Contando com nomes como Tiffany Haddish e Salma Hayek,
esperava que esse Sócias em Guerra fosse
ao menos divertido, mas o que encontrei foi um produto vazio, que raramente faz
rir. Na trama, Mia (Tiffany Haddish) e Mel (Rose Byrne) são amigas de infância
que juntas abriram uma empresa de cosméticos. Quando a empresa está com
problemas financeiros, elas recebem uma oferta da megaempresária Claire Luna
(Salma Hayek) para adquirir parte da empresa delas. No processo de aquisição Claire
começa a jogar uma sócia contra a outra, colocando em risco a amizade das duas.
Haddish e Byrne conseguem convencer como duas pessoas que se
conhecem a vida inteira, mas o roteiro muitas vezes pesa tanto a mão na
imaturidade e estupidez das duas que é difícil se importar com elas. Isso fica
evidente em situações cômicas sem sentido, como quando elas tentam roubar um
drone no escritório de Claire. Elas estavam prestes a se encontrar com uma
pessoa que poderia salvar o negócio delas e a primeira coisa que tentam fazer
enquanto esperam para entrar na reunião é roubar algo que nem precisam? Qual o
motivo disso?
A cisão entre as duas poderia render algumas cenas
engraçadas, mas o roteiro investe em momentos inanes de comédia física rasteira
como a cena em que Mia come uma comida muito apimentada ou quando ela quase cai
de um lugar alto no escritório de Claire. A trama tenta construir uma mensagem
crítica ao fomento da rivalidade feminina e como isso só beneficia os homens,
mas como todo o conflito entre as protagonistas é resolvido muito fácil, rápido
e com o clichê da “grande apresentação de negócios” cheia de frases de efeito
prontas, o tema não tem o impacto que deveria.
Quem acaba gerando alguns momentos divertidos são Salma
Hayek e Billy Porter. Hayek faz de Claire uma mulher exagerada, extravagante e
meio cafona com seu cabelo alaranjado super armado, que parece usar dúzias de
laquê para se manter em pé e dentes que parecem pastilhas de Mentex. É de
Claire o diálogo mais engraçado do filme quando ela diz “minha cabeça não é
pequena, meus seios é que são enormes”, que faz rir por ser algo que vem
de maneira completamente inesperada e absurda. É esse senso de
imprevisibilidade e absurdo, aliás, que falta no restante do filme Já Porter
interpreta um funcionário de Mia e Mel, com a cena em que ele reage ao fato de
ser demitido pelas duas sendo uma das mais engraçadas do filme.
Com um humor que muitas vezes não funciona não há muito que
se aproveitar em Sócias em Guerra
apesar das boas intenções da mensagem que tenta construir.
Nota: 4/10
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