira onda de personagens adicionais, Mortal Kombat 11 oferecesse uma segunda de combatentes (ou seria kombatentes?), dado o sucesso do jogo. Fui, no entanto, surpreendido com o anúncio deste Mortal Kombat 11 Aftermath, que além de inserir três novos personagens também trazia uma expansão do modo história com uma campanha servindo de epílogo para a trama principal.

O novo conteúdo pode ser dividido em dois. De um lado há uma série de adições gratuitas, como novos estágios e novos golpes para todos os personagens, como os Friendships, finalizações engraçadinhas para quem não quiser terminar a luta com um sangrento Fatality, e os Stage Fatalities, finalizações que podem ser feitas em estágios específicos. A essas novidades também vem uma série de alterações para fins de balanceamento que devem mudar um pouco o metajogo.