quarta-feira, 8 de julho de 2020

Crítica – Feel the Beat

Análise Crítica – Feel the Beat

Review – Feel the Beat
Feel the Beat, produção original da Netflix, tem uma trama bem presa a lugares-comuns. Apresenta uma narrativa sobre uma jovem que perde sua grande chance na Broadway e acaba voltando para sua cidade natal no interior e precisa reconstruir a vida. Já vimos inúmeros filmes com premissas parecidas e Feel the Beat não sai muito do traçado desse tipo de filme.

Na trama, April (Sofia Carson) é uma jovem dançarina com aspirações de fazer sucesso na Broadway. Depois de um mal entendido com uma poderosa diretora, April vê sua carreira acabar praticamente antes de começar. Sem chances, ela retorna a sua cidade natal. Uma chance de retornar à dança aparece quando sua antiga professora de dança, Barb (Donna Lynn Champlin, a Paula de Crazy Ex-Girlfriend), que a chama para ajudar o estúdio de dança em uma competição nacional. Assim, April tentará usar a competição para ganhar notoriedade e retornar a Broadway, mas as desajustadas alunas de Barb podem dar mais trabalho do ela esperava.

É claro que ao longo da competição ela irá aprender com as alunas a ser mais humilde e as alunas aprenderam a importância da dança. É evidente que terão uma escola rival composta por esnobes com técnica impecável, mas sem o coração das alunas desajustadas de April. É lógico que no clímax April terá que escolher entre o sucesso na Broadway que tanto almeja e a lealdade a suas alunas. É tudo extremamente previsível, mas, ainda assim, o filme consegue envolver graças ao carisma do elenco.

O elenco infantil é adorável e transmite bem as inquietações da infância ou as tensões do início da adolescência. Quando um garoto, filho do treinador de futebol americano da escola, se junta a trupe de dança imaginei que o filme tentaria forçar um conflito com o pai não aceitando as escolhas do filme, mas isso não acontece. O treinador abraça tranquilamente o caminho do filho, o ajuda a ensaiar e tudo mais, tratando a questão com muita naturalidade e evitando a reprodução de divisões anacrônicas entre coisas “de menino” e “de menina”, não endossando também padrões tóxicos de masculinidade.

Sofia Carson tem uma ótima química com Donna Lynn Champlin e ao longo do filme consegue construir uma conexão genuína e crível com suas alunas, o que ajuda a dar peso dramático quando a trama inevitavelmente a força a fazer uma escolha entre a carreira na Broadway e as meninas. Os números de dança trazem performances com energia e criatividade, como o número que incorpora gestos de linguagem de sinais na coreografia, contribuindo para nossa compreensão de como a dança é tão importante e fascinante para essas personagens.

Feel The Beat não vai reinventar a roda, nem te mostrar nada diferente do que você já não tenha visto antes, mas seus personagens são carismáticos e dotados de sentimentos genuínos o suficiente para nos envolver e as cenas de dança sempre conseguem colocar um sorriso no rosto.

Nota: 6/10

Trailer

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