A trama é basicamente essa, sem muitos arcos de personagem
nem ninguém passando por grandes transformações ou aprendizados. Tal como
aconteceu com Dunkirk (2017) a
narrativa confia que a tensão da situação vai ser suficiente para envolver o
espectador, mas, diferente do filme de Christopher Nolan, não consegue criar
situações de tensão ou batalha tão impactantes.
Nas entranhas do navio Tom Hanks consegue construir uma
sensação crível da tensão e insegurança de Krause diante de uma situação de
combate tão desfavorável. Ele e o resto do elenco conseguem minimamente nos
envolver com a situação, embora o filme consista basicamente de pessoas
gritando números de coordenadas por noventa minutos.
O ator também traz um calor humano ao personagem ao nos
trazer a sensação do peso da responsabilidade que o personagem sente sobre seus
ombros. Por outro lado é estranho que o filme mostre para o racismo casual do
protagonista, sempre errando o nome dos cozinheiros, os únicos negros a bordo,
como se eles fossem todos iguais (e não são nem remotamente parecidos) e isso
fosse uma confusão engraçada.
Já as cenas de batalhas navais nunca conseguem construir a
tensão ou o perigo que deveriam. Isso decorre principalmente por elas serem
construídas por uma computação gráfica que em muitos momentos não é lá muito
convincente. Como essas cenas soam artificiais boa parte do tempo, isso quebra
a imersão e se torna difícil se importar com os resultados ou sentir qualquer
coisa a respeito delas.
Greyhound: Na Mira do
Inimigo conta com uma performance dedicada de Tom Hanks, mas ele sozinho
não consegue manter o filme navegando diante de cenas de ação cheias de efeitos
visuais pouco convincentes que falham em evocar tensão. Não chega a ser um
naufrágio completo, embora também não seja um aportamento tranquilo.
Nota: 5/10
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