quinta-feira, 9 de julho de 2020

Lixo Extraordinário – Reféns



Análise Crítica – Reféns

Review – Reféns
Lançado em 2011, este Reféns é mais um filme de suspense sobre invasão domiciliar na qual uma família de classe alta tem sua residência invadida por bandidos cruéis atrás de seus bens, sendo agredida e torturada pelos criminosos. Parecia ser um filme bem clichê e, na verdade, é bem clichê, mas o problema é que sequer consegue fazer isso direito.

A narrativa é centrada na família de Kyle (Nicolas Cage). Um dia a casa dele é invadida por um quarteto de ladrões que querem o dinheiro vivo e as joias que ele e a esposa, Sarah (Nicole Kidman), guardam na casa. Com medo que os ladrões os matem quando conseguirem o que querem, Kyle se recusa a abrir o cofre, ao mesmo tempo que teme que a filha, Avery (Liana Liberato), chegue em casa e seja também feita de refém.

A primeira coisa que salta aos olhos é como todos os personagens do filme, sem qualquer exceção, são incrivelmente burros. Os ladrões usam os nomes reais, mostram o rosto para as vítimas e só lembram de amarrar os reféns depois do filme já ter passado da metade. Já os reféns também são idiotas ao extremo. Quando Avery volta para casa e percebe os ladrões, ao invés de tentar sair pela janela do quarto por onde entrou ela desce e tenta sair pela frente, o que obviamente a faz ser pega.

Do mesmo modo, Sarah consegue fugir em determinado momento, mas ao invés de deixar a propriedade e ir para bem longe chamar as autoridades, ela volta para casa para tentar ativar o alarme para alertar a polícia. Apesar das sucessivas tentativas de fuga das reféns, os bandidos não pensam em puni-las, quebrando suas pernas por exemplo, de maneira alguma, provavelmente porque são muito burros.

Com essa estupidez generalizada fica difícil torcer por qualquer pessoa, já que nenhum personagem parece ter o mínimo de noção necessária para navegar pela precária situação em que se encontram. Ao invés de querer que a família escapasse ou que os bandidos fossem bem sucedidos eu apenas torci para que a casa desabasse e todos morressem de uma vez para que a tortura que são os noventa minutos desse filme fosse abreviada.

Como se não bastasse os personagens serem totalmente estúpidos, há também uma histeria generalizada neles, que gritam e dão chiliques o tempo todo e algumas cenas inteiras em que todo mundo berra suas falas como se os demais personagens tivessem algum problema auditivo. É tão histriônico que beira a caricatura, já que esses personagens soam a léguas de distância de qualquer comportamento humano genuíno, com discussões e barracos que mais parecem escritas e dirigidas por Tommy Wiseau, diretor do infame The Room (2003), com a diferença que o filme do Wiseau ao menos consegue ser divertido. Esse aqui é só entediante e aborrecido.

O filme tenta jogar algumas revelações surpresa quanto as motivações dos ladrões ou o passado do casal principal, como o fato de Sarah ter tido um caso com um dos ladrões, mas nada disso tem impacto algum. Em parte por, como já mencionei, ser quase impossível se importar com qualquer um nesse filme. Em parte pela própria trama não trazer muita repercussão para essas revelações.

Quando a situação com os ladrões é resolvida, imaginei que o filme fosse dar um jeito de resolver a crise de matrimônio entre Kyle e Sarah ou os problemas de relacionamento entre o casal e a filha, mas não. O filme simplesmente joga um fade out e os créditos começam a subir. É como se o diretor Joel Schumacher simplesmente tivesse ficado de saco cheio da porcaria que estava fazendo, jogado tudo pra cima e escolheu acabar o filme de qualquer jeito só para se ver livre dessa bomba.

Com uma trama sem sentido, personagens histéricos e estúpidos e nada que se pareça com desenvolvimento narrativo, o público se torna refém de um filme desgraçadamente ruim.

Trailer

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