A trama começa mostrando como Salsicha e Scooby Doo se conheceram ainda criança bem como as origens da turma do Mistérios S/A com Fred, Velma e Daphne. Logo a narrativa passa a acompanhar uma corrida contra o tempo para impedir que o vilão Dick Vigarista reviva o cão infernal Cérbero e o deixe à solta no mundo.
Se focasse mesmo na amizade entre Salsicha e Scooby o resultado podia ser uma aventura encantadora e divertida, mas o filme sofre por ter personagens e tramas demais em uma minutagem muito curta. Tal como aconteceu com A Múmia (2017) ou o segundo Animais Fantásticos, o filme parece mais preocupado em estabelecer um universo compartilhado, dando múltiplos caminhos para continuações e derivados, do que contar uma história realmente boa.
Ainda que Scooby e Salsicha sejam personagens carismáticos e o texto nos faça sentir o laço de amizade que há entre eles, o conflito entre os dois no início do terceiro ato soa forçado e não devidamente construído. Do mesmo modo, o final parece que trará alguma consequência duradoura para ambos, mas nem temos tempo para sentir o peso do que aconteceu e tudo já está magicamente resolvido.
Com 90 minutos de duração e múltiplos personagens pipocando pela tela o tempo todo, como Falcão Azul ou Capitão Caverna, tudo passa muito rápido sem dar um desenvolvimento consistente ou mesmo personalidades interessantes a essa profusão de personagens. Há uma surpresa na motivação do Dick Vigarista que humaniza um pouco o vilão, no entanto, como tudo mais no filme, é passado muito rápido para ter algum impacto.
A impressão é de um produto com pressa, ansioso por dar o maior número de personagens, para estabelecer o universo de forma mais ampla e nos deixar interessados em todas as possíveis continuações e produtos derivados, mas pouca preocupação em me fazer gostar do filme que estou vendo no presente. Não que o resultado aqui seja uma porcaria, eu ri em muitos momentos, principalmente quando o filme assume um viés autoparódico com a turma do Scooby, e esses personagens tem um carisma inegável.
Por outro lado muito do humor é apoiado em citações pop vazias que meramente mencionam o nome de algo como Harry Potter e espera que o reconhecimento nos faça rir ou em participações de celebridades, como o jurado de reality show Simon Cowell, não devem significar muito para públicos fora dos EUA. Assim, apesar do movimento e das cores, são poucos os momentos realmente memoráveis.
No fim, Scooby! O
Filme sofre pela falta de foco em sua trama, mais interessada em plantar
sementes para o futuro do que construir a narrativa presente e assim acaba
sendo superficial demais para encantar como deveria.
Nota: 5/10
Trailer
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