Lançado em 2011, este Reféns
é mais um filme de suspense sobre invasão domiciliar na qual uma família de
classe alta tem sua residência invadida por bandidos cruéis atrás de seus bens,
sendo agredida e torturada pelos criminosos. Parecia ser um filme bem clichê e,
na verdade, é bem clichê, mas o problema é que sequer consegue fazer isso
direito.
A narrativa é centrada na família de Kyle (Nicolas Cage). Um
dia a casa dele é invadida por um quarteto de ladrões que querem o dinheiro
vivo e as joias que ele e a esposa, Sarah (Nicole Kidman), guardam na casa. Com
medo que os ladrões os matem quando conseguirem o que querem, Kyle se recusa a
abrir o cofre, ao mesmo tempo que teme que a filha, Avery (Liana Liberato),
chegue em casa e seja também feita de refém.
A primeira coisa que salta aos olhos é como todos os
personagens do filme, sem qualquer exceção, são incrivelmente burros. Os
ladrões usam os nomes reais, mostram o rosto para as vítimas e só lembram de
amarrar os reféns depois do filme já ter passado da metade. Já os reféns também
são idiotas ao extremo. Quando Avery volta para casa e percebe os ladrões, ao
invés de tentar sair pela janela do quarto por onde entrou ela desce e tenta
sair pela frente, o que obviamente a faz ser pega.
Do mesmo modo, Sarah consegue fugir em determinado momento,
mas ao invés de deixar a propriedade e ir para bem longe chamar as autoridades,
ela volta para casa para tentar ativar o alarme para alertar a polícia. Apesar
das sucessivas tentativas de fuga das reféns, os bandidos não pensam em
puni-las, quebrando suas pernas por exemplo, de maneira alguma, provavelmente
porque são muito burros.
Com essa estupidez generalizada fica difícil torcer por
qualquer pessoa, já que nenhum personagem parece ter o mínimo de noção
necessária para navegar pela precária situação em que se encontram. Ao invés de
querer que a família escapasse ou que os bandidos fossem bem sucedidos eu
apenas torci para que a casa desabasse e todos morressem de uma vez para que a
tortura que são os noventa minutos desse filme fosse abreviada.
Como se não bastasse os personagens serem totalmente
estúpidos, há também uma histeria generalizada neles, que gritam e
dão chiliques o tempo todo e algumas cenas inteiras em que todo mundo berra suas
falas como se os demais personagens tivessem algum problema auditivo. É tão
histriônico que beira a caricatura, já que esses personagens soam a léguas de
distância de qualquer comportamento humano genuíno, com discussões e barracos
que mais parecem escritas e dirigidas por Tommy Wiseau, diretor do infame The Room (2003), com a diferença que o
filme do Wiseau ao menos consegue ser divertido. Esse aqui é só entediante e
aborrecido.
O filme tenta jogar algumas revelações surpresa quanto as
motivações dos ladrões ou o passado do casal principal, como o fato de Sarah
ter tido um caso com um dos ladrões, mas nada disso tem impacto algum. Em parte
por, como já mencionei, ser quase impossível se importar com qualquer um nesse
filme. Em parte pela própria trama não trazer muita repercussão para essas
revelações.
Quando a situação com os ladrões é resolvida, imaginei que o
filme fosse dar um jeito de resolver a crise de matrimônio entre Kyle e Sarah
ou os problemas de relacionamento entre o casal e a filha, mas não. O filme
simplesmente joga um fade out e os créditos
começam a subir. É como se o diretor Joel Schumacher simplesmente tivesse
ficado de saco cheio da porcaria que estava fazendo, jogado tudo pra cima e
escolheu acabar o filme de qualquer jeito só para se ver livre dessa bomba.
Com uma trama sem sentido, personagens histéricos e
estúpidos e nada que se pareça com desenvolvimento narrativo, o público se
torna refém de um filme desgraçadamente ruim.
Trailer
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