segunda-feira, 1 de junho de 2020

Crítica – Mortal Kombat 11 Aftermath

Análise Crítica – Mortal Kombat 11 Aftermath

Review – Mortal Kombat 11 Aftermath
Eu imaginei que depois da primeira onda de personagens adicionais, Mortal Kombat 11 oferecesse uma segunda de combatentes (ou seria kombatentes?), dado o sucesso do jogo. Fui, no entanto, surpreendido com o anúncio deste Mortal Kombat 11 Aftermath, que além de inserir três novos personagens também trazia uma expansão do modo história com uma campanha servindo de epílogo para a trama principal.

O novo conteúdo pode ser dividido em dois. De um lado há uma série de adições gratuitas, como novos estágios e novos golpes para todos os personagens, como os Friendships, finalizações engraçadinhas para quem não quiser terminar a luta com um sangrento Fatality, e os Stage Fatalities, finalizações que podem ser feitas em estágios específicos. A essas novidades também vem uma série de alterações para fins de balanceamento que devem mudar um pouco o metajogo.

Do lado pago temos a campanha Aftermath, uma adição ao modo história, e três novos personagens em Fujin, Sheeva e Robocop. A história de Aftermath se passa depois da trama principal, com Liu Kang tendo dificuldade em manejar a ampulheta de Kronika, enviando Fujin, Nightwolf e Shang Tsung ao passado para recuperarem a coroa da deusa do tempo.

A história leva cerca de três horas, sendo contada com o esmero característico das campanhas dos jogos de luta feitos pela Netherrealm, com boas sequências de luta, interações divertidas entre os personagens, conflitos bem delineados e reviravoltas bem construídas. No entanto, uma das principais reviravoltas envolvendo Sindel já foi “spoilerizada” por qualquer um que tenha visto o final individual da personagem nas Torres do Tempo, o que elimina uma das maiores surpresas da trama. Como a personagem já está disponível há meses, é bem possível que a maioria dos jogadores já saiba a verdade sobre o passado dela. Teria sido melhor se Sindel fosse inserida nessa segunda leva de personagens ao invés do primeiro.

Outro ponto alto da nova história é a performance de Cary Hiroyuki Tagawa como Shang Tsung. O ator já tinha interpretado o feiticeiro na primeira adaptação do jogo para os cinemas, Mortal Kombat (1995), e volta aqui ao personagem desde que Tsung fora inserido na primeira leva de DLCs. Tagawa dá a Shang Tsung um cinismo petulante que faz do feiticeiro aquele tipo de antagonista traiçoeiro que dá gosto em odiar.

Entre os três novos personagens, Fujin é o que chama mais atenção graças a um conjunto de mecânicas que o torna bem diferente dos demais lutadores, como sua capacidade de caminhar no ar ou seu ataque de tornado que pode ser usado para frente ou para trás. Sheeva privilegia o combate a curta distância com combos que causam dano alto e que podem ser finalizados com seus muitos ataques especiais de agarramento. A shokan também pode encurtar a distância com seu ataque de salto, que basicamente funciona como um teletransporte que a coloca para surgir acima dos inimigos.

Robocop é o mais previsível dos três em termos de jogabilidade, sendo um lutador lento, mas que privilegia ataques a distância, embora tenha também algumas opções de contra-ataque e ataques de investida para surpreender o adversário. O personagem, no entanto, impressiona pela fidelidade visual e sonora, já que Peter Weller, o ator original do robô nos cinemas, retorna para emprestar seu rosto e sua voz a ele. Depois que o Exterminador chegou ao jogo sem a voz de Arnold Schwarzenegger (mas com o rosto, logicamente), imaginei que Robocop também pudesse deixar de ter a voz de seu intérprete original, mas felizmente o jogo conta com a voz de Weller.

O ponto fraco fica no preço salgado da expansão, que não sai por menos de 160 reais nos consoles, quase o preço de um jogo completo (a versão base de MK 11, por exemplo, está 200 reais nas loja virtual da Sony). Soa muito alto por três personagens e uma campanha relativamente curta. A questão do preço se agrava com a falta de opção dada ao consumidor, pois normalmente jogos de luta permitem que se compre os personagens adicionais individualmente. Até mesmo o extremamente mercenário Street Fighter V permitiu que os jogadores que não quisessem todo o conteúdo da Champion Edition comprassem apenas os novos personagens, então não há muito motivo para que a Netherrealm force o consumidor a gastar um valor tão alto de uma só vez sendo que ele quer apenas parte do conteúdo. Eles poderiam, inclusive ter dado a opção de comprar apenas a nova campanha, comprar apenas o passe para os novos personagens ou comprar tudo junto.

Mortal Kombat 11 Aftermath tem uma competente expansão da história e três novos personagens bem singulares, mas o alto valor e a falta de opções em como obter esse conteúdo pode afastar alguns jogadores.

Nota: 8/10


Trailer

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